domingo, abril 26, 2015

Da asfixia democrática

    «1. Entre as perguntas dirigidas, direta ou indiretamente, a Mário Centeno, ao longo do dia de ontem [22 de Abril], a que mais me perturbou foi esta, a propósito da intenção de repor os vencimentos ao nível de 2010, em dois anos: "então a ideia é dar mais dinheiro às pessoas"?

    2. Dar mais dinheiro? Qual dar mais dinheiro?

    3. A verdade é que se trata de cortes nos salários, justificados por circunstâncias excecionais, que supostamente já passaram - não foi "limpa" a nossa saída do resgate?

    4. Se há coisa que carateriza o relatório apresentado ao PS pelo grupo de economistas não é o esbanjamento, mas sim a prudência e o gradualismo.

    5. Mas os termos em que são mediaticamente tratados os temas da eliminação da sobretaxa, da reposição dos salários ou da reposição dos mínimos sociais, dizem muito sobre a hegemonia de que goza atualmente, no espaço público, a linha política do que se lixe o mexilhão.»

1 comentário :

Anónimo disse...

Dar mais dinheiro? Não, repor. Os funcionários públicos, tiveram cortes salariais a partir de janeiro de 2011.Em novembro desse mesmo ano,tiveram um corte acrescido no subsídio de natal. Depois, como se não bastasse, em 2012, para além da manutenção dos cortes, a partir de um certo valor, os subsídios de férias e de Natal foram cortados na totalidade.Em 2013, continuação dos cortes salariais e reposição dos subsídios de férias e de Natal.Em 2014, de janeiro a maio,inclusivé, a percentagem dos cortes salariais aumentou e o universo dos funcionários abrangidos pelos cortes também aumentou ( a partir de 600 e tal euros).De junho a 12 de setembro - graças ao TC-não houve cortes, para de 13/09 a dezembro se voltar aos cortes de 2011,2012 e 2013. Agora, em 2015, os cortes continuam (80% dos valores praticados em 2011,2012,2013 e em 2014, a partir de 13/09 ( sendo que em 2014 - de janeiro a maio os cortes ainda foram superiores e abrangeu muito mais funcionários).Acresce a tudo isto o congelamento das carreiras. Acresce a tudo isto um sistema de avaliação inconsequente.Acresce a tudo isto, o aumento da taxa de irs , da taxa de desconto da adse (3,5% da RB),da taxa para a CGA e a criação da sobretaxa extraordinária.Acresce ainda a redução do número de dias de férias, o desconto total- em caso de doença, regime convergente - dos 3 primeiros dias de atestado mais 10% dos restantes até 30, Etc,Etc... Dar mais dinheiro? Não, repor a normalidade, parar com o espoliação e o confisco.Reformar a administração pública, SIM, mas com sabedoria.