sábado, agosto 08, 2015

4 de Outubro: duas propostas opostas

1 comentário :

Armindo Bento disse...

http://www.jn.pt/opiniao/default.aspx?content_id=4724031
Atenção a este artigo saído hoje no Jornal de Noticias

A menos de dois meses das legislativas, os socialistas continuam enredados em problemas internos que em nada contribuem para fazer do PS a alternativa credível. Quando deviam estar em cima da mesa ideias claras e propostas concretas para a próxima legislatura, os socialistas cometem erros a que qualquer candidato a presidente de junta de freguesia jamais se atreveria.Os sucessivos e infelizes episódios dos cartazes, é evidente, têm sido sobredimensionados. Por um lado, devido à época do ano, o mundo da política caseira está a banhos, a matéria noticiosa nessa área é escassa; por outro, a Oposição, naturalmente, faz o seu papel perante tanto amadorismo.Depois dos cartazes infelizes, mais indicados para passar mensagem de seita religiosa do que de um partido a caminho do poder, a resposta surgiu. E uma boa resposta. Enferma, contudo, de um problema inadmissível num partido com dezenas de campanhas eleitorais, tendo muitas delas conduzido os socialistas ao poder. A mensagem não podia ser mais adequada no ataque à propaganda da coligação PSD-CDS. Até aqui, tudo bem. Falhou, como é conhecido, um pormenor importante: a autorização das pessoas que davam rosto à mensagem. Havia, como é óbvio, alternativa. Os responsáveis pela campanha socialista podiam recorrer a um banco de imagens, que os há e são feitos para isto. Um pedido de desculpas públicas vindo da sede do partido não o desilustra, mas seria melhor centrar-se noutras frentes.A trapalhada dos cartazes pode ser só o começo. As presidenciais estão aí e ameaçam claramente afetar as legislativas. O PS, perante um país dividido, teima em abdicar internamente de uma linha consensual. Não aprende com os erros do passado. Uma vez mais, a última foi só há cinco anos, os socialistas partem para as presidenciais em grande confusão. Henrique Neto não prescindiu de lançar uma candidatura e, quando tudo parecia desenhar-se para no Largo do Rato se apoiar o antigo reitor da Universidade de Lisboa, Maria de Belém entra em cena. E vem condicionar o caminho a António Costa, que até final de julho deveria clarificar se apoiava ou não a candidatura de Sampaio da Nóvoa. É a reedição de um duelo Soares/Alegre - citando Duarte Cordeiro, o diretor de campanha socialista que desde domingo substitui Ascenso Simões -, nas vésperas de umas eleições "absolutamente decisivas para o futuro do país". Se assim é, não se percebe tamanha confusão. Os portugueses não veem um partido a pensar no futuro, veem um PS perdido nos labirintos do poder.