terça-feira, julho 29, 2014

Duas ou três coisas sobre o caso Salgado

Supervisor bancário entre o ex-presidente do BES
e o presidente da Associação Portuguesa de Bancos

• Nicolau Santos, Duas ou três coisas sobre o caso Salgado [na última edição do Expresso]:
    «(…) Por seu turno, o Banco de Portugal, agora tão elogiado, ainda há ano e meio fazia comunicados a colocar o dr. Salgado acima de qualquer suspeita quando ele corrigiu por três vezes a sua declaração fiscal por causa do tal presente de 14 milhões de euros que recebeu do construtor José Guilherme. Mas o BdP nada faria se não estivesse apertado pela troika e pelo BCE, que exigiram saber quem eram os maiores devedores de cada banco, e pelos documentos que lhe foram entregues por Pedro Queiroz Pereira, demonstrando o colapso em que se encontravam as holdings do grupo. Sobre o BES, o governador já disse tudo e o seu contrário: que estava muito bem capitalizado, que os clientes podiam estar tranquilos, que os problemas do grupo não contagiariam o banco, passando depois Carlos Costa a admitir a eventual necessidade de o banco proceder a um novo aumento de capital, de anunciar até que havia investidores privados interessados, depois a conceder que uma parte da exposição do BES ao GES vai ter perdas, mas a acrescentar que os depósitos estão garantidos, para depois aceitar existirem "algumas incertezas" no caso da exposição a Angola (uma incerteza de mais de 5,7 mil milhões de euros...), etc, etc. Em resumo, por parte do Banco de Portugal estamos garantidos e descansados.

    Por sua vez, o Ministério Público fez um comunicado na altura em que o ex-presidente do BES foi ouvido no âmbito do processo 'Monte Branco' a esclarecer que "face aos factos até agora apurados nos presentes autos, não existem fundamentos para que o agora requerente, dr. Ricardo Salgado, seja considerado suspeito, razão pela qual foi ouvido como testemunha". Agora faz um comunicado a dizer que "no âmbito do processo 'Monte Branco', o Ministério Público (DCIAP) tem vindo a realizar várias diligências que culminaram com a detenção de Ricardo Salgado no dia de hoje". O dr. Ricardo Salgado, testemunha há ano e meio, passou a Ricardo Salgado, arguido, agora, sempre no âmbito do mesmo processo. E o Ministério Público recusou que Salgado fosse às suas instalações para prestar declarações, optando por o ir buscar a casa. Que justiça é esta, que mensagens transmite e que tipo de resultados espera obter com estas atitudes? (…)»

4 comentários :

Anónimo disse...

Um país de 'manhosos'!
Admiram-se da 'justiça' ter ido buscar o Dr. Salgado quando ele podia ter ido pelos seus próprios meios? Pois eu não, porque ainda me lembro de um dr. juiz ter ido ao Parlamento buscar o Dr. Paulo Pedroso com as câmaras da SIC atrás!Nada mudou desde então.

Morgado De Basto disse...


Este País,permanentemente nas mãos de gente que para outra coisa não serve que não seja a de nos envergonhar enquanto Comunidade,não passa de uma imensa CHOLDRA "governada"por uma CORJA de CALHORDAS!

Anónimo disse...

Legenda para a fotografia: A CHATÍSSIMA TRINDADE.

Evaristo Ferreira disse...

Os três da vida airada, seria um bom epitáfio para a foto deste trio. Convém não esquecer que Carlos Costa foi o chefe do grupo que no BCP de Jardim Gonçalves, engendrou o esquema para manipular a cotação das ações do BCP a partir de offshores situadas no Caribe, com dinheiro do próprio banco.