Numa entrevista muito instrutiva, Sara Pina explica hoje à Visão como Souto Moura mentiu descaradamente em relação às declarações que a sua ex-assessora de imprensa prestou, em 2004, ao Correio da Manhã pelo telefone e que apareceram transcritas na imprensa.
Souto Moura, com a “honestidade” de que os seus amigos falam, veio dizer que “o meu gabinete nada teve a ver com isso”, que “eventualmente serei culpado por não ter vigiado suficientemente aquela senhora” e que a matéria iria “ser objecto de investigação num processo pendente no DIAP de Lisboa”.
Estas três declarações de Souto Moura têm uma característica em comum: são todas redondamente falsas. O gabinete de Souto Moura, ou seja, ele próprio, teve tudo a ver com a informação soprada para o Correio da Manhã, foi o então procurador-geral que deu instruções a Sara Pina e a pretensa investigação no DIAP de Lisboa foi um embuste para enganar os crédulos.
Vejamos:
Sara Pina afirma, com espanto, que nem sequer foi ouvida no DIAP. É de espantar, realmente. Então a pessoa que falou com o jornal nem sequer foi ouvida no inquérito? Mas, depois, compreende-se por que não foi ouvida. Sara Pina explica que todas as informações que deu eram do conhecimento de Souto Moura: “Os jornalistas colocavam-me questões que eu transmitia ao procurador-geral que me dizia o que fazer, mesmo porque eu nunca tive acesso a processos em investigação.”
Perguntada sobre se tinha provas do que afirma, Sara Pina é peremptória: “Tenho.” As provas que a ex-assessora de imprensa possui são os memorandos escritos pelo punho de Souto Moura, com o qual “reunia (…) várias vezes ao dia para lhe dar conta do que se ia passando e obter as informações que devia dar.”
O especialista em declarações avulsas em vãos de escada aos costumes disse nada. A Visão bem andou atrás de Souto Moura para obter um comentário sobre estas gravíssimas declarações da sua ex-assessora de imprensa, mas o ex-procurador-geral fingiu-se de morto.
Ficamos à espera para ver se Souto Moura processa Sara Pina por difamação. É que a ex-assessora merece. Atraiçoou-o ao não ter sido suficientemente vigiada e, para cúmulo, aparece a acusá-lo.
Quanto ao DIAP de Lisboa, fica uma dúvida: a mania de não ouvir o suspeito, não vá ele prestar declarações comprometedoras, vale em todos os processos ou este foi apenas uma excepção?
10 comentários :
Vale para todas as ocasiões onde as declarações possam vir a comprometer, ainda mais, os "pilhares" desta cloaca plantada à beira mar.Não vá o feitiço voltar-se contra o feiticeiro.
E o gato não é demitido nem nada?
Este homem ainda mexe? Quando é levado a juízo, pelas trapalhadas à margem da lei por ele cometidas?
Finalmente começa-se a perceber que o gato, além de incompetente e deslavado é um grande MENTIROSO.
E a "justiça" teve esse gajito durante seis anos à frente da PGR!?
Safa!!!
A justiça continua a desfazer-se debaixo dos nossos olhos.
Estamos feitos ao bife!
O gato nunca me enganou, mas é estúpido. Primeiro sacrifica a miúda e depois ainda a pica! Estava à espera de quê apesar da subserviência ao MP do pai da miúda?
O que é grave nesta estória mal contada nem sequer são as mentiras do ex-procurador ou da dita Sara Pina! O que é grave é a actuação concertado do MP no sentido de abafar os casos que não lhes interessa que sejam conhecidos. O que quer dizer que o tal inquérito ao não ouvir a principal interveniente, ou não existiu ou foi pura e simplesmente manipulado! Isto, garanto-lhes eu, é prática corrente no MP! Um exemplo: Num acidente ocorrido em via rápida em que os dois sentidos da marcha, estão divididos com duas linhas continuas, a BT levanta um auto a referir que o condutor do motociclo invadiu a faixa de rodagem contrária e que, por esse motivo terá sido o causador do acidente... Curiosamente, ou não, vá-se lá saber porquê o MP, sem ouvir o agente da BT e sem mencionar o auto de noticia, que dá início ao procedimento, acusa o condutor do veículo automóvel precisamente, daquilo que a BT refere como tendo sido praticado pelo motociclista... Certamente que esta acusação não tem nada a ver com uma situação de favorecimento do MP....!!!??? Sendo que curiosamente o motociclista era familiar dum procurador... Coincidências.....
Outro exemplo: experimentem fazer um requerimento de aceleração processual de inquérito criminal, e certamente vão receber, uma notificação da acusação datada de 3 meses antes e logo de seguida um despacho do Procurador(cessante) a dizer que, uma vez que já existe acusação nada se deve fazer.... Assim funciona o MP do Cluny e quejandos!! Porque haveria de funcionar de maneira diferente no caso relatado???!!!!
Espero que este Procurador ponha cobra a seta situação!!! Sendo certo que, estou convencido, a maioria dos mps são gente séria, embora enquadrados por uma organização que manipula e influencia estas situações. Vícios de controleiro!!!!...
O Advogado do Diabo
Espero que nude com e acusa Ao CSMP
A minha ingenuidade é tanta que ate me custa a crer que seja verdade, para mais tratando-se do meu ex PGR,sendo, é, um pilar da demcracia e da verdade.
Uma democracia na base da mentira é pior que um ditadura, penso eu.
Aguardemos pelos proximos capitulos, não abona nada a incerteza.
Confirmando-se a existência de “memorandos escritos pelo punho“ do Gato e na eventualidade de abertura de inquérito, aconselha-se o felino a contactar o deputado António Preto, de modo a que, na data da realização de possível perícia caligráfica, tenha o apoio de ortopedista especializado em gessos para imobilizar a mão com que escreve.
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