Trabalho para casa

Carlos Zorrinho escreve hoje no Público: “O troikismo é a causa e o efeito do programa de empobrecimento em curso em Portugal.” Ao fim de dois anos a presidir ao grupo parlamentar do PS, Carlos Zorrinho ainda não percebeu que o Governo de Passos & Portas foi muito além do que ficara acordado no memorando de entendimento com a troika, tendo inclusivamente acrescentado medidas de austeridade em cada uma das “avaliações” realizadas. Por exemplo, João Proença, na altura secretário-geral da UGT, denunciou que a última dose de austeridade, no montante de 4000 milhões de euros, foi oferecida pelo Governo à troika.

Para refrescar a memória, Carlos Zorrinho deveria reler os propósitos do PSD relatados pelos seus principais dirigentes. Eis alguns exemplos:

“Nós vamos ser muito mais radicais no nosso programa do que a troika, vamos ser muito mais radicais.”
Vídeo supra (05/05/2011), Eduardo Catroga, coordenador do programa eleitoral do PSD, após a assinatura do memorando de entendimento
“Este programa está muito além do memorando [da troika]”.
Diário de Notícias (09/05/2011), divulgando as declarações de Passos Coelho na apresentação do programa eleitoral do PSD
“Eu acho que podemos surpreender e ir além [do que foi acordado com a troika]”.
Jornal de Negócios (06/06/2011), reproduzindo excertos de entrevista de Passos Coelho à Reuters
“O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, admitiu que o Governo foi além das medidas incluídas no acordo com a troika”.
Expresso (10/07/2011), sintetizando o que foi dito por Passos Coelho na sessão de encerramento do congresso da Associação Nacional de Municípios
“O esforço nas reformas tem que ir além da ‘troika’”.
Diário Económico (23/03/12), entrevista a Teresa Leal Coelho