No princípio era o Verbo - a vida e a obra de um carregador de piano [4]

Como se vê, nesta luta sem quartel do Bem contra o Mal, o blogger Joel Timóteo trabalha, às vezes, em parceria com um outro emérito blogger, o José, famoso na blogosfera por não resistir à mais obscura caixa de comentários. Ambos estão na disposição de dar a vida para fazer Alberto Costa pagar com língua de pau a redução das férias judiciais (só as do Verão).

Associada a fome à vontade de comer, Alberto Costa não tarda é recambiado para o exílio, onde bem se poderá juntar a Vital Moreira, sem paradeiro conhecido. Um governante que tem a desfaçatez de nomear uma adjunta para o seu gabinete sem consultar o Duo José & Joel não pode ser seguramente uma pessoa de bem. O José, apanhado pelo blogger Joel Timóteo a disparatar numa… caixa de comentários, não lhe perdoa. Há ali, apesar de tudo, porque o José é bom rapaz, mas anda mal acompanhado, ainda uma leve hesitação: ele admite que possa haver “especulações e maledicências”, mas, para as evitar, o ministro deveria, ao menos, dar a conhecer, e passamos a citar, “os critérios de admissão a tão altas instâncias do poder executivo de Gabinete.” [Juramos a pés juntos que está conforme o original.]

Vá-se lá saber porquê, o José (e o blogger Joel Timóteo, encantado, secunda-o) quer que o ministro da Justiça — mas não o presidente da República, o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, os ministros em geral, os presidentes dos governos regionais, etc. — governe em parceria com a Grande Loja do Queijo Limiano. E isso faz jurisprudência na surpreendente blogosfera jurídica.

Ao José, sempre entretido a pousar em todas as caixas de comentários, nem tempo lhe resta para consultar a lei — que, no caso dos ministros, permite a nomeação de cinco adjuntos [“Já lá vão três, pelo menos.”]. E, como se não bastasse, baralha-se um tanto: adjuntos e assessores, é tudo a mesma tralha.

Muito embora visivelmente embevecido com a performance do partenaire, o contributo do blogger Joel Timóteo é, como em regra acontece, reduzido — se bem que aí resida o segredo do negócio. O aprimorado título vale o post: Chapéus, digo, critérios há muitos. Humor britânico como há muito se não via.

São estas tiradas de génio que fazem a diferença — e transformam o Verbo Jurídico num blogue imperdível.

PS — Andava um dia o José a esbracejar na caixa de comentários de um post escrito por Fátima Mata-Mouros. A magistrada judicial, dando ainda os primeiros passos na blogosfera, fez o seguinte comentário: "Bem, será que vou descobrir mais depressa do que pensava qual é a profissão do José?..."