terça-feira, novembro 14, 2006

Em busca do eco perdido




Na sua homérica luta contra os poderosos, Souto Moura encarregou o procurador-geral adjunto Azevedo Maia de investigar o negócio que Daniel Sanches e Bagão Félix, ex-ministros do regressado Santana Lopes, assinaram três dias após as eleições legislativas de 2005. Estava em causa o concurso para a aquisição do Sistema Integrado das Redes de Segurança e Emergência de Portugal (SIRESP).

Um ano e tal depois, são feitas buscas a quatro das cinco empresas que integram o consórcio vencedor do concurso. Uma vez mais se revela a competência e o sentido de oportunidade na investigação criminal. Em vez de a busca ser feita 20 anos depois, faz-se logo no ano seguinte. Eis uma boa ideia, até para evitar a prescrição do procedimento criminal.

Se não fosse pedir de mais, seria engraçado saber se estas buscas urgentes deram resultado. Têm a palavra as fontes que fizeram chegar a notícia das buscas simultaneamente ao DN e ao Público.

Eu cá estou tentado a apostar que o Ministério Público ainda foi a tempo de apanhar o eco da voz do vice-procurador-geral Gomes Dias quando deu o tal parecer verbal a propósito da legalidade do contrato. Se for assim, basta meter o eco dentro de um envelope e juntá-lo ao processo. Será o envelope 10.

10 comentários :

Anónimo disse...

Post fenomenal. O eco... o eco...

Anónimo disse...

A brincar a brincar se mostra como se andou a brincar ás procuradorias.

O País tem uma cultura de reconhecer aqueles que nada fazem, passam por simpaticos e não chateiam. Se não fosse o caso da Casa Pia, tinha passado despercebido, passou por boa pessoa

Quando for o inverso, então temos País

Anónimo disse...

E desde quando o corrupto Daniel Sanches será chamado à pedra com um tal "eco" na PGR?

Dava para rir, se a questão não fosse séria!

Anónimo disse...

Mas o MP passado tanto tempo queria encontrar o quê nas empresas objecto das buscas ?

Anónimo disse...

O PGR vai ter muito trabalhinho...

Anónimo disse...

O ministro da justiça é socialista
O pgr e o vice são propostos por este governo e são do agrado do Miguel
O sindicato dos juízes vai passar a associação cívica
O presidente o STJ faz discursos de Estado (o Miguel só lhes pega pelo burlesco)
O contraditório morreu (http://dizpositivo.blogspot.com/2006/11/at-sempre-dizpositivo_15.html)
Espero que continue a haver polémica

:) estão à porta as eleições para o CSM!!!!

Anónimo disse...

mais uma vergonha bem montada. dois anos passados é que relatam às escondidas e de forma lodosa (ratazanas) fazem chegar à imprensa "amiga" esta bomba?.. O que andou esta cambada a fazer durante dois anos? deram tempo para que provas houvessem as fizessem desaparecer? Ou, presumo, para entalar o novo Procurador. Vou por aqui.
Esta gente é muito perigosa, à que atacar de frente utilizando as mesmas armas e destruir este verme que corre dentro do mp. São métodos estalinistas e gravosos para a democracia portuguesa.
kavako

Anónimo disse...

Acrescentarei apenas que a carta agora jogada pelo MP, através do Magistrado que terá ordenado ou presidido às buscas, saltou, como muitas outras anteriormente, na «altura própria»: atacar Gomes Dias e, por via deste, Pinto Monteiro. Nem sequer souberam disfarçar...!
Razões elementares de bom senso faz com que pessoas minimamente esclarecidas e precavidas não acreditem na sinceridade da operação policial. Que diabo, com um Inquérito daquele gabarito pendente há mais de ano e meio, só agora é que fazem buscas...!
Na suposição de que houvesse o tão propalado tráfico de influências, alguém acredita que fosse possível encontrar provas depois de tanto tem passado? Ou o magistrado é ingénuo ou foi induzido a agir por outras razões, por más razões.
Se foi por boas razões, relevaria de ingenuidade e estupidez. Neste caso, deveria ser punido por incompetência.
Pelas más razões, estas são necessaria e temporalmente dirigidas ao novo Vice-PGR e ao próprio PGR. Gomes Dias é eleito a 3 de Novembro de 2006, uma sexta-feira. Na semana seguinte, a operação é desencadeada...
Chama-se a isto gestão política de Inquéritos, o que constitui crime. Nem será difícil fazer a prova.
Capice?

Anónimo disse...

OS CRIMINOSOS, SÃO OS MAGISTRADOS QUE:
AO LONGO DE DECADAS COLABORARAM E ATÉ PERMITIRAM O SARCEAMENTO DAS LIBERDADES FUNDAMENTAIS;
SÃO CORRUPTOS E QUE ACTUAM À MARGEM DAS LEIS DEMOCRATICAS;
OS QUE VIOLAM E DIVULGAM PARA O EXTERIOR, MATERIAS ABRANGIDAS PELO SEGREDO DE JUSTIÇA;
UTILIZAM A JUSTIÇA COMO ARMA DE ARREMESSO POLITICO, COM FINS INCONFESSAVEIS E DE INTERESSE CORPORATIVO. MUITO MAIS HÁ PARA DIZER. FICA PARA O CAPITULO SEGUINTE.
KEITA

Anónimo disse...

Da Agenda do PGR; dia 21, às 15H30, reunião com o inspector titular do Inquérito SIRESP.Todos esperemos que Pinto Monteiro assuma o que tem de assumir e processá-lo disciplinarmente por, estando o Inquérito pendente há mais de ano e meio, só agora ordenou a realização das buscas.
Se o timing para as buscas só tem lugar logo a seguir à eleição de Gomes dias como vice-Procurador Geral da República, deverá ser expulso da magistratura a que pertence, por gestão política do Inquérito, que constitui crime.