segunda-feira, junho 09, 2014

«O que se espera de um líder do PS»


• João Galamba, Uma recusa que é todo um programa:
    «Não se mobiliza o país para um combate político aceitando a narrativa do nosso adversário. Quem escolhe esse caminho - seja por convicção, seja por cálculo eleitoralista - pode protestar, pode criticar, pode lamentar, pode indignar-se, mas já começou derrotado e, por essa razão, nunca terá condições para se apresentar como uma verdadeira alternativa.

    No discurso de apresentação da sua candidatura a Secretário-Geral do Partido Socialista e a Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, numa simples frase, disse tudo: "não tenhamos dúvidas: se pensarmos como a direita pensa, acabamos a governar como a direita governou". Esta singela frase contém, em si mesma, toda uma alternativa, porque assenta numa recusa - na recusa em aceitar a narrativa sobre a crise que PSD e CDS, com a prestimosa ajuda dos nossos credores, têm imposto aos portugueses e que fundamenta toda a política seguida nos últimos três anos.

    O problema da maioria PSD-CDS não se resume a um excesso de austeridade, nem pode ser reduzido a mera incompetência ou insensibilidade social. O problema da maioria PSD-CDS é ter uma visão errada dos bloqueios estruturais do país e das causas da crise que vivemos. Ou seja, o governo, por pensar como pensa, esteve sempre condenado a falhar. É o que acontece a quem acha que a crise portuguesa se deve a uma questão de despesismo, de ausência de "reformas estruturais" (leia-se desregulação) e às "políticas erradas do passado".

    Portugal tinha e tem enormes desafios na qualificação dos seus recursos humanos; tinha e tem enormes problemas na sua estrutura produtiva e no seu perfil de especialização; tinha e tem enormes problemas de desigualdade na distribuição do rendimento e da riqueza; tinha e tem a necessidade de modernizar o Estado. Mas, e é preciso dizê-lo, se há partido que, ao longo da sua história, tudo fez para que Portugal percorresse esse caminho e superasse os bloqueios do passado, esse partido foi o PS, em particular o último governo PS. E não, não estamos onde estamos por causa desse esforço, dessas políticas e dessa estratégia. Estamos onde estamos porque Portugal, à semelhança de outros países, foi vítima de uma crise financeira (a maior dos últimos 80 anos) que foi ampliada, nas suas causas, e bloqueada, nas suas soluções, por uma moeda única disfuncional (e que, desde 2010, se tem tornado ainda mais disfuncional).

    Portugal tem, como é evidente, um longo caminho a percorrer. Mas este caminho não é seguramente o da expiação por erros do passado, é o da transformação de um país que, desde o 25 de abril, fez muito mas ainda não o suficiente. Lutar - sem cedências nem tibiezas - por este projecto é o que se espera de um líder do PS.»

7 comentários :

Anónimo disse...

Espero, com o tempo que resta, é importante que se proceda a eleições - é importante

A rapaziada não traz nada de novo.

Um País, que tem 6 milhões de desempregados, não é País não é nada.

Acabe com esta raça , porra.

Zé da Adega a esperança

Lince Vigilante disse...


O que não se percebe, face à situação do País e do PS, é como os militantes deste partido se conformam com as manobras dilatórias e antipatrióticas do caso perdido em que se transformou Seguro, para gáudio e proveito de uma direita brutal e implacável. Mas quais primárias, quais quê! Mais 4 meses desta aberração?!? Perante a repulsa que inspira à generalidade dos cidadãos (ponham os olhos nas sondagens irrefutáveis), a única saída que sobra a AJS, para acabar a sua penosa agonia com um mínimo de dignidade, é a DEMISSÃO VOLUNTÁRIA IMEDIATA! Para que outros, com a urgência requerida, possam ainda salvar o que puder ser salvo!

Ricardo Pinto disse...

O AJS só corrido... só se as distritais convocarem o congresso. Dignidade? Se não andasse a ver as figurinhas do SG desde o dia 27 de Maio, até era capaz de acreditar nisso. Assim, não.

Anónimo disse...

Zé da Adega a esperança,


"Um País, que tem 6 milhões de desempregados, não é País não é nada".

Seis milhões? Vc não está a regar muito?

Vc é pior do que o Medina Carreira!

Anónimo disse...

Alguém está a segurar Seguro. Alguém com muita sede do pote. Muita mesmo. Só assim consigo justificar todas as atitudes perfeitamente horrendas e penosamente patéticas do homem para se agarrar ao poder com todos os dentes, nestas ultimas semanas.
Descubra-se quem é esse alguém. Todo o lider jota tem o seu Angelo Correia. É descobrir quem é o de Seguro.

Anónimo disse...

O PS precisa muito de ter Quadros. com o mesmo valor e a visão política do autor deste blog.Estou mais ou menos de acordo com aquilo que foi escrito

Anónimo disse...

O nível que por aqui prespassa...

Para um tal de Zé da Adega a esperança, Portugal tem à volta de 40 milhões só de população ativa...

Boa malha!!