A palavra aos juízes

Do programa eleitoral da lista encabeçada pelo Juiz Desembargador António Martins, que se opõe à lista apoiada pela actual direcção da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, retiramos o seguinte extracto:

“Juízes que (…) não se revêem na forma como tem sido exercida a sua representação associativa, consubstanciada, no essencial, em meras reivindicações pontuais e desinseridas de um projecto global de dignificação profissional do juiz e de melhoria do sistema de justiça.

O actual modelo de representação dos juízes, que vem fazendo o seu caminho há alguma anos a esta parte, apostando essencialmente na lógica do sindicalismo reivindicativo, está gasto, tornou-se inconsequente e chegou a um beco sem saída, demonstrativo que não passa de ilusão pensar que por aí se alcançarão as legítimas aspirações dos juízes.

Uma situação que não honra a herança que se inscreve no passado colectivo dos juízes portugueses, numa memória que apela fortemente ao empreendimento da mudança construtiva, considerando que as grandes mutações sociais e económicas exigem, com acrescida premência, um outro olhar e uma outra cultura de intervenção cívica, política e institucional.”