"Marques Mendes e Miguel Relvas foram uns santos"

Augusto Santos Silva, no Facebook:

'Leio no jornal que um deputado do PSD sustentou, ontem, no Parlamento, que, quando tive a tutela da RTP, a tentei transformar numa "arma de propaganda do governo". Parece que não o levaram muito a sério, por falta de argumentos. Pois quero dar-lhe aqui os argumentos de que precisa para a sua tese ter a força que merece:
1. Comigo, a administração da empresa manteve-se em funções, cumprindo o resto do seu mandato. Foi a primeira vez que, mudando a orientação política do governo, não mudou a administração da RTP.
2. O modelo de financiamento da empresa, aprovado pelo governo anterior, foi integralmente cumprido.
3. Com a nova lei que propus, a administração da empresa e os seus diretores de conteúdos passaram a estar sujeitos ao escrutínio do Parlamento.
4. A nova entidade reguladora, cuja lei também propus, passou a pronunciar-se anualmente sobre o cumprimento das regras de pluralismo e diversidade pelo serviço público de televisão.
5. Nenhum administrador da empresa nem nenhum diretor de conteúdos alguma vez mencionou, em nenhuma das sedes de fiscalização ou na comunicação social, alguma intervenção da minha parte em matéria de programação e informação. Pelo contrário, até circularam manifestos a protestar contra a minha não intervenção em matéria de programação...
Portanto, senhor deputado cujo nome se me escapou assim que acabei de ler a notícia: tem V. Exc.ª inteira razão. Marques Mendes e Miguel Relvas foram uns santos; eu, o verdadeiro demónio.'