Consternada pelo lapso de Bagão, Mafalda veio em sua defesa. Afirma, em síntese, que o Código Civil, no direito sucessório, reconhece direitos ao nascituro, embora este ainda não tenha personalidade jurídica, porque essa depende do nascimento completo e com vida, nos termos do artigo 66.º do Código Civil.
Quero aqui deixar, antes do mais, uma palavra sobre Bagão Félix. Apesar da linguagem um pouco truculenta, reconheço, sem dificuldade, que só falei em burrice para não falar em fanatismo. Que pode levar um homem com formação académica superior, que já foi ministro, a ler a expressão “nascituro não concebido” e pensar que se está a falar de um embrião? Apenas uma coisa: o fanatismo. Bagão Félix estava a ler, mas tinha o espírito aprisionado pela sua cisma anti-IVG. Mas é isto que torna pouco credível o discurso dos adeptos do “Não”!
Com raras e honrosas excepções, são pouco lúcidos. Confundem argumentos, mentem no plano científico e acabam mesmo na confabulação pura. Ainda os ouviremos dizer, antes do referendo, que conhecem fetos de dez semanas que são compositores, romancistas ou alpinistas. E temos de lhes fazer justiça — eles acreditam mesmo no que dizem.
Em comparação com Bagão, a Mafalda é mais cerebral. Refugia-se na linguagem do direito para dizer umas tretas com pretensão técnica. Mas há que reconhecer que é pouco imaginativa. Eis o fado completo da Mafalda:
Quero aqui deixar, antes do mais, uma palavra sobre Bagão Félix. Apesar da linguagem um pouco truculenta, reconheço, sem dificuldade, que só falei em burrice para não falar em fanatismo. Que pode levar um homem com formação académica superior, que já foi ministro, a ler a expressão “nascituro não concebido” e pensar que se está a falar de um embrião? Apenas uma coisa: o fanatismo. Bagão Félix estava a ler, mas tinha o espírito aprisionado pela sua cisma anti-IVG. Mas é isto que torna pouco credível o discurso dos adeptos do “Não”!
Com raras e honrosas excepções, são pouco lúcidos. Confundem argumentos, mentem no plano científico e acabam mesmo na confabulação pura. Ainda os ouviremos dizer, antes do referendo, que conhecem fetos de dez semanas que são compositores, romancistas ou alpinistas. E temos de lhes fazer justiça — eles acreditam mesmo no que dizem.
Em comparação com Bagão, a Mafalda é mais cerebral. Refugia-se na linguagem do direito para dizer umas tretas com pretensão técnica. Mas há que reconhecer que é pouco imaginativa. Eis o fado completo da Mafalda:
1.º Começa sempre por fazer uma profissão de fé contra o legalismo;
2.º Depois, vai à lei buscar umas normas que interpreta mal e não enquadra sistematicamente;
3.º Conclui triunfantemente o silogismo, defendendo um princípio geral.
Nesta última parte, a Mafalda vai ao direito das sucessões procurar no conceito de “capacidade sucessória passiva” apoio para a sua tese, segundo o qual o feto tem direitos, mesmo antes de ter personalidade.
É claro que a Mafalda não compreendeu que é um absurdo jurídico dizer que alguém tem capacidade antes de possuir personalidade. A personalidade é condição da “capacidade de gozo” e da “capacidade de exercício”. Sem personalidade jurídica, ninguém pode ser titular de direitos (“capacidade de gozo”) ou exercê-lo por si mesmo (“capacidade de exercício”).
Aquilo que o Código Civil contempla é um direito que é projectado na esfera jurídica de alguém ou logo que ele nascer. Trata-se de uma espécie de expectativa ou direito sujeito a condição suspensiva (só surgirá na ordem jurídica se e quando o seu destinatário nascer).
É claro que a conversa de Bagão é especialmente hilariante, porque ele, utilizando a mesma linha de raciocínio da Mafaldinha, levou o Código Civil ainda mais longe. Concluiu que, uma vez que se afirma que os “nascituros não concebidos” podem ser contemplados em testamentos (têm “capacidade sucessória passiva”), então são já titulares de direitos. Pequeno lapso lógico: como os “nascituros não concebidos” não existem, é difícil sustentar, sem provocar uma risada alarve, que eles têm direitos.
Mas, na opinião de Mafaldinha, estamos em presença de minudências (o “legalismo”). A Dr.ª Mafalda é que sabe. Faz uma interpretação restritiva da norma, dá como não lida a expressão “não concebidos” e conclui que os nascituros já têm direitos mesmo sem personalidade jurídica. Com uma ajuda deste peso, é de recear o pior. Lá para o fim da campanha, o guru Bagão, “colaborador especial” do blogue da Mafalda, voltará a empunhar o Código Civil para provar que os concepturos que nunca chegam a ser concebidos também têm direito à vida!
[Publicado originalmente no Sim no Referendo]
É claro que a Mafalda não compreendeu que é um absurdo jurídico dizer que alguém tem capacidade antes de possuir personalidade. A personalidade é condição da “capacidade de gozo” e da “capacidade de exercício”. Sem personalidade jurídica, ninguém pode ser titular de direitos (“capacidade de gozo”) ou exercê-lo por si mesmo (“capacidade de exercício”).
Aquilo que o Código Civil contempla é um direito que é projectado na esfera jurídica de alguém ou logo que ele nascer. Trata-se de uma espécie de expectativa ou direito sujeito a condição suspensiva (só surgirá na ordem jurídica se e quando o seu destinatário nascer).
É claro que a conversa de Bagão é especialmente hilariante, porque ele, utilizando a mesma linha de raciocínio da Mafaldinha, levou o Código Civil ainda mais longe. Concluiu que, uma vez que se afirma que os “nascituros não concebidos” podem ser contemplados em testamentos (têm “capacidade sucessória passiva”), então são já titulares de direitos. Pequeno lapso lógico: como os “nascituros não concebidos” não existem, é difícil sustentar, sem provocar uma risada alarve, que eles têm direitos.
Mas, na opinião de Mafaldinha, estamos em presença de minudências (o “legalismo”). A Dr.ª Mafalda é que sabe. Faz uma interpretação restritiva da norma, dá como não lida a expressão “não concebidos” e conclui que os nascituros já têm direitos mesmo sem personalidade jurídica. Com uma ajuda deste peso, é de recear o pior. Lá para o fim da campanha, o guru Bagão, “colaborador especial” do blogue da Mafalda, voltará a empunhar o Código Civil para provar que os concepturos que nunca chegam a ser concebidos também têm direito à vida!
[Publicado originalmente no Sim no Referendo]
10 comentários :
'miguel abrantes"
como estás diferente!!!
Coisas da "pacificação"na justiça.
Ordens do "chefe"???
começo a ter saudades dos descabelados ataques ao Souto Moura e Cluny...
Passado o referendo do aborto de que vais falar?
Que tal um comentário às corridinhas matinais do José Sócrates.... Ele é em Luanda, ele é no Rio de Janeiro, ele é em Pequim ele é em Macau, mas sempre com a inevitável comunicação social atrás. Sem esta as corridas não deveriam ser muito saudáveis.....
Eis o início da implosão do astro a quem a vida inspira:
www.millenniumbcp.blog.com
Com dois l's e dois n's !!!
Muito útil para se perceber a doença interna que mina aquele queijo gruyere.
Bebê sobrevivente de um aborto é assassinado nos EUA
MIAMI, 01 Ago. 06 (ACI) .- Um centro abortivo foi fechado pela polícia local (julho/2006) depois do assassinato de um bebê que sobreviveu a um aborto fracassado, depois que a jovem mãe o deu à luz quando pensava que já tinha sido abortado no dia anterior.
Segundo informa o site pró-vida LifeNews.com, testemunhas informaram que uma jovem não identificada de 18 anos e com 23 semanas de gestação foi ao Gynecologists Diagnostic Center, em Hialeah, para se submeter a um aborto. A polícia local explicou que a garota chegou para que lhe praticassem um aborto na quinta-feira passada e teve que voltar na sexta-feira, pois sentia fortes dores no estômago. Na clínica foi informada que devia esperar porque não havia quem a atendesse. Enquanto esperava, a menina deu à luz o bebê que pensou tinha sido abortado no dia anterior. "Os funcionários cortaram o cordão umbilical, puseram o bebê em uma sacola e foram embora", relatou Ralph García, habitante de Hialeah, onde está localizado o centro abortivo.
As autoridades informaram que receberam uma ligação anônima, provavelmente de um empregado do centro de abortos, onde lhes alertava do nascimento e posterior assassinato do bebê. Entretanto, quando a polícia chegou ao lugar do crime, não encontraram o corpo do bebê. Ao voltar na sexta-feira, pela segunda vez, os detetives o encontraram em uma sacola biodegradável, pelo que consideram que os empregados do centro abortivo esconderam o corpo para evitar sua detecção. O bebê media uns 40 centímetros e pesava aproximadamente um quilo e meio. Embora a autópsia tenha sido feita no sábado, os resultados sairão dentro de algumas semanas. "Em 24 anos de serviço, nunca tinha visto um caso assim", expressou o detetive de Hialeah a cargo do caso, Tony Rodríguez. Por sua vez, o chefe da Polícia Local, Rolando Bolaño, ordenou o fechamento do Gynecologists Diagnostic Center enquanto o caso está sendo investigado.
Belkis González é a dona deste centro abortivo e possui outro em Miramar, Flórida, que também tinha sido fechado no ano passado.
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Fonte: MDV - MOVIMENTO EM DEFESA DA VIDA
www.defesadavida.com.br
Publicado no Portal da Família em 24/08/2006
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ISTO É O QUE O MOVIMENTO???? PELO SIM DESEJA QUE PASE A ACONTECER NO NOSSO PAÍS!
Mas para vosso desespero NÃO VAI ACONTECER !
Mas pensem nisto! Se por acaso o sim vencesse, de todos os portugueses que nascesem a partir daí,no mínimo 85% seriam vindos de famílias que defendem a vida e os valores da moral, verdade e justiça! Portugal daqui a 2 gerações ficaria a ganhar pois os vossos bebés abortados seriam sempre mais do que os vossos bebés nascidos e mal educados!
Ao Miguel e "camaradas", gostaria de lhes perguntar se compraram acções desta "clínica" de abortos e se já se inscreveram para abortar!
Seguindo a vossa linha de raciocínio, se matam ou apelam ao assassínio de inocentes que na maioria dos casos são "normais", o que teria acontecido se fossem pais destes DEFICIENTES?
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Lista de personalidades com algum tipo de deficiência.
• Aleijadinho
• Beethoven
• Sarah Bernhardt
• David Blunkett
• Andrea Bocelli
• Louis Braille
• Ray Charles
• Ian Dury
• Gabriel Fauré
• José Feliciano
• Ella Fitzgerald
• Galileu Galilei
• Francisco Goya
• Lars Grael
• Stephen Hawking
• Homero
• Hellen Keller
• Cole Porter
• Joseph Pulitzer
• Christopher Reeve
• Ricardo III de Inglaterra
• Roberto Carlos
• Joaquín Rodrigo
• Franklin Roosevel
• Pete Townshend
• Tyrone Giordano
• Stevie Wonder
Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_personalidades_portadoras_de_defici%C3%AAncia
. COM A VOSSA SANHA ASASSINA, estes homens e mulheres, nunca teriam existido!
.
O mundo ficaria incontestávelmente mais pobre!
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Preferia que fossem vocês os abortados!
Falta incluir o Baigão Felix
Não sei porquê, mas cheira-me que o Abrantes deu tréguas ao Cluny pela mesma razão que levou os USA a aliarem-se à URSS na luta contra o Hitler (isto não tem nada a ver com o referendo para legalização do aborto livre até às 10 semanas)
"Faz uma interpretação restritiva da norma, dá como não lida a expressão “não concebidos” e conclui que os nascituros já têm direitos mesmo sem personalidade jurídica."
Já agora compare com a legislação sobre pureza da raça no III Reich.
Estão noção de infrahumano é muito antiga, mas o Hitler é que a sabia toda...
Caro José Costa
Se reparar os países das personalidaes que referem já despenalizaram o aborto...Faz sentido, então, mudar a lei para, como referiu Bill Clinton " Despenalizar para tornar mais raro e mais seguro!".
Não seja hipócrita e encare o problema de frente! A menos que seja como o outro " O acto sexual é para procriar..."
Cumps
Correspondendo ao alerta do Patriarca, ja comprei o cinto da castidade, é em 2ª mão, ainda em bom estado, comprei-o na feira da ladra, paredes meias com a Sé
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