sábado, abril 15, 2006

A(s) vírgula(s)

Evite guardá-las num saquinho e só as distribuir quando pensa que a prosa está concluída. João Pedro George, no Esplanar, n' A Arte da Pontuação, explica por que não o deve fazer:

    “Colocar uma vírgula antes ou depois de uma palavra pode ser uma questão de vida ou de morte. Em Perdón Imposible, José Antonio Millán relata-nos um episódio em que o imperador Carlos V, na iminência de assinar uma sentença de morte que dizia «Perdão impossível, cumprir a condenação», viu-se acometido por um ataque de magnanimidade e, antes de rubricar, resolveu corrigir a frase: «Perdão, impossível cumprir a condenação». Bastou mudar uma vírgula e salvou-se, assim, a vida de um homem.”

1 comentário :

VFS disse...

Sobre a importância, quase transcendente, da pontuação, exumo uma pequena história que absorvi nos bancos da primária. Durante o Estado Novo, a PIDE teria interpelado um homem que havia escrito numa parede: "Salaz deve morrer não faz falta à nação". Coagido a se justificar, o arguto homem teria alegado que a célere PIDE não tinha permitido a conclusão da frase. Viabilizada a conclusão, lia-se. "Salazar deve morrer? Não! Faz falta à nação!"

Elucidativo.
Saudações.