Hoje, numa notícia minúscula, ficámos a saber imensas coisas. Que existia um Instituto Português da Juventude [o PRACE leva-o?], que esse instituto tinha uma comissão executiva, que essa comissão executiva tinha uma presidente, que essa presidente foi nomeada pelo Governo de Durão Barroso, que o Governo de Durão Barroso a descobriu no Porto, que o Porto fica a 300 quilómetros da sede do Instituto. Ficámos ainda a saber que a presidente pediu o subsídio de alojamento que uma lei vetusta lhe concede. Parece que até aqui não há discrepâncias entre a realidade e a ficção.
O problema é que a pobre jornalista decidiu ir nadar para fora de pé. E engoliu uns pirolitos. Alguém a convenceu de que o “subsídio de residência” acabara de ser criado por... despacho na sexta-feira passada e que, pelo facto de ter sido atribuído à Senhora D. Maria Fernanda, a presidente, 50 por cento de ajuda de custo diária que compete a um funcionário com vencimento superior ao índice 405, todos os que tenham um vencimento acima daquele valor têm direito a receber “o novo subsídio”.
Saber ler é uma bênção dos céus. Mesmo sem carteira profissional.
O problema é que a pobre jornalista decidiu ir nadar para fora de pé. E engoliu uns pirolitos. Alguém a convenceu de que o “subsídio de residência” acabara de ser criado por... despacho na sexta-feira passada e que, pelo facto de ter sido atribuído à Senhora D. Maria Fernanda, a presidente, 50 por cento de ajuda de custo diária que compete a um funcionário com vencimento superior ao índice 405, todos os que tenham um vencimento acima daquele valor têm direito a receber “o novo subsídio”.
Saber ler é uma bênção dos céus. Mesmo sem carteira profissional.
9 comentários :
Touché!!!
Já agora, essa dos Ministros - Sá Carneiro tinha residência no Porto, certo?
O Governo está a rever a situação. O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado não quer .........
http://www.ste.pt/actualidade/2006/06/MedEspRFP.pdf
http://www.tvnet.com.pt/news_texto.php?id=3729
« … o "pecado original" foi cometido em 1998, quando foram negociados os actuais tectos de emissão para Portugal sem se ter tido em consideração o esforço de convergência que a indústria portuguesa teria de fazer face à UE. Não há possibilidade de renegociar com Bruxelas, o que aumenta a probabilidade dos investidores portugueses irem para outros países onde esta questão ainda não se coloca».
Marrocos 1 - Portugal 0.
O “Miguel Abrantes” que veio explicar e defender com toda esta pedagogia (e as sempre oportunas referências à responsabilidade dos da outra equipa), a que dedicou uma boa parte da tarde de hoje, a bondade do subsídio de alojamento para membros do Governo, director-geral, secretário-geral e outros cargos expressamente equiparados da Administração Pública (pois se os decretos-lei respectivos até foram promulgados pelo Presidente da República de então e tudo), é o mesmo “Miguel Abrantes” que mais de uma vez por mês se refere em tom jocoso ao subsídio de compensação dos juízes ?
Não fora a pungente negação deixada por “Miguel Abrantes” numa caixa de comentários mais abaixo (“ Temas para um curso de comunicação social [1] “, posted by Miguel Abrantes @ 3.6.06) e seríamos levados a concluir que o Câmara Corporativa é um blogue oficioso do Governo.
Mas não. É tudo bloguismo naif e sem malícia.
Caro Anónimo [Ter Jun 06, 10:31:52 PM]:
Nunca discuti a existência do subsídio de compensação para os magistrados no activo. Apenas digo que deve ser cumprida a lei — pagando o correspondente IRS.
Mas não leu bem o que escrevi.
A culpa é do Sá Carneiro e do Cavaco Silva...
Eu sabia.
PS - Gostei da "notícia minúscula", do "Saber ler é uma bênção dos céus" e da "pobre jornalista"...
Só pérolas destas é que me fazem vir aqui amiude...
Caro Miguel:
Se calhar a culpa é do Salazar - bem espremedinho isto vai até à I república...
PS - Cumprimentos à Dutra, ao seu papá, à Marta e família e ao Afonso...
Ao anónimo “Miguel Abrantes”, Ter Jun 06, 11:09:56 PM
A sua série sobre este tema tem 3 vertentes:
1) O pagamento do IRS sobre o subsídio de compensação;
2) O pagamento do subsídio de compensação a magistrados jubilados;
3) O pagamento do subsídio de compensação a magistrados no activo (sempre que se refere a este subsídio escreve a palavra “habitação”, a rasurado, antes da palavra compensação);
Mas, pelos vistos, não leu bem o que escreveu.
Ou, então, é uma falha de memória, que uma consulta ao seu arquivo de posts resolverá.
Enviar um comentário