quarta-feira, maio 27, 2015

Que fazer para defender as pensões?


    «Helena Garrido, directora do Jornal de Negócios, critica Vieira da Silva por este dizer que o valor futuro das pensões a receber é incerto. Aparentemente, Helena Garrido desconhece a Lei de Bases da Segurança Social e a forma como são constituídas as pensões futuras.

    Três fatores são determinantes para conhecer o valor futuro da pensão dos portugueses: os salários que receberam e sobre os quais fizeram descontos, o número de anos que descontaram e a fórmula de cálculo do valor da pensão (quando se torna efetivo o direito, quanto vale cada ano de desconto, como se transforma o salário em pensão).

    Dado que os salários futuros são incertos e dado que a duração da carreira contributiva é incerta, as pensões futuras são, por definição, incertas. Perante isto, Helena Garrido critica Vieira da Silva por este ter recordado o óbvio e o que já consta da lei actual.»

    «E eu acrescento: as pensões nunca estão garantidas automaticamente. Temos é que trabalhar para isso. E como?

    A segurança social sofreu enormemente nos últimos anos, por causa da quebra brutal do emprego (menos contribuições), por causa do grave desemprego (mais despesa), pela quebra de rendimentos das pessoas. Garantir a segurança social, nomeadamente as pensões, só pode ser feito com mais crescimento e mais emprego. Sem economia não há pensões. O actual governo, incapaz de apostar na economia rica em emprego de qualidade, só vê uma maneira de lidar com a segurança social: cortar, cortar e continuar a cortar. A alternativa do PS é diversificar as fontes de financiamento da segurança social e criar emprego. Isso, sim, é ir à raiz dos problemas e resolver as coisas com seriedade e de forma sustentada.»

4 comentários :

Anónimo disse...

Aqui está uma boa colaboração entre um Economista (J. Galamba) e um Sociólogo(Porfirio Silva).

Rosa disse...



Concordo com esta interação...

Anónimo disse...

Estarás tu, ó profirio, a escamotear que nos últimos 8 anos, incluindo no governo Sócrates, e aceleradamente no o governo dos estarolas mau-mau, os partidos do poder e as suas oposições (porfíricos, silvas, seguros, costas) permitiram que fosse despejado na segurança socialto todo o lixo de sistemas falidos e de bancos e das PT etc etc, lotes de encargos gigantescos com pensões na fundeadas, para alivio dos privados endividados. Fora o que esta para vir e se revelar.
? Diversificação de fontes? sim, nnão tenho nada contra, há que pensar em todos os azimutes. Mas atenção, estarás tu, ó profirio, ó galamba, ó V. Silva,etc, a passar por cima do facto de os fundos públicos da segurança social, geridos pelo estado, serem geridos de forma medíocre desde longa data, com chefias politizadas e capturadas, com quadros técnicos mal pagos, humilhados e sub-formados, com máquinas de competência abaixo do necessário, levando a aplicações financeiras duvidosas. Uma máquina de SS que deveria ter independência relativa, sem pensamento estratégico e tecnicamente antiquada, sem espinha dorsal, sujeita a todos os golpes dos interesses privados e da politica. Desde a ultima e excelente reforma de V.S. qual o balanço das aplicações financeiras? Nos últimos 4 anos geriram de forma deliberadamente imprudente, danosa, baseada em diagnósticos errados, ao serviço de interesses obscuros, atras do prejuízo e aquém da realidade envolvente. Não vejo o PS revelar esta parte do debate, que deve estar-se a travar. Como gerir no futuro próximo, os gigantescos mas insuficientes fundos de pensões da SS..., com que princípios vão atuar? Como projectar essa nova gestão, como moderniza-la sem a tornar imprudente, que politica vai o PS aplicar, antes de diversificar fontes de financiamento, numa de fuga para a frente. É algo não esclarecido no documento dos economistas. É algo que gostaria de saber para ver em quem vou votar.

Júlio de Matos disse...



Discordo. Ouvir o João Galamba a falar com seriedade sobre este tema inspira-me confiança. Já a converseta do Sociólogo é assim como pôr a Guia da excursão a falar dos problemas... da embraiagem ou do cárter do autocarro: só me pode provocar bocejos, sorrisos, ou até um pouco de brotoeja.


O PS ponha lá, de uma vez por todas, cada macaco no seu galho, se faxavor, para não transformar isto tudo numa grande macacada.