segunda-feira, julho 03, 2006

Em defesa do recreio

2.500 professores incapacitados de dar aulas por questões de saúde (para além de outros 3.000 com incapacidade temporária). A maioria invoca razões do foro psicológico. Andam pelas escolas, mas não dão aulas. Com excepção dos docentes que sofram de doenças oncológicas ou degenerativas, o Ministério da Educação quer que os professores, aqueles que se revelem incapacitados para dar aulas mas que estejam aptos para trabalhar, escolham uma carreira alternativa da função pública na qual gostassem de prestar serviço.

Os sindicatos estão em alvoroço: preferem ver os seus associados a vaguear pelo recreio. Para a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, a transferência dos professores incapacitados de dar aulas para outros serviços da administração pública seria "um desperdício de experiência". Estamos de acordo: quem vai depois ensinar os miúdos a jogar à macaca?

8 comentários :

Anónimo disse...

Cortar a direito é o caminho !

Anónimo disse...

É Preciso optimizar os recursos..os que estão sem leccionar mas vendem colchões, cosméticos e trens de cozinham, devem passar a estar ocupados...
O exemplo é uma forma de aprender
Cumps

Anónimo disse...

"É (sic) Preciso optimizar os recursos"

Nos casos que refere é apenas preciso punir os prevaricadores. Nos casos em que o "Miguel" insinua que os professores doentes nada fazem é preciso é parar de os insultar...

Ou estar doente, gostar de dar aulas, não o conseguir fazer e ter de estar 35 horas na Escola a fazer outras coisas é fazer nada...?

Eu falo por mim - tive uma doença de foro oncológico e optei por continuar na Escola.

Agora ser insultada por isso já me parece mal... O meu trabalho consta de fazer material usado em aulas e salas de estudo, em trabalhar na Biblioteca e manter a Fonoteca/Mediateca escolar, fazendo para tal 35 horas na Escola.

Se isto é "ensinar os miúdos a jogar à macaca" ou é "vaguear pelo recreio", então gostava de saber o que faz o "Miguel"...

Anónimo disse...

Há de tudo...há de tudo...
Profs a vender tupperwares e artigos da oriflame ...resmas deles...afastados do ensino por razões psicológicas.
Professores competentes existem tb muitos! Felizmente!Esses não têm que ter receios do acréscimo de exigência...
Cumps
Zé do Norte

Anónimo disse...

Não há dúvida que é uma medida acertada, pelo menos aparentemente, e, os profs sérios devem estar agradecidos pela medida.´Parece que é uma solução que dignifica esses profs que estão impossibilitados, por rarazões de saúde, de exercer uma actividade com dignidade. Para os calaceiros só há um caminho, o olho da rua.
Maria da Fonte

Anónimo disse...

Insultar, insultar, insultar...

Este governo no seu melhor.

Rui Diniz Monteiro disse...

2500 professores incapacitados? E ninguém se preocupa em saber o que se passa? Ou, pelo menos, saber se esta é a taxa "normal" em todos as profissões? E, se não é, tentar perceber porquê? Ou será que não interessa de todo saber porquê?
(só agora tive disponibilidade para aqui vir, pois estou há uma semana a corrigir exames nacionais de manhã à noite - daí este meu comentário tão atrasado)

Anónimo disse...

Cerca de 10% têm problemas graves do foro oncológico ou neurológico... Alguns têm doenças incapacitantes temporárias, como problemas de coluna ou fracturas. Os restantes são afectados por doenças profissionais contraídas ao trabalharem, mais exactamente do foro vocal ou do foro psiquiátrico...

Aliás o grupo com mais problemas psicológicos/psiquiátricos em Portugal são os professores - e, para perceber porquê, basta ouvir como a Ministra da Educação, esse sucedâneo rasca de Boaventura Sousa Santos, e a maneira como rebaixa todos os professores...