terça-feira, novembro 18, 2014

A galinha dos ovos dourados de Paulo Portas

• Miguel Guedes, Ouro made in China:
    «(…) O escândalo de corrupção não deve ocultar o mais relevante. Os dados são revelados pela própria Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, parte interessada na manutenção dos vistos: 1076 milhões de euros entraram no país em investimento estrangeiro captado pelos VG, dos quais 972 milhões correspondem a aquisição de imobiliário nacional. Ou seja, os outros 100 milhões foram directamente para transferências bancárias. Pobre país que vende a sua cidadania desempoeirando e escoando as suas casas de 500 mil euros, permitindo negócios obscuros, fuga de capitais e lavagem de dinheiro sem criar um único posto de trabalho. Seguramente, nem habitando as casas ou comprando mobília. Só imobiliário, nada de mobiliário. Pessoas, zero. Só fantasmas e milionários sem rosto absolutamente desinteressados em financiar, investir ou capitalizar empresas. Portugal, porta de entrada na Europa, paraíso dourado para o aforro de vida de capitalistas predominantemente chineses. Só visto. Estamos mesmo à beira-mar plantados.»

• Pedro Ivo Carvalho, Mil milhões de coisa nenhuma?:
    «(…) na prática, ninguém ainda sabe o que realmente lucrou a economia e o Estado portugueses com o negócio dos vistos dourados. A brochura diz-nos 1 075 749 834,75 de euros, mas as dúvidas agora suscitadas pela investigação ao esquema de angariação de clientes e alegado recebimento de luvas aconselham-nos a ter cautela. Que, muito provavelmente, para além dos casos escrutinados pelas autoridades, possa ter havido inúmeras réplicas de sobrevalorização de imóveis, os quais, em vez de darem "x" de lucro à nação, deram apenas "y".

    Exemplo: escritura-se um imóvel por 500 mil euros (quantia mínima para se obter um visto), mas paga-se apenas 300 mil euros ao vendedor, que na verdade somente recebe 200 mil, dado que os restantes 100 mil euros foram para comissões. No fim da linha, resulta de "ganho oficial" para o Estado os tais 500 mil euros. Embora a vantagem real tenha sido menor. O cliente, esse, sai sempre a ganhar: pagou menos e leva no bolso o visto que lhe permitirá circular livremente por 30 países do espaço Schengen.

    (…)

    Até lá, até sabermos com rigor o que entrou nas nossas contas, e em que circunstâncias, não era avisado suspender o programa? Ou acham que a demissão de Miguel Macedo é suficiente para devolver a moral ao Estado?»

6 comentários :

Anónimo disse...

Num qualquer pais civilizado, com um estado eficiente e uma elite bem intencionada, ao fim de ano e meio já se tinha feito um estudo de avaliação em todos os azimutes,um estudo completo quantificado e qualitativo, dos "vistos portas" e das suas consequências, etc. Faz-se em 15 dias/1 mês.Mas não interessa à corja criadora da medida.

Quando a UE voltar ela própria a ser decente disse...



Portugal ainda um dia se arrisca a ser expulso da União Europeia!


Por indecente e má figura...

Anónimo disse...


Isto anda tudo ligado:
http://www.publico.es/556914/macrooperacion-contra-el-crimen-organizado-con-ramificaciones-en-espana-italia-y-portugal

Anónimo disse...

Ai que fresco todo de zulinho!
Autentico pipi da tabela!

Bombeiral da Moda disse...



É. Um autêntico FLAUSINO...

Anónimo disse...

Uma bicha debochada.