sexta-feira, março 23, 2007

Um testemunho

João Pinto e Castro escreveu um post intitulado Um testemunho. Aqui o deixo:

    “Quando acabei o meu curso, a secretaria descobriu que, afinal, ainda me faltava fazer dez cadeiras. Dez, digo bem!

    A coisa era tão disparatada, que nem sequer o esquema de precedências tinha sido respeitado. Por exemplo, a secretaria reconhecia que eu fizera Economia II, mas não Economia I.

    Caso a caso, tive que provar que a escola estava errada e que eu estava certo. Não foi fácil, visto que, inclusive, um professor já morrera.

    No fim, ficaram dois casos por resolver: o primeiro, por manifesta má vontade do professor, apesar de ele admitir lembrar-se que eu tinha feito exame e passado; o segundo, porque o docente se tornara governante e, nessas circunstâncias, era mais difícil falar com ele do que com o Papa.

    Mandei-os passear. Nessa altura já trabalhava, e a licenciatura não era decisiva para poder ganhar a vida.

    Anos depois, a instâncias da família, lá fui pela segunda vez acabar o curso. As duas cadeiras haviam-se transformado em três devido a alterações curriculares. Despachei o assunto em três meses.

    Durante mais de vinte anos acontecia-me acordar a meio da noite a sonhar que me telefonavam da secretaria do velho ISCEF para me dizerem que, afinal, tinham chegado à conclusão de que ainda me faltava mais uma cadeira para concluir a licenciatura.

    Um amigo a quem reportei o facto confessou-me ter recorrentemente o mesmo pesadelo. Fiquei a saber que casos semelhantes tinham ocorrido com vários outros alunos da mesma escola.

    Não faço a mínima ideia se houve ou não alguma irregularidade com a licenciatura de José Sócrates. Não conheço nenhum dos envolvidos.

    A única coisa que posso afirmar por experiência própria é que, infelizmente, a desorganização grassa em muitas universidades públicas e privadas. É verdade que passou muito tempo desde a minha absurda história, mas não creio que tenha havido grandes melhorias. Tanto quanto me parece, a única coisa que a investigação do Público prova é isso mesmo.

    Mas, então, se o Público não apurou nada de substancial, por que é que publicou a peça? Não foi bonito.”

11 comentários :

Anónimo disse...

"Lembre-se leitor, de que a Nova Ordem Mundial adora o socialismo, não porque Rockefeller e Cia. sejam socialistas, mas sim porque, sob um MONOPÓLIO socialista, o controlarão a si e a todos os outros. O socialismo significa também a partilha de bens entre todos. Ora o que o leitor tem de compreender é que os Rockefeller não estão a planear partilhar os bens deles consigo, mas sim os seus bens com eles!"
Daniel Estulin "Clube de Bilderberg...", ed. 2005 do Círculo de Leitores, p. 111

Anónimo disse...

É de fazer chorar as pedras da calçada.
Como se branqueia o comportamento de um vigarista como uma história da carochinha.
LINDOOO!!!

Anónimo disse...

com uma história

Anónimo disse...

Não conheço o caso concreto, mas na Faculdade de Direito de Lisboa passava-se exactamente a mesma coisa. Ou seja, aconteceu com vários colegas que verificaram que as notas não sido lançadas e alguns tiveram que andar a falar com professores para que tal acontecesse. Perguntem ao Prof. Marcelo se isto não é verdade??? E não sucedeu nos anos do PREC, altura em o Dr.Furão o Santana e outros tiravam cadeiras por votação de braço no ar. Pelo que não me surpreende que na Independente alguns papeis estejam mal arquivados...
Curioso é alguns imbecis e medíocres porem em causa a capacidade o Sócrates em concluir um curso para mais na Universidade Independente. Devem ser os mesmo que chegaram a afirmar que o Guterres não sabia fazer contas, por se ter enganado num cálculo apressado. O Guterres, segundo me confirmou, pessoalmente o seu professor de Matemática no Técnico, era aluno de 19.
Quantos dos críticos alguma vez tiveram 19 a qualquer coisa e certamente, não a matemática.
Palavras para quê!! À falta de argumentos utiliza-se a táctica de enxovalhamento público. Mostra bem o país de medíocres e lambe botas que o Portugal Salazarento ainda é.
A Bem da Nação
O Advogado do Diabo
PS. Suponho que alguns dos POSTs provêm de ex-colegas de faculdade que estão no MP, e já se esqueceram de me pedir a folha para copiar os testes. Alguns de Processo Penal...

Anónimo disse...

Belo choradinho - eu até conheço uma Faculdade de Direito em que apenas era necessário dar umas prendas ao Bedel para ir fazendo as cadeiritas (o que neste caso, nem foi preciso...).

Anónimo disse...

a recompensa já vem a caminho!
quando não tiverem nada a perder por falar, muitas outras coisas se irão descobrir.
mas estamos em portugal e tudo continuará na mesma.
enfim, em último caso, sempre se dirá "coitado do sócrates, já viste o que lhe fizeram! coitado!

tudo normal!

rb disse...

Já agora ver também este, do Eduardo Pitta: To be or not to be

Anónimo disse...

"Mas, então, se o Público não apurou nada de substancial, por que é que publicou a peça? Não foi bonito."

Eu diria mesmo mais, isto pode afectar a saúde de muitos portugueses...

Anónimo disse...

"Mas, então, se o Público não apurou nada de substancial, por que é que publicou a peça? Não foi bonito."

É mandá-la já p'ró Maneta...como o Sócrates fez ao Inglês Técnico - mesmo com oral e tudo...

Anónimo disse...

Haja vergonha!
A polícia prende e manda para julgamento que conduzir um carro sem carta.

A ser assim não tem esse direito, é?

Anónimo disse...

Digamos que o nessencial é que a acção seja avalaida pelos resultados que consegue. Quem Publico(u)? De quem é? Arremesso político? Está bom de ver...
Zé do Norte