quinta-feira, abril 24, 2014

Emergir pela mão de Passos

O momento em que o Portas-do-partido-do contribuinte era confrontado,
no Parlamento, com o «enorme aumento de impostos»,
perante o ar divertido do parceiro

O PSD, que esteve desde o início até ao fim do processo envolvido na aquisição dos submarinos, conseguiu, perante a opinião pública, alijar as suas responsabilidades nesta dupla contratação. Com efeito:
    • A iniciativa para a aquisição de três submarinos coube ao último governo de Cavaco Silva, mesmo ao cair do pano, através de despacho conjunto, assinado a 12 de Setembro de 1995 por Figueiredo Lopes, ministro da Defesa, e por Mira Amaral, ministro da Indústria e Energia.
    • A decisão de aquisição dos dois submarinos foi tomada num Conselho de Ministros realizado em 6 de Novembro de 2003, presidido por Durão Barroso, era Paulo Portas ministro da Defesa.

Vá-se lá saber porquê, Paulo Portas, um homem com enorme experiência nos media, deixou colar-se-lhe à pele a ideia de que a aquisição dos submarinos foi obra sua.

Seja assim ou não, a verdade é que este assunto mantém o vice-pantomineiro na corda bamba. Por isso, no dia em que o Correio da Manha recebe munições para atirar sobre Paulo Portas e ele é ouvido pelo Ministério Público precisamente no âmbito do processo dos submarinos, nada poderia ter sido mais oportuno do que ouvir o alegado primeiro-ministro dizer em pleno debate parlamentar: «Poupámos muitos submarinos aos portugueses».

Depois de ter metido Paulo Portas no bolso, Passos Coelho decidiu humilhá-lo, como quem diz: eu sei que tu sabes que eu sei. O fim desta coligação não vai ser bonito de se ver.

1 comentário :

Anónimo disse...

Dando como boa esta análise, mesmo assim, tenho fundadas dúvidas que PPC ainda que aconselhado por terceiros tenha inteligência suficiente para poder dar caneladas a PP.

Que PP esteja refém de Belém e do PSD, disso não temos dúvidas, mas está são e salvo do MP e é isso é que interessa.

E esta alegada humilhação feita pelo alegado primeiro-ministro ao vice-pantomineiro impregna-se perfeitamente bem na sua pele, habituado que está, há décadas, às maiores cambalhotas circenses, sem que das mesmas resulte qualquer mossa.