quinta-feira, setembro 08, 2005

A posição do Câmara Corporativa (a propósito do lóbi farmacêutico)

O CC aplaude quando é de aplaudir — mas não se exime a dar açoites quando entende que são merecidos. Ovacionámos no post anterior a atitude do Governo relativamente à redução dos preços de determinados medicamentos, mas continuamos atentos. É que há muito por fazer para reduzir os intoleráveis privilégios do lóbi farmacêutico.

Como não se cansa de sublinhar Vital Moreira, o Governo não pode adiar indefinidamente a adopção de uma medida essencial: “a liberalização da criação de farmácias!

Em idêntica linha, saibam os decisores políticos que o CC aguarda, com expectativa, as medidas a introduzir para revisão de preço dos medicamentos com preços fixados em função dos preços em vigor nos países de referência. O ministro da Saúde comprometeu-se, publicamente, a fazê-lo até ao final do ano, se não nos falha a memória.

1 comentário :

Anónimo disse...

Deixe-me apenas dizer que não há almoços grátis, e que se se mexer nas restrições de mercado das farmácias, terá que se mexer obrigatoriamente nos mecanismos de marketing e vendas do negócio, pelo que a liberalização da criação de farmácias deverá levar à autorização de publicidade e outras formas de promoção de marketing e vendas, e necessariamente à liberalização das margens.

Se o país fosse Lisboa ou o Porto, nada haveria a objectar a que o mercado assim funcionasse. Contudo, existe uma população envelhecida e empobrecida por esse país, grandes consumidores de medicamentos, que veriam o seu acesso a estes restringido pela limitação de concorrência, e não seria assegurado o necessário acesso uniforme de toda a população a cuidados de saúde em condições idênticas.

Claro que pode liberalizar só a instalação de farmácias sem mexer em mais nada, mas aí então as coisas seriam ainda piores, com os distribuidores do interior a ficarem em condições financeiras insustentáveis, que levariam a uma perda acentuada da qualidade do serviço que, como imagina, pode causar graves problemas às populações.

NS