sexta-feira, janeiro 26, 2007

A “ruína lenta de Carmona”


Vasco Pulido Valente dedica a sua crónica de hoje, no Público, a analisar a “trapalhada” em que se converteu a Câmara de Lisboa, tendo concluído que “o lixo acumulado chegou a um ponto em que não se limpa com menos do que uma grande vassourada, ou seja, de eleições.”

É difícil estar em desacordo com esta conclusão de Pulido Valente. O problema vem a seguir, quando atribui a responsabilidade absoluta deste estado de coisas a “Santana e Carmona”. Então, o actual executivo camarário, depois de uma limpeza completa dos santanistas que constituíam o anterior executivo, não é composto apenas por mendistas, a ponto de o próprio Carmona ter cortado com Santana Lopes?

Como até sublinha Pulido Valente, não é por causa, ou exclusivamente por causa, da investigação da Judiciária aos negócios com a Bragaparques que a Câmara de Lisboa chegou a esta situação. Marques Mendes, que escolheu a dedo a equipa que lidera o Município de Lisboa, sai são e salvo do atoleiro?

7 comentários :

Anónimo disse...

Dê uma leitura no
oportugalprofundo.blogspot.com
posta: Inteiro
e o josé

Anónimo disse...

Parece que o lobby do betão que representado pela tal agência de comunicação que propôs primeiro os seus serviços ao Carrilho está a proceder á cobrança dos serviços prestados. Será que o Carmona e o Mendes ainda pensam que existem almoços grátis?!!!!! A eleição do Carmona, nos termos em que foi obtida envolveu muito investimento.

Anónimo disse...

Bom
Ouvi na sic n o Santana
Se o homem põe a boca no trombone ???
Estava pior que estragado

Anónimo disse...

Comentarios

Caro António
Afinal no Caso Esmeralda também são os "Poderosos" contra os Fracos "Pobres". Afinal o Sr. Sargento tem amigos e familiares de "peso".
Informação recebida do nosso amigo Azinhal e que coloquei num Postal
http://novafloresta.blogspot.com...e-e- famlia.html
Luís Bonifácio | Homepage | 26.01.07 - 10:54 am | #

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Era para publicar este texto na Loja.
Porém, fica aqui, por enquanto.
Sobre o caso Esmeralda e sobre o levantamento, em termos mediáticos que ocorreu nestes dias que passam, levando a autênticas audiências de julgamento popular do julgamento efectuado pela instância judicial, há ainda coisas importantes para dizer e saber.
O interesse público que o caso levantou e que transfere já para outras áreas o interesse primordial que se centra à volta da menor Esmeralda, permite que se equacionem outros problemas e outras questões sobre o nosso modo de viver em democracia.

A informação que consta deste postal no blog Nova Floresta levanta uma série de questões que poderiam e deveriam ser averiguadas.
Como?
Há factos que são apresentados como verdadeiros e carecem de comprovação.
Por exemplo, os relativos à familiaridade do sargento em prisão preventiva, mas já condenado em primeira instância.

Em primeiro lugar, saber quem é efectivamente o sargento Gomes. É verdade que será sobrinho do coronel Carlos Matos Gomes, conhecido militar da Associação 25 de Abril? E daí?! - pode muito bem perguntar-se. Poder, pode, mas as respostas que se seguirão, acentuam a necessidade de se saber mais outras coisas que estão agora na berlinda da curiosidade pública suscitada pelo caso.
Sabe-se que neste país ( esta expressão antiga é uma delícia para repristinação), a curiosidade e a tentação da reprodução infiel das versões historiadas dos acontecimentos e factos, assenta muitas vezes na incorrecção factual mais rasteira e desmentível. O boato e a escandaleira artificiosa, em Portugal , atingem as raias de uma paranóia em sentido contrário e animada de grande velocidade. O boato, em Portugal, é um verdadeiro tgv virtual, transportado pelo vento.
O parece que é, muda-se em facto solidificado em poucas horas de vida.
Aconteceu isso mesmo com a sentença que condenou o sargento Gomes, através da alteração do conteúdo da mesma, em modo célere como as ondas de rádio de uma TSF e até ponderado como uma notícia de jornal.
Torna-se por isso legítimo perguntar, antes de afirmar seja o que for, quem é realmente o sargento Gomes e se os laços familiares que o ligam a um coronel Matos Gomes, autorizam que se possa dizer que houve ajuda específica do mesmo para o caso concreto, relativo ao pedido de habeas corpus, em âmbito nacional. Se não houver laços familiares ou a afirmação não for verdadeira, a questão morre aí mesmo, abortada antes das dez semanas.
Houve ou não ajuda, é, por isso, a primeira pergunta a seguir àquela indagação prévia.
Em seguida, e se houve mesmo ajuda, de que tipo se tratou? Telefonemas para aqui e para ali, com preocupação concreta sobre o destino de um pobre sargento condenado em pena pesadíssima? Nada de especial, se de facto aconteceu. Compreensível, humana e desculpável, mesmo sem necessidade de desculpa.
Como se afirma no blog citado, o autor do texto, refere ligações do coronel Carlos Matos Gomes com a campanha pública de angariação de simpatia para com o sargento detido, num sentido que contraria e até vilipendia uma decisão judicial, legitima, do poder judicial. Ora , aqui, já releva saber mais alguma coisa.
A carga extremamente negativa que recaiu sobre a decisão judicial concreta, primeiro sobre uma juíza que presidiu a um colectivo e depois, por antonomásia bem esforçada pelos media, alargada amplamente, a todo o poder judicial e a todos os juízes e a quem os defenda, autoriza a que se questione todo este processo e se exijam explicações simples para questões ainda mais simples.
A afirmação de que o coronel Carlos Matos Gomes, é militar de Abril, da própria Associação 25 de Abril, abre uma porta de curiosidade legítima: saber como é que Manuela Eanes e ainda Maria Barroso se interessam concretamente por um assunto desta natureza, tão particular e tão cuidadosamente apresentado como uma questão cívica de interesse geral, é a pergunta que terá de se lhes colocar. A resposta será também de uma simplicidade desarmante, estou em crer. Conhecem ou não o militar em causa? Houve pedido, directo ou indirecto, para ajuda? Simples resposta, como se poderá esperar.
Depois dessas questões resolvidas, ficam no âmbito da especulação ilegítima em termos de publicação afirmativa, mas inteiramente legítima em termos de cogitação, as relativas às coincidências de moradas, de desencontros policiais e de desinteresse em encontrar a criança desaparecida e que justificou a consideração de um sequestro.
Resta ainda por apurar e com muito cuidado, nas potenciais afirmações que se poderão aduzir, como é que a menor foi parar às mãos de uma família com potencial adoptivo.
No fundo, indagar em sindicância breve, como é que funciona o serviço de adopção na área local em que a mesma se há-de resolver. Não sendo legítimo afirmar, sem provas, que a criança foi comprada, a suspeita que se levanta, sendo também legítima, exige muita calma indagadora. Mas firmeza também.
Neste limbo de irresponsabilidade em que os blogs podem efectivamente cair, há uma twilight zone de interesse relevante para a opinião pública: saber a verdade sobre aquilo que nos entregam de mão beijada ou a troco de uma pequena moeda, os jornalistas profissionais.
Não sendo os blogs, propriamente, o equivalente dos locais onde se discute publica e impunemente tudo e todos, como acontece em locais de convívio reservado a conhecidos e amigos, que respeitam e descontam exageros de linguagem e outras farronquices, despeitos, tolices, disparates e balelas, são ainda assim, um lugar de potencial informação útil e relevante.
O caso concreto, parece-me um desses..
josé | Homepage | 26.01.07 - 12:40 pm | #

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Obrigado, José pela sua dúvida metódica que aconselha, creio eu, uma investigação da Procuradoria-Geral que até agora não conhecemos ter sido desencadeada.

Fiz também um comentário do que escreveu no Nova Floresta do Luís Bonifácio - http://novafloresta.blogspot.com - que irei procurar copiar para aqui, com licença do dono da caixa florestal...
António | Homepage | 26.01.07 - 2:06 pm | #

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Todavia, José, a questão não está nessa eventual ajuda do coronel Matos Gomes (Vale Ferraz). Mas na investigação das outra sinformações/ boatos - a falta de colaboração da PSP do Entroncamento na averiguação do paradeiro da pequenina e sua entrega ao tribunal e o processo de entrwga da menor ao´sargento Gomes e esposa que mantém a sua guarda.

Infelizmente, do que percebi da discussão legal no Prós e Contras não há possibilidade de adopção pelo casal Gomes, uma vez que o tribunal reconheceu o pai biológico como pai - e como o reconheceu como pai, e ele não concorda com a entrega ao casal Gomes, mesmo se a mãe o faz, não é possível a guarda da criança pelo casal Gomes. Só com outra lei: será assim?

O que este caso sugere é que, independentemente deste caso mediático, o povo não concorda com os procedimentos de regulação do poder paternal:
1. Negligência da criança enquanto se averigua a paternidade biológica e se fixa a paternidade legal, intervindo ao que parece o tribunal apenas depois desse facto (ou então desconhecendo o paradeiro da criança, ou não cuidando dele - o que dá no mesmo);
2. Prazos de adopção. Parece que nos EUA se concede aos pais (mães na maioria dos casos, já que os pais não estão determinados na maior parte das vezes) - um prazo de 24 Horas para "ame-o ou deixe-o". Findo o qual a criança fica à guarda de uma instituição que depois a entregará a quem a quiser adoptar. Ora, disse-me minha irmã que viu na TV uma explicação de uma responsável de um destes centros portugueses de guarda (ali para Vila Franca de Xira) que á criança só pode ser adoptada se num prazo de seis meses algum dos progenitores não visitar a criança - e normalmente aparecendo um cerca de 15 dias antes do prazo, cujo contador retorna a zero.
3. Punição do abandono da mãe grávida pelo Baltazar, e da criança ou falta de provimento do seu sustento enquanto a paternidade não estava determinada - aí no caso concreto, entramos na posição da mãe na sentença de Salomão que se dispõe a dar a sua filha para que ela não seja esquartejada.
4. Procedimentos e prazos para as diligências processuais - a tal transcrição da lei (a que chamam, por hipérbole, "legislação comparada) estrangeira (alemã?) para português, mais o garantismo utópico-esquerdista face aos "bons selvagens" não parece acomodar a gravidade do quotidiano destes casos urgentes.

Relativamente ao tribunal - a questão da dança dos processos entre tribunais por causa do local de residência dos arguidos (fora a remessa hostil de processos de umas comarcas para outras para alijar temas quentes, aborrecimentos e chatices) de tão obsoleta, num país que se corre em meia dúzia de horas na direcção norte-sul e três horas no sentido leste-oeste, nem merece grande comentário porque parece ser causa de atraso sistemático de andamento de processos - sobram ainda algumas questões:
1. O que fez relativamente à criança entre o facto do seu nascimento de pai incógnito e a determinação da paternidade legal do pai?
António | Homepage | 26.01.07 - 2:12 pm | #

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2. Quando soube da entrega ao casal Gomes o que fez o Tribunal (e quando fez) para conseguir a criança de volta ao pai?
3. Quais as diligências, e respectivas datas, do tribunal para a PSP para detrminação do paradeiro da criança e sua entrega ao pai legal?
4. Por que não solicitou (se é que não solicitou...) o empenhamento da PJ na determinação do paradeiro da criança, através do sargento Sousa que tem uma profissão que lhe impede a clandestinidade?
5. O que fez para reprimir a ameaça (que o texto do acórdão divulgado refere) do casal Gomes à mãe Aidida de denúncia ao SEF por emigração ilegal em Portugal?
4. O que fez relativamente ao pai Baltazar (se é que a lei permite fazer algo) pelo abandono da Aidida grávida à sua sorte, mesmo após a sua informação de que ele seria o pai da criança e pelo abandono da mãe e da criança após o nascimento da E. cujo nome aliás será a da avó
o do Baltazar?
5. Que garantia tinha o tribunal do pai Baltazar de bom sustento e guarda de sua filha que não cuidou de saber se era mesmo sua, nem aceitou como tal, senão quando compelido pelo tribunal?
6. Quais as diligências que o tribunal executou junto de Aidida para conhecer o paradeiro da criança enauqnto decorria o processo de regulação do poder paternal? Quais as diligências que executou junto de Aidida depois de saber que ela tinha entregue a criança à guarda do casal Gomes?
7. Quais as diligências que o tribunal tomou relativamente à eventual falta de cooperação da GNR do Entroncamento?
8. Quais as diligências que o tribunal tomou face à forma estranha de entrega da criança pela Aidida ao casal Gomes através de intermediários?
António | Homepage | 26.01.07 - 2:24 pm | #

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Poderíamos continuar, fazendo mais perguntas. Mas sobra-me a convicção, formada somente pelos factos já conhecidos, da inoperabilidade do sistema legal e de negligência judicial e policial. Ora, essa convicção, enquanto pessoa informada do texto do acórdão e do que tem sido publicado a respeito do caso, deve ser removida com informação da validade e aplicabilidade da lei e do sistema burocrático que gera, da diligência policial e da prudência dos magistrados envolvidos.
António | Homepage | 26.01.07 - 2:25 pm | #

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....o ambiente começa a ficar estranho, os lobos uivam, ouve-se o silêncio....só os Euros seguram as cordas!
jose sarney | 26.01.07 - 6:18 pm | #

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Anónimo disse...

Colocado por Luís Bonifácio às 18:59 Um Bitaite (1) | Trackback (0)

Conspiração ou Iliteracia aplicada
Ontem assisti a um dos piores programas de informação que tenho memória.
Na casa do artista montou-se um verdadeiro circo romano, destinado a atirar aos leões o pai Baltazar e o sistema de justiça português.

Pergunta de Fátima “Imperador Nero” Ferreira:
“Temos um pai adoptivo “sequestrado” num presídio?”
Resposta de um “Gladiador”, alegado “professor Universitário” de direito:
“Sim, Sim”

Uma senhora histérica levanta-se e gagueja qualquer coisa para o microfone. Por momentos pensei que estivesse a ver uma “entrevista TVI a um popular”. Não a senhora era também uma “alegada” professora Universitária de Direito.

O Advogado de defesa (cristão), tenta com educação e elevação moral explicar a situação, Fátima “Imperador Nero” Ferreira interrompe-o constantemente, no que é apoiada com vaias e insultos ao causídico, por parte do público

Levanta-se um Jornalista, apresentado como director do Diário de Notícias que diz:
“Eu não sei porque é que o Sargento Gomes está preso, não consigo compreender”
O representante do Sindicato dos Juízes, com educação e suprema ironia responde-lhe “Você fala sobre aquilo que não sabe”, o resto do ignorante público não deve ter percebido a afirmação do Juiz.

Esta histeria enoja-me e prefiro pensar que isto tudo não passa de uma manifestação de iliteracia aplicada, consubstanciada em profissionais do jornalismo e do direito a opinar sobre sentenças que não leram, ou se as leram, não as entenderam. Se não entendem aquilo que lêem, então a Jornalista Campos Ferreira, o Jornalista director do DN e os dois “Alegados” professores Universitários de Direito devem voltar ao ensino básico (Escola Primária) para reaprenderem a ler e não fazer figuras de urso em frente às câmaras.

Se não estamos perante uma caso de iliteracia aplicada então é mais grave, é uma conspiração destinada a destruir o Sistema de Justiça ou a lançar meras cortinas de fumo para desviar atenções.

Uma coisa é certa, este caso demonstra a gritante falta de nível que grassa na classe jornalística portuguesa e na estrutura dirigente dos meios de comunicação. Não espero que os poucos jornalistas competentes que restam, tenham força para calar os colegas incompetentes e de uma vez por todas “INFORMAR” os Portugueses como deve ser e não armarem-se em paladinos de um direito não alicerçado na Justiça.

Anónimo disse...

ESMERALDA TAMBÉM FOI ISABEL

A mãe biológica revelou ontem que a menina, que está a ser disputada na Justiça, se chamou Isabel nas primeiras semanas. “Ficou Esmeralda porque a mãe do Baltazar se chama assim”, explicou Aidida Porto. Hoje, a menina é tratada por Ana Filipa na família Gomes, a única que conhece e que a acolheu aos três meses. Aidida Porto justificou a entrega da filha ao casal com a falta de dinheiro e com o facto de estar ilegal no País. As dificuldades económicas levaram-na – para alimentar a filha – a aceitar a proposta de um indivíduo que lhe ofereceu dinheiro em troca de sexo, contou.

Notícia do Correio da Manhã, de 26.1
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?idCanal=0&id=228889


Afinal, a creditar nas notícias vindas a lume, a mãe biológica faz sexo por dinheiro.
Chamar-lhe prostituta é um exagero.

Anónimo disse...

Neste 'post' aborda-se a questão da CML pelo que não vejo o propósito de se comentar outras coisas a não ser isso. Não costumo ler as análises de VPL mas que ele às vezes tem razão no que diz lá isso tem. As trapalhadas na CML já vêm muito detrás. Agora surgiu o caso do Parque Mayer, mas julgo que irão surgir mais. Esclareça-se também os casos da EPUL, EMEL, Policia Municipal e de outrs Empresas Municipais. Analisem, verifiquem e hão-de ver que muito mais vai surgir. Se executivo é só composto por mendistas? É. Este e muitos outros, mas se esse senhor cumprisse aquilo que prometeu em 2005 de levantar processos disciplinares a todos os PSDês que integraram outras listas,contra o partido, concerteza que hoje teria metade ou menos dos militantes. Será que ele não se apercebeu de que em tudo que se mete dá para o torto. A sua incapacidade é total.