quarta-feira, março 15, 2006

Sugestão de leitura

O advogado Rodrigo Santiago dá hoje uma longa entrevista ao Público, que está disponível na Internet:
Eis uma parte da entrevista, que não dispensa a sua leitura integral:

    "P. – Os problemas da justiça são antigos, em Portugal. O que se passa para toda a gente falar agora de justiça?
    R. – O que se passa entre nós, a meu ver, não tem a ver com as leis. As nossas leis são muito boas, honram-nos em termos europeus. O que se passa é que as pessoas não querem trabalhar. Juízes, magistrados do Ministério Público (MP), advogados, todos acabam a licenciatura e ligam à terra. Nunca mais compram um livro, nunca mais reflectem sobre nada, há uma funcionalização geral. E em regra são pessoas razoavelmente remuneradas.
    P. – Como consequência dessa lei do menor esforço…?
    R. – … quando entram em vigor novas leis, as pessoas rejeitam-nas porque não querem perder noites e fins de semana a estudá-las. A esmagadora maioria dos juristas portugueses, magistrados judiciais, do MP e advogados, nunca leu todo o Código do Processo Penal uma única vez, vai-o lendo, à medida que é preciso estudar um instituto qualquer. Depois, é claro, os resultados são maus, as pessoas tornam-se muito conservadoras.
    P. – Sob esse aspecto distingue entre magistrados judiciais e do MP?
    R. – Sou conhecido por não morrer de amores pelo MP. Por diversas razões. Entendo que um juiz trabalha muito mais e tem mais responsabilidade que um magistrado do MP, por isso, a equiparação total entre as duas carreiras na prática gera os maiores constrangimentos, que não são aparentes, mas ocultos. Parece que tudo funciona bem entre um juiz e o procurador-adjunto que trabalha junto dele, mas na realidade não gostam uns dos outros, o juiz entende que trabalha mais do que o MP e que devia ser melhor remunerado, e o MP entende que não devia ser subalternizado em relação ao juiz. Daí os constantes conflitos – ainda que tácitos – entre eles."

7 comentários :

Qtolomeu disse...

E que me diz à liberalização das Farmácias que ficou na gaveta ad eternum?

Abriram umas poucas lojas com umas aspirinas, o Cordeiro ficou a rir-se, e o povo engoliu que nem anjinhos...

Anónimo disse...

Santiago! O homem que até um Ritto dispensou...ri-se de quê?!

Anónimo disse...

Engraçado este ilustre advogado. Fala mal de tudo e de todos, mas pelos vistos, o estado em que as coisas estão dá-lhe bastante jeito:



http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?idCanal=9&id=141807

Anónimo disse...

Esta táctica de pôr todos contra todos ainda vai dar tristezas ao Miguel "His Master's Voice" Abrantes...

Anónimo disse...

"O advogado de Coimbra, que tirou Ritto da cadeia, apresentou uma factura de 60 mil euros de trabalho efectivo ao computador – ficaram de fora quaisquer outras despesas – mas o embaixador recusou-se a pagar, alegando que se tratava de uma quantia exorbitante.

Rodrigo Santiago entrou então com um processo por cobrança de honorários na Boa-Hora, que actualmente se encontra suspenso. A juíza Ana Peres entendeu que a questão tinha de ser resolvida nas varas cíveis e o causídico recorreu."

Azar, a entrevista ter saído hoje...

Anónimo disse...

60.000 € para fazer o quê? Para ludibriar, baralhar e voltar a dar em proveito próprio. É assim a vida de alguns ilustres causídicos, que não querendo ser únicos na arte de bem enganar o próximo, xafurdam todos com lama: «somos todos iguais», dizem eles. Não somos,não!

Anónimo disse...

Pois não são todos iguais. O Santiago dá a cara e você não!