• Pedro Silva Pereira, A narrativa comunista:
- «O radicalismo ideológico do PCP vai passando entre os pingos da chuva e continua a beneficiar de uma estranha complacência. Mas é preciso denunciar a falsidade da narrativa comunista antes que ela se torne perigosa por parecer o que não é.
Para compreender o PCP não basta ouvir os seus discursos de protesto ou ler os clássicos do marxismo-leninismo: é preciso conhecer as análises e a linguagem ortodoxa das longas "teses" aprovadas nos sucessivos Congressos do Partido Comunista. Embora o "partido com paredes de vidro" saiba que nem tudo pode ser dito, e muito menos escrito (como sucede, por exemplo, com a ditadura do proletariado), as conclusões dos Congressos do PCP dizem o suficiente para revelar o teor essencial do seu programa revolucionário e o horizonte de longo prazo em que o PCP situa a sua luta, no plano nacional e no plano internacionalista.
Muitos comportamentos do PCP, que parecem estranhos a partir de qualquer ponto de vista de esquerda, só podem ser entendidos à luz da chave de leitura conferida pela visão que o PCP tem da sua missão histórica na condução da luta de classes e na criação de condições favoráveis ao triunfo do seu projecto de superação do sistema capitalista. Não perceber isto é alimentar uma tremenda ilusão sobre a verdadeira natureza do PCP.
Não é de esperar, naturalmente, que o Partido Comunista assuma a sua preferência por uma política de terra queimada. O que apresenta são sucessivas justificações para boicotar sistematicamente a unidade da esquerda, atacar prioritariamente o Partido Socialista e fazer, sempre que julga útil, alianças objectivas com a direita, no plano autárquico e nacional. Foi o que aconteceu agora, mais uma vez.
Não podendo disfarçar o embaraço por ter votado ao lado da direita para derrubar um Governo socialista, abrindo as portas ao FMI e a esta violenta política de agressão contra os trabalhadores e o Estado Social, o PCP resolveu apresentar a sua própria narrativa. A tese consiste nisto: apesar da reacção negativa dos mercados à rejeição do PEC IV, o pedido de ajuda externa podia ter sido evitado se tivesse sido seguida a alternativa que o PCP propôs de renegociação da dívida pública. Acontece que esta narrativa não tem pés nem cabeça.
É verdade que Jerónimo de Sousa apresentou uma proposta de renegociação da dívida pública, em conferência de imprensa, no dia 5 de Abril de 2011. Mas a verdade toda é que essa proposta só foi apresentada na véspera (!) daquele que viria a ser o dia do pedido de ajuda externa (6 de Abril), quando o PCP finalmente percebeu que a descida dos "ratings" e o estrangulamento financeiro decorrentes do chumbo do PEC IV tinham irremediavelmente escancarado as portas à "ingerência" do FMI, então já iminente. E é preciso acrescentar o óbvio: essa proposta desesperada, que aliás implicava a renegociação "imediata" (sic) do próprio montante da dívida pública (e não apenas dos seus prazos e juros), era, como o PCP bem sabe, absolutamente inviável no contexto europeu da época, em pleno auge da crise das dívidas soberanas, quando era imperioso para Portugal continuar a assegurar o financiamento da economia e do Estado num ambiente de enormes pressões especulativas e de autêntico pânico nos mercados financeiros.
As propostas políticas que o PCP hoje apresenta não são mais realistas e enfermam do mesmo radicalismo ideológico que explica o seu crescente isolamento. Basta ler a resolução que o PCP apresentou na Assembleia da República sobre a renegociação da dívida pública, consultar a sua Declaração Programática para as eleições europeias ou estar atento às intervenções do seu cabeça de lista.
O PCP classifica a União Europeia como um projecto imperialista "irreformável"; preconiza, de forma aventureira, a dissolução da União Económica e Monetária e a saída de Portugal do Euro (embora "conduzida por um governo patriótico e de esquerda"); pretende, de uma assentada, a reversão do Tratado de Lisboa, do Tratado Orçamental, do Mecanismo Europeu de Estabilidade, do Pacto de Estabilidade e Crescimento, da Estratégia 2020, do Acordo de Parceria 2014-2020 e de todos os demais instrumentos europeus de governação económica; exige não apenas a renegociação da dívida pública mas também a redução dos seus montantes e a "anulação" da sua componente "ilegítima e especulativa", para além da conversão (absolutamente explosiva!) da dívida pública e privada à nova moeda que decorreria da saída do Euro; e, como se não bastasse, insiste ainda na nacionalização do sistema financeiro e dos sectores estratégicos da economia, na fixação administrativa dos preços e na reposição do controlo das fronteiras para o regresso ao proteccionismo e ao controlo da importação de mercadorias.
Eis apenas alguns exemplos da agenda - essa sim, teimosamente irreformável - que o PCP tem ainda hoje para oferecer ao País. Convém conhecê-la para que ninguém vá ao engano.»
18 comentários :
Sim, de facto "convém conhecê-la, para que ninguém vá ao engano" - bem assim como à do PS (e às das restantes listas candidatas), óbviamente.
E se é um facto indesmentível que o PCP NÃO ESTÁ (nem nunca esteve!) DE BOA-FÉ na Democracia de Abril e Novembro (e que é a única que sempre tivémos...), é imperioso reconhecer que o PS atual está ainda muito longe de poder inspirar absoluta confiança quanto aos seus propósitos de curto e médio prazo na Europa, para além dos princípios gerais que desde sempre defende (mas que são demasiado estratégicos e vagos para o momento decisivo que vivemos).
Não por culpa de Pedro Silva Pereira, é certo (muito pelo contrário, até), mas ele foi colocado apenas em sétimo lugar na lista socialista e, por isso, tem um peso muito relativo na respetiva credibilidade...
A propósito, ainda hoje ouvi as barbaridades debitadas pelo L. Campos e Cunha sobre o «Manifesto dos 74» e fiquei mais uma vez estarrecido: como é que uma personagem daquelas pôde algum dia ser Ministro das Finanças de um Governo do PS - para mais com maioria absoluta? Já o Teixeira dos Santos, enfim, quanto mais...
Não há pachorra para tanta falta de memória e desonestidade intelectual. Que bom e paradisíaco seriam Portugal e o Mundo sem "comunistas", entregue apenas aos seráficos "socialistas". Pois não foi o PS em 1974/75 encheu alamedas e avenidas em manifestações em defesa da "democracia" e do "Socialismo em Liberdade" e agora foge de eleições como o diabo da cruz, para além de nunca ter referendado a adesão à UE e os sucessivos tratados ou Pactos Orçamentais ?
Nas suas "narrativas" ou charlas em família já sócrates esclareceu que foi traído no PEC IV por Passes de Coelho, cujo PSD aprovara os anteriores, tal como as revisões constitucionais, ao contrário do PCP, que votou contra os mesmos PEC's. E eu a pensar que havia sido a banca a retirar o apoio ao ps/sócrates, estando por explicar aquele diferendo entre Sócrates e Teixeira dos Santos. A verdade é que o PS desde Abril foi a ponta de lança para que se mudassem apenas as moscas, como Marcelo e Spínola pretendiam. Estando as moscas de novo a varejar e em força, considerarão elas o PS descartável e dispensável ? O episódio segue dentro de momentos ! Com outros actores, alguns reciclados e outros na sombra.
Sempre forçado pelos "mauzões" dos comunistas, tadinhos dos PS's, em lágrimas e contrariados, o coração sangrando, sempre aliados e de facto com o apoio declarado ou encoberto do psd/cds, mesmo nas autarquias, coligando-se entre si para nas autarquias "varrerem" com o PCP.
Não há pachorra para tanta falta de memória e desonestidade intelectual. Tal como nos tempos do fascismo, assim em "democracia" e pela mão do PS se vê a força do PC, que em França ou na Alemanha obrigam a social-democracia a guinar à direita, depois de em Portugal terem obrigado o Mário a arrumar o socialismo na gaveta, tão bem aferrolhado que desde então o PS não conseguiu encontrar a chave do blindado armário dos esqueletos ?
O texto de Pedro Silva Pereira é objectivo e claro quanto à natureza do PCP (tanta coisa mais que poderia acrescentar-se...).
O resto é uma de duas coisas (ou ambas): crendice para-religiosa e teatro, mau teatro.
Quem arrasou com o país foi o PS de Sócrates seguido depois pelo PSD de Coelho. O resto é conversa para tentar esconder este facto simples: Portugal graças aos governos de Sócrates e deste de Passos Coelho ficou a ser tratado como um menor de idade.
João.
oh joao podes explicar melhor o teu raciocínio ?
O PCP é normalmente muito protegido nos media. Por exemplo, João Ferreira, biólogo, recandidato e actual cabeça de lista comunista ao PE, votou contra a proibição de uso de um pesticida produzido pela Bayer, droga letal para as abelhas. Os outros deputados portugueses foram favoráveis à proibição. Até porque os apicultores portugueses (também eles) estão a ser confrontados com o desaparecimento das abelhas. Imagine-se o barulho que o PCP não faria se tivesse sido um deputado do PS a tomar tal atitude? !
"o embaraço por ter votado ao lado da direita (...) abrindo as portas ao FMI e a esta violenta política de agressão contra os trabalhadores e o Estado Social"
hahahah. o PS ia, PEC ante PEC, fazer exactamente o mesmo que o PSD está a fazer. as clientelas a alimentar são as mesmas..
o PCP votou contra todos os PECs, o PSD é que, depois de aprovar os outros (alguém falou em " alianças objectivas com a direita"), votou contra o PEC IV.
"Tal como nos tempos do fascismo, assim em "democracia" e pela mão do PS se vê a força do PC, que em França ou na Alemanha obrigam a social-democracia a guinar à direita, depois de em Portugal terem obrigado o Mário a arrumar o socialismo na gaveta, tão bem aferrolhado que desde então o PS não conseguiu encontrar a chave do blindado armário dos esqueletos?"
Aqui, neste último parágrafo, resumo do comentário do Nogueira, está inscrito na perfeição a ideologia PCP e descrita, por defeito, em Silva Pereira.
Reparem o que diz Nogueira; "tal como no fascismo assim em "democracia". Para o PCP qualquer forma de regime e sociedade, fora do seu modelo de "socialismo real" sob a "ditadura do proletariado" é tudo igual, é tudo o mesmo, é tudo farinha do mesmo saco.
É bom lembrar-lhe que mesmo a cartilha(m-l)aplicada na prática difere de país para país; na China é uma, na Coreia do Norte outra, em Cuba Outra, no Vietnam outra e até o "socialismo real" de Estaline foi diferente entre Kruchtchev, Brejnev e Gorbatchev, assim como já havia sido entre Lenine e Estaline.
Não é por acaso que hoje mesmo o edil de Loures, amigo do democrata King da Coreia do Norte, apresenta um relambório com as malfeitorias do anterior executivo do PS. E calculem encontrou imensos acções criminosas em facturas exageradas ou não justificadas de almoços e gastos fascistas.
Verdadeiramente, com tal gente jamais o país pode contar a não ser para lhe impor uma canga de miséria totalmente insuportável.
Pronto, José Neves, na esteira de JPS, lá sacou da cassete, a dele e outros/as como ele. Esbraveja, levanta poeira, gesticula, mas aos costumes disse nada.
Foi ou não o PS que em aliança com o PSD e o CDS acabaram com o "socialismo" na Constituição, já nem falando no "socialismo em Liberdade" que Soares defendia ? Com efeito logo na primeira revisão constitucional (1982) foram eliminadas as referências à transição para o socialismo, às relações de produção socialistas, ao poder democrático das classes trabalhadoras, à transformação de Portugal numa sociedade sem classes, à abolição da exploração do homem pelo homem.
Foi ou não o PS – que em aliança e voto com o PSD/CDS no tempo de Constâncio como Secretário Geral permitiu que a banca e sectores estratégicos da economia portuguesa fossem reprivatizados, abrindo caminho à 2ª revisão (1989) ?
Foi ou não pelas mãos do PS/PSD/CDS que se admitiu a precarização das relações de trabalho ?
É ou não o PS em conjugação com o Presidente da República que permitem a manutenção em funções do Governo PSD/CDS, apesar da crise há um ano desencadeada pelo CDS ? Governo PSD/CDS que despudoradamente ao fechar das urnas renegou tudo o que havia prometido, aliás como Sócrates/PS fizera depois de apear Durão Santana do PSD ?
Esbravejando e gesticulando envolto em poeira pavovliana, João Neves, com todo o respeito que merece, parecer-se-á com o ladrão que corre à desfilada pelas ruas gritando “Agarra, que é ladrão”, tentando deste modo escapulir-se ?
Quanto a Ernestina Sentieiro. O PCP “protegido” pelos media ? Vá lá procurar – que eu não faço o trabalho por si - as estatísticas sobre os tempos de antena na comunicação social – tv’s incluídas – dedicados ao PSD, PS, PCP, BE, CDS nos noticiários. E esclareça lá de que partido são os/as comentadoras, de Sócrates/Marcelo a Morais/Marques Mendes/Costa/Pacheco Pereira/Ferreira Leite e uma infindável coorte de “entertainers” políticos ?
O filme está no 'youtube'.
Fica para a história. Levantaram o cu 4 vezes.
Caro Nogueira,
O problema é que o caro não aceita o jogo democrático e apenas tem na cabeça o desejo de uma revolução à maneira de 1917. Por isso "culpa" o PS de fazer isto e aquilo, ou seja quando toma ou apoia medidas, com outros partidos, que contraria mesmo que minimamente, o caminhar para o modelo imaginário da revolução do PCP.
O caro não percebe que a social-democracia quer e luta por uma sociedade melhor com base numa cada vez mais alargada classe média, massa crítica e motor capaz de atingir uma sociedade equilibrada de bem-estar ao ponto de alcançar o que Marx previa: só uma sociedade altamente desenvolvida podia atingir o socialismo e o comunismo como propunha nos sues escritos socio-filosóficos. Foi Lenine quem subverteu o pensamento marxista e, aplicada a sua tese na prática durante mais de 70 anos, caiu de podre apesar de sustentada por um grande povo e imensamente rico deixou-o na miséria.
Porque, o vosso "socialismo real" de esquerda pura está fora do lugar onde vivem, necessariamente, as pessoas humanas que é no meio termo como definiu Platão e Aristóteles. Vós sois de esquerda apenas fora do poder mas, tomado este, imediatamente passais a ser de direita pura com o vosso "partido único" dirigido pela elite erigida em "vanguarda do proletariado" e apenas com duas classes opostas: a elite burocrática dirigente e a massa do povo todo enviado para o feito proletariado subserviente, a bem ou a mal.
Já em 1904, Lenine era acusado por altos quadros dirigentes no Iskra de "substitutivismo" dada a sua pertinência em substituir o papel da classe operária pelo papel do partido. Ora foi precisamente esse "desvio original" a marca proeminente do PCUS durante o seu longo tirânico reinado.
Para que serve ao país um partido que não contribui para levar o povo a melhorar a sua liberdade e bem estar? Que vota, em questões decisivas, contra o melhor para os portugueses? Que nem sequer é capaz de analisar politicamente as situações limite e optar pelo mal menor, aliás, como fez Álvaro Cunhal quando, à pressa, aceitou apoiar Soares a Presidente?
Muitos veem no actual PCP um aliado tacito, aliás no seguimento da unidade na acção contra Sócrates, e o facto é que quer o partido quer os sindicatos, fingindo um agitado barafustar, vão deixando alegremente que a classe média vá indo para a proletarização. Será que já anteveem a revolução em marcha e que o PSD está na frente fazendo meio caminho?
"oh joao podes explicar melhor o teu raciocínio?"
Basta o sintoma do teu Sócrates defender o PEC IV com a posição sobre ele de Merkel, como se Merkel fosse a maezinha de nós todos.
João.
Portugal tem seguido um caminho errado graças ao PS. Respondesse o PS ao desejo do povo que aspira ao socialismo e não estaríamos hoje a viver na miséria.
Sempre o "PS" em toda a parte e em todo o tempo desempenhou o papel de em nome do socialismo destruírem o próprio socialismo que falsamente apregoam.
O exemplo vem de Espanha, da França, de Inglaterra, da Alemanha, etc.
Depois admiram-se com as viragens para a direita e isso acontece porque “o socialismo não presta”. É o que diz Jean-Marie Le Pen.
É fantástico que depois de invocar a verdade na política a favor dos seus argumentos, PSP se "esqueça" de que não foi o PCP (ou o BE) a retirar o apoio parlamentar ao governo - foi o PSD! A verdade é que Sócrates se meteu numa camisa de sete varas quando em 2009 aceitou formar um governo minoritário com o apoio parlamentar da direita. Jogou e perdeu. Esta é que é a verdade. PSP queixa-se de o PCP ser o que é. Mas isso é fraca análise, porque é quase simétrica de o PCP queixar-se de o PS ser o que é, como vemos aqui pela mão de quase todos os comentadores. Só não é simétrica porque o PS é hegemónico no campo político da esquerda e tem estado nos governos, o PCP não.
Até agora o PS escapou à Pasokização. Vamos ver o que nos reserva o futuro.
Álvaro
AO ANÓNIMO DAS 07:42:00
(e a alguns outros comentadores)
Diz o senhor: "Respondesse o PS ao desejo do povo que aspira ao socialismo e não estaríamos hoje a viver na miséria." Julga, então, que foi por vontade do PS que vivemos hoje na miséria. Acontece que o povo não é constituído apenas pelos que aspiram ao socialismo num dado momento. Marx fez esta pergunta: "Serão os homens livres de escolher esta ou aquela forma social?" Respondeu: "De maneira nenhuma. A um certo estado de desenvolvimento das faculdades produtivas dos homens corresponde uma certa forma de comércio e consumo; a certos graus de desenvolvimento da produção, do comércio, do consumo, corresponde uma certa forma de constituição social, etc..." "As formas sociais são modificadas quando os homens a isso são OBRIGADOS", " os homens nunca renunciam ao que ganharam, nem querem perder os frutos da civilização"; "os homens não são os livres árbitros das suas forças produtivas". Estamos a falar de "desenvolvimentos históricos" e de "desenvolvimentos económicos", desenvolvimentos esses, pujantes nos anteriores governos de J. Sócrates.
Porque se opôs o PCP e BE ao desenvolvimento das nossas forças produtivas durante os governos de J. Sócrates, aliando-se ao capitalismo financeiro internacional, representado pelos bandos que agora nos governam? Já avaliou bem o retrocesso que representou essa aliança negativa, destruidora de autênticas conquistas socialistas dos últimos 40 anos em Portugal? Reflita nas citações acima e veja a miséria provocada por essa aventura do PCP. Marx não acreditaria.
Mas foi pena que o PS deixasse de ser um partido de inspiração marxista.
(citações são do livro "Miséria da Filosofia", K.Marx, pp 160/161)
Responder ao Fernando Romano que disse:
"Porque se opôs o PCP e BE ao desenvolvimento das nossas forças produtivas durante os governos de J. Sócrates, aliando-se ao capitalismo financeiro internacional, representado pelos bandos que agora nos governam?"
Prisma invertido.
Não foram o PCP e o BE que se aliaram ao capitalismo financeiro internacional. Foi o Sócrates e o PS que criaram um biombo não reconciliável.
Fosse o PS um partido socialista e proporia: "meus amigos, companheiros e camaradas, o socialismo está em perigo façamos um acordo e salvemos as nossas conquistas”.
Nada disso e pelo contrário, o PS disse: votem as nossas propostas porque não há alternativa…
Não ficou espaço algum para o diálogo e bastaria o PS abrir-se ao Bloco de Esquerda ou ao PC e teria imediatamente uma MAIORIA superior à actual. Mas o PS como aliado do Capitalismo internacional não se quis unir-se nem ao BE nem ao PC porque isso lhe iria sujar os sapatos e mais uma vez cumpriu o seu desígnio tradicional: Entregar o poder nas mãos do fascismo como fez Pilatos.
"Não foram o PCP e o BE que se aliaram ao capitalismo financeiro internacional. Foi o Sócrates e o PS que criaram um biombo não reconciliável."
Socrates e o governo PS que liderou viviam na realidade da altura.
O PCP e o BE de que fala vivem num universo paralelo desde o 25 de abril. É assim impossivel os dois mundos se tocarem. Penso que PSP perde o seu tempo quando se foca nestes dois imprestaveis partidos, que só retiram força a quem realmente quer resolver os problemas dos país e que, inadvertidamente, beneficiam as forças da direita mais retrogada que este país conheceu pós 25 de abril.
O resto, é cantigas para embalar gatos.
Este Silva Pereira é um pândego!!!
Ainda assim, como devia haver limites para a fantasia mentirosa… porque não tomar os comprimidos para a memória?
Haja pachorra!!! :-)
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