terça-feira, abril 03, 2007

Beyond Citizen Kane

          DN, 02.04.07


        “É óbvio que a responsabilidade [pela falta de registo de termos] é da Universidade.”

          Marcelo Rebelo de Sousa na RTP, transcrito no DN, 02.04.07 (sem link)


Talvez uma das causas do nosso atraso seja a irresistível capacidade de nos dedicarmos a futilidades. O exemplo da licenciatura de Sócrates é bem revelador desta tendência. Sócrates licenciou-se em engenharia numa universidade com problemas. Pelo que dizem os seus colegas e professores, frequentou aulas, teve aproveitamento e concluiu o curso. Mas de pouco lhe serve.

A universidade é desorganizada? Não interessa, a culpa é de Sócrates. Os serviços administrativos são trapalhões e data documentos a domingos? Não interessa, a culpa é de Sócrates. Não apareceu o parecer que lhe deu equivalência com base num curso que anteriormente frequentou e concluiu? Não interessa, a culpa é de Sócrates. Um dos professores foi despedido, sem apelo nem agravo, pelo governo presidido por Sócrates, o que desmente a existência de qualquer favor anterior? Não interessa, a culpa é de Sócrates.

Vamos tentar perceber o que se está a passar, fazendo algumas perguntas diferentes:

    • O que desencadeou esta “investigação” jornalística à licenciatura do primeiro-ministro?

    • Será coincidência o fracasso na OPA sobre a PT do proprietário do jornal que desencadeou a “investigação” e a divulgação de "notícias" não conclusivas logo a seguir (já para não falar dos litígios em curso com a administração fiscal sobre a tributação dos lucros do grupo a que pertence o jornal)?

    • Por que razão não se interessam os jornalistas pela investigação a sério (sobre se Sócrates frequentou aulas, se teve aproveitamento, etc.)?

Todas estas perguntas são importantes. Outras se poderiam juntar, tal como esta: quantos dos moralistas que escrevem hoje contra Sócrates, na imprensa ou na blogosfera, obtiveram licenciaturas enxameadas de “aptos”, passagens administrativas ou trabalhos fictícios, designadamente ao longo do PREC? Serão essas suas licenciaturas os cursos de referência a que aludem?

      36 comentários :

      Anónimo disse...

      Oh Miguel você tem cá um jogo de cintura! Mexe bem essas ancas...

      Beijos

      Ps: Explique lá as afirmações do professor de Inglês Técnico...

      Anónimo disse...

      Lá vem outra vez a história da OPA.
      Mas as licenciaturas agora tiram-se ou retiram-se em OPA?
      A OPA poderá ter a ver com a oportunidade mas não com o conteúdo da notícia.
      Com o conteúdo da notícia tem antes a ver as sucessivas alterações ao site oficial onde se refere a "licenciatura" aldrabão Sócrates.
      Essa é a essência da notícia: se o nosso primeiro-ministro Sócrates é, neste como noutros particulares, um aldrabão.

      Anónimo disse...

      "O exemplo da licenciatura de Sócrates"

      Não era Engenharia...?


      "Pelo que dizem os seus colegas e professores, frequentou aulas, teve aproveitamento e concluiu o curso."

      Lá está o Miguel a brincar outra vez - ninguém tem dizer nada (excepto o professor de Inglês Técnico, que já disse...) é a "Universidade" que tem de comprovar. E uma "universidade" que não consegue comprovar ou arquivar, dá licenciaturas (ou vende...) iguais às da Farinha Amparo ou às de certos países de 3º Mundo.


      "O que desencadeou esta “investigação” jornalística à licenciatura do primeiro-ministro?"

      Então e o Portugal Profundo (PP)...? E, causa prima, a confusão da Casa Pia, que levou a ataques estranhos ao blogger do PP?


      "Será coincidência o fracasso na OPA"

      Ná - é isso e o Expresso...


      "Por que razão não se interessam os jornalistas pela investigação a sério"

      Querem-te deixar qualquer coisa para roer (cão como tu há poucos...).


      "Todas estas perguntas são importantes. Outras se poderiam juntar, tal como esta: quantos dos moralistas que escrevem hoje contra Sócrates, na imprensa ou na blogosfera, obtiveram licenciaturas enxameadas de “aptos”, passagens administrativas ou trabalhos fictícios, designadamente ao longo do PREC?"

      Fala por ti, Miguel (ou lá como te chamas) e depois poderás falar dos outros... Mas esta tua ideia de atacar o Armando Vara ainda te dará preocupações...

      António P. disse...

      E no fim de contas, como insisto em conversas e no meu blog :
      - um canudo é apenas um certificado de habilitações e não de inteligência

      Anónimo disse...

      o antónio do portugal prófundo tem toda a razão
      o bush tem um canudo de Yale e é o presidente mais burro que alguma vez o eeuu tiveram
      o problema do tóino não é o canudo do Sócrates
      ele lá pelo blog já anda engasgado
      É o Primeiro Ministro

      Anónimo disse...

      Para mim a JUSTIÇA o 3 º pilar da democracia tem que ESCLARECER tudo.Como se não houvesse 1º ministro, CGD,politicos a professores de 2 partidos,etc.
      Assunto que cheira já muito mal e que uma defesa tão convincente de tantos apaniguados ainda levanta mais suspeitas.

      Anónimo disse...

      Só volto a comentar este tema por causa do José Manuel Fernandes, ontem na SIC-N.

      Dentro daquilo a que se pode chamar sordidez, encontrava-se altamente comprometido ou foi impressão minha?

      Anónimo disse...

      Lá vem outra vez trampa para cima da Justiça.
      Os políticos: é a pedofilia, a corrupção e a aldrabice em geral.
      No final, a justiça é a causadora de todos os males porque não põe mão nisto.
      Mas afinal querem que a justiça tenha poder e funcione ou não?

      Nim.

      Anónimo disse...

      E porque não comentas tu a "intervenção directa" do Governo, para "abafar" tudo o que puder, na UnI...?

      Diz hoje o Público, sobre a trapalhada dessa pseudo-universidade e o seu "reitor" (ou falta dele...):

      "O comunicado sobre a nova equipa reitoral foi divulgado sexta-feira através de um e-mail de Carlos Narciso, aluno finalista da UnI e assessor do ministro dos Assuntos Parlamentares. Carlos Narciso foi hoje exonerado por Augusto Santos Silva, depois de admitir que colaborou, a título pessoal, com o gabinete de imprensa da universidade."

      Isto é um bocadinho grave, para um ministro que fala de Jornalismo de Sargeta (ou seria somente Censira que queria dizer...?) tentar limpar as sargetas dos outros...

      Anónimo disse...

      O HOMEM


      SOCRATES e sempre SOCRATES, É E SERÁ MEU IDOLO, o seu trabalho POSITIVO é INDELÉVEL. A forma rasteira, vil, indecorosa, PROVÉM de grupos com contornos copR-MAFIOSOS, que uivam de raiva e lançam o que demais repugnante existe no ser humano, a MEDIOCRIDADE E A INVEJA.

      Para este depravados da blasfémia, que utilizam métodos então utilizados pelos mestres do terror e destruição da dignidade das pessoas, STALIN e HTLER, não lhes ficam a atrás. A diferença maior é que o povo não dorme e recusará todos as formas indiciadas de SUPRIMIR física e intelectualmente um HOMEM COM LETRA MAIUSCULA.

      Para mim, haja o que houver, mais importante que ser ou não ser licenciado, é a HONESTIDADE POLITICA, O RIGOR E A COMPETENCIA, que Socrates demonstra todos os dias. O resto são meros tiros na água, que salpicam mas não afundam o porta-aviões.

      Os copR-mafiosos nunca perdoarem que a direita perdesse as eleições e de forma tão contundente e que após dois anos de governo as sondagens continuem a dar maiorias ao governo. Para tentar parar esta colagem dos portugueses ao governo, vá de tentar destruí-lo por outras vias e elas aí estão. Já houve outras, não resultaram como sabemos, futuramente outras virão. A liberdade e a democracia triunfarão.

      Um portugues

      Anónimo disse...

      O HOMEM


      SOCRATES e sempre SOCRATES, É E SERÁ MEU IDOLO, o seu trabalho POSITIVO é INDELÉVEL. A forma rasteira, vil, indecorosa, PROVÉM de grupos com contornos copR-MAFIOSOS, que uivam de raiva e lançam o que demais repugnante existe no ser humano, a MEDIOCRIDADE E A INVEJA.

      Para este depravados da blasfémia, que utilizam métodos então utilizados pelos mestres do terror e destruição da dignidade das pessoas, STALIN e HTLER, não lhes ficam a atrás. A diferença maior é que o povo não dorme e recusará todos as formas indiciadas de SUPRIMIR física e intelectualmente um HOMEM COM LETRA MAIUSCULA.

      Para mim, haja o que houver, mais importante que ser ou não ser licenciado, é a HONESTIDADE POLITICA, O RIGOR E A COMPETENCIA, que Socrates demonstra todos os dias. O resto são meros tiros na água, que salpicam mas não afundam o porta-aviões.

      Os copR-mafiosos nunca perdoarem que a direita perdesse as eleições e de forma tão contundente e que após dois anos de governo as sondagens continuem a dar maiorias ao governo. Para tentar parar esta colagem dos portugueses ao governo, vá de tentar destruí-lo por outras vias e elas aí estão. Já houve outras, não resultaram como sabemos, futuramente outras virão. A liberdade e a democracia triunfarão.

      Um portugues

      Anónimo disse...

      E ter orais no Papa Açorda?

      Anónimo disse...

      SOCRATES é o maior. Neste país de muitos doutos srs., de mão dada com a estupidez e a inveja nada mais me espanta.Começando pelo quinzinho das feiras, O NOIAZINHO do ppd, os louças e do estalinista do pc e passando por todo esse corja de comentadores fascistoides, autenticos lambe-botas dos patrões da sic e sonae é o portugal no seu maior. Continuem o vosso fim será mais triste.
      SOCRATES não se verga nem se vende perante todo essa escumalha mediocre que infesta o ambiente nacional. O povo não dorme e no momento certo lá dará o seu voto ao melhor 1º. Ministro de sempre= SOCRATES, evidentemente.

      Ter Abr 03, 09:59:30 PM


      Chama-se Zita Seabra. Em tempos, controlava militantes comunistas e expulsava os que não eram suficientemente estalinistas. Distinguia-se pelo seu estilo rígido, no qual não se vislumbrava o oásis de um argumento.

      Mais tarde, teve uma iluminação. Entrou na Versailles, viu-se ao espelho e percebeu que o seu destino era outro. Ninguém mais a parou. Abjurou tudo aquilo que antes defendera e revelou um especial gosto em se dedicar a causas inverosímeis e ultra-reaccionárias.

      Destacou-se, há pouco tempo, a atacar a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Lá virá o dia em que ainda a veremos a defender a pena de morte para as mulheres que abortam.

      Para já, pede que o Tribunal Constitucional se pronuncie sobre o assunto. Nesta incursão surpreendente pelo direito constitucional, a professorazita já percebe de direito comparado. Sustenta que a ida da lei ao Tribunal Constitucional é a melhor solução porque o mesmo se passou na Alemanha. Não está mal, mas talvez seja melhor que se dedique à catequese. Aí, o seu futuro será seguramente radioso.

      posted by Miguel Abrantes at 5:54 AM on Apr 03 2007

      Anónimo disse...

      SOCRATES é o maior. Neste país de muitos doutos srs., de mão dada com a estupidez e a inveja nada mais me espanta.Começando pelo quinzinho das feiras, O NOIAZINHO do ppd, os louças e do estalinista do pc e passando por todo esse corja de comentadores fascistoides, autenticos lambe-botas dos patrões da sic e sonae é o portugal no seu maior. Continuem o vosso fim será mais triste.
      SOCRATES não se verga nem se vende perante todo essa escumalha mediocre que infesta o ambiente nacional. O povo não dorme e no momento certo lá dará o seu voto ao melhor 1º. Ministro de sempre= SOCRATES, evidentemente.

      Ter Abr 03, 09:59:30 PM

      Anónimo disse...

      O espírito do homem é feito de maneira que lhe agrada muito mais a mentira do que a verdade. Fazei a experiência: ide à igreja, quando aí estão a pregar. Se o pregador trata de assuntos sérios, o auditório dormita, boceja e enfada-se, mas se, de repente, o zurrador (perdão, o pregador), como aliás é frequente, começa a contar uma história de comadres, toda a gente desperta e presta a maior das atenções.
      Como é fácil essa felicidade! Os conhecimentos mais fúteis, como a gramática por exemplo, adquirem-se à custa de grande esforço, enquanto a opinião se forma com grande facilidade, contribuindo tanto ou talvez mais para a felicidade. Se um homem come toucinho rançoso, de que outro nem o cheiro pode suportar, com o mesmo prazer com que comeria ambrósia, que tem isso a ver com a felicidade? Se, pelo contrário, o esturjão causa náuseas a outro, que temos nós com isso? Se uma mulher, horrivelmente feia, parece aos olhos do marido semelhante a Vénus, para o marido é o mesmo do que se ela fosse bela. Se o dono de um mau quadro, besuntado de cinábrio e açafrão, o contempla e admira, convencido de que está a ver uma obra de Apeles ou de Zêuxis, não será mais feliz do que aquele que comprou por elevado preço uma obra destes pintores e que olhará para ela talvez com menos prazer?

      Anónimo disse...

      Terça-feira, Abril 03, 2007
      As sombras do Expresso

      O Expresso do passado sábado, 31-3-2007, publica uma série de artigos que vou analisar em seguida relativos ao Dossier Sócrates (link sumário) - "As sombras de Sócrates", "Os documentos que o Expresso viu", "Recados para São Bento", "Cursos da UnI não são reconhecidos em Angola", "A importância do canudo", "Rostos" e "Perguntas sem resposta" - nas suas páginas 10 e 11 do caderno principal, com manchete na capa - "UnI emitiu diploma de Sócrates num domingo". Justifica ainda alarme democrático a reportagem (link não disponível) desta mesma edição e caderno do Expresso, pp. 2-3, sobre o controlo dos media pelo governo de José Sócrates - veja-se sobre esse problema a franqueza do advogado José Maria Martins.

      As novidades que o Expresso de 31-3-2007 trouxe para o Dossier Sócrates são doze:

      a licenciatura ao domingo;
      o lançamento na Universidade Independente (UnI) de quatro notas de exame de José Sócrates no mesmo dia e em Agosto;
      o surgimento do monitor Silvino Alves, além do assistente Fernando Guterres, nas quatro cadeiras de Sócrates leccionadas pelo professor António José Morais;
      a assunção por António José Morais de que foi o "responsável da comissão científica" que aprovou as equivalências de Sócrates na UnI;
      a afirmação de Frederico Oliveira Pinto, primeiro Presidente do Conselho Científico da UnI de que este órgão não existia ali no ano 1995-1996;
      a confirmação por António José Morais de que a UnI "não tinha livro de termos";
      o aparecimento de mais outro colega de Sócrates na UnI, Alberto Santos;
      as peripécias da autorização/desautorização por Sócrates da consulta do seu processo individual na UnI;
      a alegada inexistência na UnI de livros de termos, livros de sumários, horários e lista de alunos, de professores e de disciplinas daquele curso;
      a prova escrita de Inglês Técnico;
      a informação de "fonte policial" de que "a licenciatura de José Sócrates na UnI (...) não está a ser analisada na PJ ou no DIAP de Lisboa";
      o curso do Dr. Armando Vara.
      Já fora desta análise mas ainda em tempo, a nova polémica sobre o "curso de Pós-Graduação com MBA" do ISCTE de Sócrates.

      1. A licenciatura ao domingo
      Como já disse, o dia de domingo da data de conclusão da licenciatura ou emissão do diploma em 8 de Setembro de 1996 foi descoberta pelo nosso comentador Irnério e revelada num post escrito Do Portugal Profundo no dia 27-3-2007 e mantido sob embargo, a pedido das jornalistas do Expresso Mónica Contreras e Rosa Pedroso Lima a quem, nesse próprio dia, facultei (além do Dossier) esta informação até ao dia 30/3/2007 em que o publiquei. O facto de as peças do Expresso não citarem este blogue, nem o seu URL, como tinha exigido e foi acordado, é um facto que não honra o jornal e ofende as jornalistas, ainda mais quando não se seguiu até agora qualquer pedido formal de desculpas, com excepção daquele feito por Rosa Pedroso Lima na manhã de sábado, 31-3-2007, em telefonema que eu próprio efectuei. Se houver dúvidas sobre o que afirmo, publicarei prova.

      A peça do Expresso "As sombras de Sócrates" (p. 10) traz uma informação, logo no início, que é equívoca e carece de esclarecimento: "(A)s notas de quatro exames finais do primeiro-ministro - duas escritas e duas orais - foram lançadas no mesmo dia de Agosto, para completar a sua licenciatura". O Público de 22-3-2007 era taxativo "(O) certificado de habilitações, assinado pela chefe dos serviços administrativos, Mafalda Arouca, e pelo reitor, Luís Arouca, indica ainda que o curso foi concluído a 8 de Setembro de 1996". O Público afirma que o curso foi "concluído" a 8 de Setembro; o Expresso que a "UnI emitiu diploma de Sócrates num domingo" e "(O) diploma data de 8 de Setembro de 1996".

      Descontando o desconhecimento dos procedimentos académicos, importa explicar que se trata de coisas diferentes. E a tentativa de suavizar na manchete o que é para o próprio Expresso "bizarro" (p. 10) só prejudica a clareza. Normalmente, um diploma, certidão ou certificado de habilitações, tem duas datas: a data em que o aluno concluíu o curso e a data em que o diploma ou cerificado foi emitido - a emissão no próprio dia da conclusão do curso implicaria que todas as notas estivessem já lançadas (nos livros de termos e ficha do aluno, além das pautas), o cálculo imediato da média, a disponibilidade dos serviços de secretaria e a chancela imediata do reitor. Áparte a língua, que nos diplomas soe ser em latim, a norma costuma ser a seguinte:
      [Fulano] reitor (ou o director da Faculdade) e [Beltrano] o secretário-geral [ou outro funcionário superior da secretaria] certificam que [Sicrano] concluíu na data x a sua licenciatura em... com a média de y valores e tendo obtido as seguintes classificações... [Instituição ou local] e [data de emissão do diploma/certidão/certificado]. O reitor/director e secretário-geral/chefe de secretaria [e seguem-se as assinaturas].

      Quem poderá esclarecer se o 8 de Setembro de 1996 foi a data da conclusão do curso (Público) ou a data da emissão do certificado(Expresso) da licenciatura ao domingo é o jornalista Ricardo Dias Felner que terá ficado com cópia de documentos do processo de Sócrates (Público de 22-3-2007) - será que também ficou com cópia deste? É estranha a emissão de um diploma ao domingo - ver post anterior - mas mais grave seria conclusão da licenciatura ao domingo.

      No entanto, as jornalistas ao falarem dos quatro exames (dois escritos e dois orais) cujas notas "foram lançadas no mesmo dia de Agosto, para completar a sua licenciatura" podem estar a sugerir que essas notas de Agosto foram as últimas do curso - isto é, não existiria nenhuma pauta com data posterior. É assim? Se assim for, então, o jornalista Ricardo Felner errou e o domingo terá sido a data de emissão do certificado, enquanto os últimos exames foram feitos em Agosto. Pois, mais além, na notícia do Expresso de 31-3-2007 (p. 11), os três jornalistas Hugo Franco, Mónica Contreras e Rosa Pedroso Lima dizem que "(O) diploma final do curso á assinado pelo reitor e pela sua filha - chefe dos serviços administrativos da Universidade Independente - no dia 8 de Setembro de 1996, ou seja um domingo".

      É, portanto, necessário um esclarecimento do Público e do Expresso, já que o primeiro-ministro não o fez até agora (nem o seu gabinete de forma cabal). Pelo contrário, disseram as jornalistas Mónica Contreras e Rosa Pedroso Lima no Expresso de 31-3-2007 (p. 10) que "(O) Gabinete do primeiro-ministro proibiu, mesmo na passada terça-feira [27-3-2007], um novo acesso do Expresso à documentação existente na reitoria da Independente" (sic). O gabinete do primeiro-ministro tem o poder de "proibir" a consulta do processo individual do cidadão José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa de 1995/96 na Universidade Independente?!... Ao abrigo de que lei é que o Gabinete do Primeiro-Ministro o proíbe?... Manda o Gabinete do Primeiro-Ministro na Universidade Independente?

      2. Lançamento na Universidade Independente de quatro notas de exame de José Sócrates no mesmo dia e em Agosto
      O lançamento de notas no mesmo dia, mesmo quatro (duas escritas e duas orais - das mesmas disciplinas?) como o Expresso de 31-3-2007 (p. 10) refere, por si só não é incomum. Ocorre, mesmo se desaconselhável, a prática de postergar o lançamento da nota da escrita até à realização da oral, quando ela exista, e se lancem depois as duas em conjunto, pois a nota final é a média das duas. Que se lancem simultaneamente notas de duas disciplinas também não é irregular. Relativamente às datas, existe a prática de mencionar a data da prova ou, em alternativa, a data da avaliação (no caso de oral, a data da prova e da avalição coincidem). De qualquer modo, a pauta tem de permitir identificar a data da prova e no final a data do lançamento com a assinatura do professor.

      Se os "exames foram feitos em dias diferentes e sempre com outros alunos", como diz o Prof. António José Morais (Expresso, 31-3-2007, p. 10) não se justifica que exista apenas o nome de José Sócrates na pauta. Terá sido por causa das orais? Ou por causa do seu lançamento em Agosto?

      Agora, invulgar é a realização de exames em Agosto. Não é impossível, mas tradicionalmente as escolas estão fechadas em Agosto. Por vezes, cai uma oral no 1 ou 2 de Agosto relativa a uma avaliação mais tardia, mas é invulgar. Que data de Agosto será essa? Terá sido a data das provas ou apenas a data de lançamento das pautas? Que data estará nessas pautas? Mesmo se for apenas a data de lançamento, isto sugere uma urgência incomum. Recordo que se estava à beira de uma campanha eleitoral onde o deputado Sócrates era uma das estrelas, o delfim beirão do candidato António Guterres.

      3. O surgimento do monitor Silvino Alves, além do assistente Fernando Guterres, nas quatro cadeiras de Sócrates leccionadas pelo professor António José Morais
      As quatro cadeiras técnicas - Análise de Estruturas (3.º ano), Betão Armado e Pré-Esforçado (3.º ano), Estruturas Especiais (5.º ano), e Projecto e Dissertação (5.º ano) - terão sido leccionadas pelo Prof. Doutor Eng. António José Morais, como admitiu ao Público de 22-3-2007 (p. 4), depois de inicialmente não se lembrar quais as cadeiras que teria ministrado a José Sócrates. No plano de estudos de Sócrates na UnI, existia ainda a disciplina de Inglês Técnico (1.º ano). O reitor Luís Arouca referiu, no mesmo jornal, ainda outro professor que também dera as cadeiras práticas de estruturas. Após estas contradições, Fernando Guterres é agora confirmado como assistente do prof. Morais nessas cadeiras. Além do assistente Fernando Guterres, o Prof. Morais apresenta ainda como envolvido na leccionação destas cadeiras práticas, o monitor Silvino Alves.

      Seriam, portanto, três docentes para "cinco ou seis" alunos, segundo o Prof. António José Morais (Público de 22-3-2007, p. 4), ou "sete alunos", conforme Alberto Santos que se apresenta como "colega de curso" de Sócrates nesse ano (Expresso de 31-3-2007, p. 10) que estariam a completar o curso no ano de 1995/96 e aberto no ano lectivo anterior. Já se explicou atrás que o vice-reitor Frederico Calado, à época director da Faculdade de Ciências e Tecnologias da UnI, declarou no Público de 22-3-2007 (p. 4) que as quatro cadeiras do Prof. Morais (que pertenciam ao 3.º e 5.º ano) não estavam a funcionar em 1995/96 (estava o curso a funcionar há dois anos). Já Inglês Técnico (1.º ano) funcionaria desde o ano anterior.

      No Público de 22-3-2007 (p.4) há uma referência do Relatório de Auto-Avaliação do curso de Engenharia Civil da UnI onde se refere que "no ano de 1997/1998 já existiam sete alunos com o curso concluído".

      As universidades privadas não são instituições de caridade. Procuram o lucro. O lucro depende fundamentalmente da escala - número de alunos por curso e ano. Ora, o funcionamento de um curso para cinco, seis ou sete alunos, mesmo não existindo registo do pagamento de propinas - "ao fim de cinco anos, vai tudo para o maneta", disse o reitor Luís Arouca ao Público de 222-3-2007, dificilmente poderia ser lucrativo. É normal, nesses casos, que a Universidade apenas aceitasse inscrições condicionais a um número mínimo de alunos - a Universidade Independente foi autorizada licenciatura no curso de Engenharia Civil, através da Portaria n.º 496/95 de 24 de Maio, publicada no Diário da República n.º 120/95, I Série-B, de 24 de Maio de 1995, ao numerus clausus (número de vagas de admissão no 1.º ano) de 150... Não se pode aqui confirmar o que disse o reitor Luís Arouca ou o vice-reitor Eurico Calado ou o ex-presidente do Conselho Científico Frederico Oliveira Pinto. O que se pode afirmar, é a estranheza do funcionamento com de uma turma de cinco, seis ou sete alunos, ainda para mais três docentes nesta disciplinas do 3.º e 5.º ano: um docente para cada dois alunos? Porquê?

      4. A assunção por António José Morais de que foi o "responsável da comissão científica" que aprovou as equivalências de Sócrates na UnI
      No post "Inequivalências" de 29-3-2007 já apresentei o regime legal das equivalências nos cursos superiores, por informação do comentador Irnério, e até o regime de equivalências da própria Universidade Independente, aqui trazido pela comentadora Curiosa. Aí se prescreve a necessidade do Conselho Científico aprovar as equivalências - em vez da "comissão científica" (sic) aue António Morais neste Expresso de 31-3-2007 se considera "responsável".

      O primeiro presidente do Conselho Científico, ao Expresso (p. 10), Frederico Oliveira Pinto, diz que o Conselho Científico não existia - "só foi criado em meados de 1997". O próprio director da Faculdade, Eurico Calado, revela ao Público que o pedido de equivalências não passou por si, como era habitual. Quem pertencia à tal "comissão científica" da Faculdade de Ciências da Engenharia e Tecnologias da UnI: apenas o Prof. António José Morais? Presumo que seria mais alguém, pois uma comissão terá pelo menos duas pessoas...

      Segundo o Público de 22-3-2007 (p. 4), o Prof. Doutor Eng. António José Morais, ex-assessor do vereador socialista Vasco Franco na Câmara Municipal de Lisboa, adjunto do secretário de Estado da Administração Interna Armando Vara e, desde Março de 1996, director do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, era, nesse ano em que participou na tal "comissão científica" que aprovou o plano de equivalências de José Sócrates e terá sido seu professor, o director do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Independente.

      O prof. Morais alega ao Expresso de 31-3-2007 que "(A) UnI foi muito exigente porque o reitor queria que os alunos pagassem propinas, obrigando-os mesmo a ter currículo a mais" [realce meu]. Sobre o curriculum a mais, ou a menos, veja-se o meu post com a análise detalhada das equivalências concedidas na UnI, com a menção das seis cadeiras (e mais duas...) que não foram exigidas a Sócrates fazer em vez de, ainda mais inexplicável, as três de Estruturas e Betão que Sócrates já tinha feito e em que ele próprio, que "aprovou" as equivalências, viria a figurar como responsável...

      Sobre a desculpa, o recuo para trincheira mais distante, na nota à SIC de 31-3-2007 "Assessores de Sócrates culpam UnI", note-se o que conta o Público de 22-3-2007 sobre o requerimento de Sócrates relativo às equivalências: "Pedido de Equivalência, uma folha não numerada (como todas as outras), onde apenas surge o nome José Sócrates Sousa, manuscrito pelo próprio, e o mapa de equivalências por ele proposto". Portanto, o primeiro-ministro não pode alijar para os problemas administrativos do foro interno da Universidade" Independente, uma responsabilidade que lhe pertence: ter pedido ele próprio equivalências a cadeiras às quais não tinha direito - como procurei demonstrar no post "Inequivalências".

      Essas cadeiras que Sócrates pediu para não fazer na Universidade Independente e que não tinha direito, porque não as tinha feito anteriormente são seis (além de dois semestres de bónus...): Cálculo Infinitesimal II (o Cálculo Infinitesimal I da Independente pode trocar-se por Análise Matemática I e II do ISEC) ; Probabilidades e Estatística; Computação Numérica; Informática II (Informática I pode trocar-se por Computação e Análise de Sistemas e Projecto Assistido por Computador do ISEL); Saneamento Ambiental; e Legislação de Projecto e Obras de Engenharia - além do bónus indevido da cadeira de Investigação Operacional semestral do ISEL por Investigação Operacional anual na Independente; e de um semestre de Álgebra Linear do ISEC pela anual Álgebra Linear e Geometria Analítica da UnI... Assim, relativamente ao plano de estudos devido da licenciatura da UnI faltam-lhe seis cadeiras (se lhe atribuirmos o favor dos semestres de bónus atrás mencionados)...

      5. A afirmação do primeiro presidente do Conselho Científico da UnI de que este órgão só foi ali criado em meados em 2007
      Esta declaração ao Expresso de 31-3-2007 do Prof. Doutor Frederico Oliveira Pinto, primeiro presidente do Conselho Científico da UnI de que não existia Conselho Científico nesta universidade no ano 1995-1996 em que foram atribuídas as equivalências a Sócrates, pois este órgão só veio ali a ser "criado em meados de 1997" parece colidir com o Decreto-Lei n.º 316/83, de 2 de Julho sobre o regime legal das equivalências e os próprios estatutos da universidade - veja-se o meu post abaixo sobre as "Inequivalências", de 31-3-2007. Diz este professor "responsável por todas as disciplinas de Cálculo das licenciaturas em Engenharia" também não se pronunciou sobre o "Pedido de Equivalências de Sócrates" - não devia, então, fazer parte da tal "comissão científica"... Este docente vai ainda mais longe e "garantiu ao Expresso nunca ter visto Sócrates naquela Escola" naquela altura.

      6. A confirmação pelo Prof. Morais de que a UnI não tinha "livro de termos"
      O Prof. António José Morais, docente de quatro das cinco cadeiras de Sócrates confirma ao Expresso de 31-3-2007 (p. 10) uma situação, que, se for verificada, considero gravíssima, de que a Universidade Independente (UnI) "não tinha livro de termos", e que substituía "tudo por um dossiê individual a que chamava nota de pauta"!... Continuo a querer acreditar que tal não é possível de ter acontecido. Certamente, haverá livros de termos... Senão, como certificar os diplomas que se afirmam?!...

      O damage control da justificação de um caso de contradições e lacunas várias - o de José Sócrates - com a desorganização administrativa da Universidade acaba por provocar directamente o desprestígio dos graus legítimos que os actuais e antigos alunos da Universidade Independente obtiveram sem mácula. É inaceitável que se atire para a instituição a responsabilidade própria.

      Nas pautas, as jornalistas do Expresso dizem que terão visto apenas um nome manuscrito do aluno Sócrates. Mas o Prof. Morais explica que "(N)as verdadeiras pautas figura o nome de todos os alunos que fizeram o mesmo exame. Mas essas são distribuídas passado uns tempos" (Expresso, 31-3-2007, p. 10). O que são "verdadeiras pautas"? E como se chamam as outras?

      7. O aparecimento de mais outro colega de Sócrates na UnI, Alberto Santos
      Depois de Carlos Pereira (CM de 24-3-2007), surge agora no Expresso de 31-3-2007 (p.10), outro colega de José Sócrates em 1995/96 na Uni: Alberto Santos. Reconhece que não "nem todos" tinham "as mesmas cadeiras" e dá como justificação o motivo de serem provenientes de politécnicos diferentes. Já Carlos Pereira afirma ao Expresso que tiveram "aulas juntos" e fizeram "exames juntos". Não diz quais - terá sido em Inglês Técnico ou também em disciplinas do 3.º e 5.º ano? Seria útil esclarecer.

      Os colegas não devem aparecer um a um, mas de uma vez, e a Universidade divulgaria quem eram e os respectivos planos de equivalência, bem como as cadeiras que lhe foi exigido fazer.

      8. As peripécias da autorização/desautorização por Sócrates da consulta do seu processo individual na UnI
      As peripécias de autorização de consulta do processo individual de Sócrates pelo próprio face ao Expresso (31-3-2007, p. 10) são semelhantes às que o Público confessou em 22-3-2007. Dificuldades, hesitações, demoras, proibições. Ora, se está tudo direitinho, como o povo estranha, importa ser completamente transparente, solícito e verdadeiro.

      9. A alegada inexistência de livros de termos, livros de sumários, horários e lista de alunos, de professores e de disciplinas do curso
      No Expresso de 31-3-2007, escrevem Mónica Contreras e Rosa Pedroso Lima que na UnI "não tivemos acesso a qualquer livro de termos - exigido por lei - (...) livros de sumários, horários e lista de alunos, de professores e de disciplinas daquele curso" (de Engenharia Civil). E acrescentam: "Alegadamente ,não existem"! [realce meu]

      Este facto não preciso de comentário. A não ser, o facto de se rebentar com a reputação académica dos estudantes actuais e futuros por causa da desculpa de um caso "bizarro".

      10. A prova escrita de Inglês Técnico
      Escrevem Mónica Contreras e Rosa Pedroso Lima do Expresso de 31-3-2007, página 10, sobre os documentos que viram no processo individual de Sócrates, sem que lhes fosse consentido tirar cópia: (U)m texto em inglês dactilografado e corrigido a vermelho foi apresentado como a prova escrita de Inglês Técnico, embora não estivesse redigido em nenhuma folha de teste da Universidade".

      Uma prova dactilografada não é normal. Quando muito pode ser um trabalho. Servirá esse trabalho de avaliação de uma disciplina de Inglês Técnico? Isso teria de ser conferido com o programa da cadeira e as respectivas regras de avaliação, que também teriam de ser conhecidos e publicados. Ora, como expliquei em post passado:
      "Será fácil deslindar quem era o regente/docente de Inglês Técnico em 1995/96 na UnI. Segundo lembrou o comentador Irnério, o art.º 3.º do Estatuto do Ensino Superior Particular e Cooperativo - Decreto-Lei n.º 16/94, de 22 de Janeiro (com as alterações introduzidas pela Lei n.º 37/94, de 11 de Novembro, e pelo Decreto-Lei n.º 94/99, de 23 de Março:

      "Os órgãos de direcção dos estabelecimentos de ensino enviarão obrigatoriamente ao serviço competente do Ministério da Educação os seguintes elementos, nos prazos que se indicam:
      a) Até 31 de Janeiro de cada ano, o número de alunos matriculados e inscritos, por cada curso e ano, bem como o horário escolar a vigorar no ano lectivo decorrente, em cada curso e ano curricular, e o nome do docente responsável por cada aula do respectivo horário"

      Assim, a confiar no que obriga a lei, e os próprios serviços do Ministério a conferir, a Universidade Independente terá enviado até 31 de Março de 1996, como terá feito todos os anos, o nome do docente responsável pela disciplina de Inglês Técnico. Aliás, o mesmo se passará com os nomes dos docentes das disciplinas de Análise de Estruturas (3.º ano), Betão Armado e Pré-Esforçado (3.º ano), Estruturas Especiais (5.º ano), e Projecto e Dissertação (5.º ano) que José Sócrates terá frequentado."

      Por conseguinte, importa saber quem era mesmo o docente de Inglês Técnico: se o reitor Luís Arouca que diz ter sido ele (24 Horas de 28-2-2007, p. 9), se aquele que se apresenta no Público de 22-3-2007 (p. 4) como regente e docente da cadeira, o Prof. Eurico Calado. Ora, o Ministério pode atestar e os alunos da Independente de Engenharia Civil nesses anos de 1995/96 informar quem era realmente o docente da cadeira.

      11. A informação de "fonte policial" de que "a licenciatura de José Sócrates na UnI (...) não está a ser analisada na PJ ou no DIAP de Lisboa"
      Também não comento a informação passada pelos jornalistas Hugo Franco e Mónica Contreras no Expresso de 31-3-2007, p. 11, de "fonte policial" de que "a licenciatura de José Sócrates na UnI (...) não está a ser analisada na PJ ou no DIAP de Lisboa". E a fonte dos jornalistas acrescentou ainda: "não investigamos sobre matéria prescrita. Já passaram mais de dez anos".

      Será essa uma resposta pronta à participação-crime que o desassombrado Dr. José Maria Martins enviou em 9-3-2007 para a Procuradoria-Geral da República?

      12. O curso de Armando Vara
      O Expresso de 31-3-2007, p. 11, traz como informação marginal que o socialista Armando Vara terminou o seu curso de Relações Internacionais na UnI seis meses antes de ter sido nomeado administrador da Caixa Geral de Depósitos e não três dias antes como dizia o CM. Não sabemos se a fonte do Expresso foi a Universidade Independente ou o próprio, mas cremos que o senhor administrador do poderoso banco estatal poderá esclarecer a divergência.

      ..//..

      Finalmente, já fora da análise das peças do Expresso de 31-3-2007, o caso da "Pós-graduação com MBA em gestão de empresas pelo ISCTE" (sic) divulgada na nova versão (a terceira?) do curriculum do primeiro-ministro.
      As confusões não param e o Gabinete não consegue acertar uma: no novo curriculum divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro nesse nota de 31-3-2007, já sem a Pós-Graduação em Engenharia Sanitária (que nunca chegou a mostrar diploma), aparece uma "Pós-graduação com MBA em gestão de empresas pelo ISCTE" (sic).

      Ontem, dia 2-4-2007, o director do Público em entrevista a Mário Crespo na SIC-Notícias não soube explicar a contradição, dizendo que Sócrates tinha frequentado o MBA mas não tinha terminado. Veio dizer hoje, 3-4-2007, ao PortugalDiário, o Presidente do ISCTE, o Prof. Doutor Luís Reto, que José Sócrates concluíu uma MBA na instituição que dirige "em 2004 ou 2005". Ora, José Sócrates terá apenas concluído a parte curricular do MBA (Master of Business Administration ou Mestrado em Gestão de Empresas) do ISCTE - falta-lhe elaborar, apresentar e ser aprovado na dissertação (tese) de mestrado...

      Em escolas norte-americanas (como o MIT), distingue-se entre o grau de Master of Business Administration (MBA) e o grau de Master of Science (MS) in Management - quem fizer apenas a parte curricular tem o MBA, quem fizer também a tese tem o MS. Não é o caso do sistema europeu, nem o caso do ISCTE: quem complete a parte curricular tem apenas uma pós-graduação sem o grau de Mestre. O Gabinete de Sócrates o que deve dizer é que o primeiro-ministro completou a parte curricular do Mestrado em Gestão de Empresas (MBA).

      Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa não é arguido ou suspeito no seu percurso académico do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade, nem, por isso, a Universidade Independente ou os seus dirigentes, docentes, como António José Morais, Fernando Guterres e Silvino Alves, e alunos, como Armando Vara.

      Publicado por Antonio Balbino Caldeira em 4/03/2007 10:00:00 AM

      Anónimo disse...

      Este caso do (re)curso do Sócrates está a dar com o Miguel em doido. Oh homem, os ares de Oeiras não o ajudam a ultrapassar isso? O caso é grave! O seu e o do primeiro...

      Anónimo disse...

      Caro Miguel:

      Os meus parabéns por participar neste esforço da blogosfera de descobrir quem é, facto, José Sócrates e quais as suas habilitções.

      Notável.

      Anónimo disse...

      Do Clube de Jornalistas (http://www.clubedejornalistas.pt/DesktopDefault.aspx?tabid=931):

      As relações do governo com os media, segundo o "Expresso"

      Tentações de poder
      Quando chegam ao Governo, raros são os políticos que não tentam condicionar os «media».
      É mais forte do que eles

      Impulso irresistível de controlar

      Sócrates é diferente dos outros: é mais profissional



      Quinta-feira, dia 22, logo após o noticiário das oito da manhã da Renascença, os assessores do primeiro-ministro despertaram para um frenesim de telefonemas. A rádio dava eco à notícia do jornal ‘Público’ que levantava dúvidas em torno da licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente. O pivô rematava a peça dizendo: “Engenheiro não! Licenciado... talvez”.

      “Ligaram várias vezes para mim e para a redacção a protestarem”, contou ao Expresso o director de informação da Emissora Católica, Francisco Sarsfield Cabral. A frase que tinha provocado a ira do gabinete do primeiro-ministro não voltou a ser repetida.

      A ‘gestão de proximidade’ da comunicação é, aliás, imagem de marca do actual Governo. No primeiro Natal que passou como chefe do Executivo, José Sócrates foi de férias para a neve. Na SIC-Notícias, o ministro da Presidência era entrevistado por Mário Crespo. A certa altura, Pedro Silva Pereira foi interpelado sobre que sentido faziam essas férias de luxo quando o Governo pedia sacrifícios aos portugueses por causa do défice. “O primeiro-ministro ficou furibundo e telefonou-me directamente”, recordou Ricardo Costa.

      A pulsão controleira

      Não há partido de poder que se preze que não tenha a tentação de controlar os «media» e os jornalistas. A apetência do actual Governo não é pois menor que a de executivos anteriores. José Manuel Fernandes, director do ‘Público’, reconhece no entanto que existe hoje “um nível de sofisticação” maior do que noutros tempos. “Há uma gestão muito rígida da informação e um cálculo e controlo dos «timings» mais profissional”, acrescenta o director do ‘Público’.

      Ricardo Costa e Francisco Sarsfield Cabral corroboram a tese do profissionalismo. “O padrão não é novo. O que há é uma gestão mais organizada da informação e uma maior capacidade de reacção a notícias más”, acrescenta o director da SIC-Notícias.

      Na véspera da publicação da notícia sobre a licenciatura de Sócrates, o gabinete do chefe do Governo desencadeou uma acção preventiva junto de algumas redacções. “Houve logo telefonemas em que se dizia que aquilo não era assunto e que se houvesse dúvidas o gabinete estaria à disposição para esclarecer tudo”, sublinhou Ricardo Costa.

      O director do ‘Público’, que mantém há vários anos uma relação conflituosa com o actual primeiro-ministro, revelou ao Expresso ter “indicações provenientes de uma conversa que mantive com alguém do gabinete do primeiro-ministro que me levam a pensar que, pelo menos com uma rádio, pode ter havido um pedido para que a história da licenciatura não fosse reproduzida”. O facto é que nesse dia e nos que se seguiram, apenas a Rádio Renascença falou do assunto. Um facto que terá resultado dos inúmeros contactos estabelecidos pelos colaboradores do primeiro-ministro em que se procurava demonstrar que a investigação do ‘Público’ teria resultado do facto de Belmiro de Azevedo, o dono do jornal, ter perdido a OPA que lançou sobre a Portugal Telecom.

      Gestão de ‘crises’

      José Sócrates é, porventura, o primeiro-ministro que mais vezes liga directamente para jornalistas. Cavaco Silva nunca o fez. António Guterres e Durão Barroso só muito pontualmente o fizeram. Uma prática pouco habitual e que, muitas vezes, é entendida como forma de pressão sobre os «media». Ao longo da semana que durou a investigação do ‘Público’, o Expresso apurou que José Sócrates ligou, pelo menos, seis vezes ao jornalista que investigou a história.

      Uma prática que Ricardo Costa não considera negativa: “José Sócrates ligar não é um problema. Os jornalistas têm que saber defender as notícias que têm”.

      O director da SIC-Notícias sublinha que aqui existe também “uma questão geracional” uma vez que a geração de jornalistas que hoje fazem política nas redacções acompanhou de perto a ascensão de José Sócrates. “Este é o primeiro chefe de Governo que trato por tu”, garante Ricardo Costa.

      A prática seguida por este primeiro-ministro e seus colaboradores tem sido muitas vezes apontada pelos partidos da oposição, sobretudo pelo PSD, como uma ameaça à liberdade de imprensa. Ricardo Costa rejeita liminarmente esta tese: “É patético dizer que a liberdade de imprensa está ameaçada. É patético pensar que o Governo consegue controlar a comunicação social privada”.

      José Manuel Fernandes, do ‘Público’, recusa também falar de ameaças à liberdade de imprensa por causa destas atitudes, apesar de dizer que não gosta “de ouvir comentários do primeiro-ministro nos aviões sobre a forma como certos órgãos acompanham determinado assunto”. Afirmações que são encaradas como tentativas para condicionar a informação.

      Aliás, o actual Governo é frequentemente acusado de ter uma poderosa e eficaz máquina de propaganda. Francisco Sarsfield Cabral considera que “a ‘central de comunicação’ não é o problema. Cabe-nos a nós defendermo-nos dela. Só se formos anjinhos é que eles nos derrotam”.

      Perante estas acusações, uma fonte do gabinete do primeiro-ministro recordou ao Expresso que este foi o primeiro Governo a manter as administrações e direcções de informação dos órgãos de comunicação social do Estado, que tinham sido nomeadas pelo Governo anterior. “Há uma cultura de respeito pelo cumprimento dos mandatos”, sublinha a mesma fonte.

      Por outro lado, recorda-se que não foi este Governo nem o PS que afastaram Marcelo Rebelo de Sousa de um canal de televisão privado por causa das suas críticas ao Executivo anterior. Ao contrário, Marcelo mantém o seu programa na RTP, onde diz o que quer com “total liberdade”.

      Sobre a existência de uma poderosa máquina de propaganda, a mesma fonte é peremptória: “O que existe é uma agenda política e de políticas bem organizada”.

      Há, no entanto, quem prefira não se comprometer com comentários às alegadas ameaças à liberdade de imprensa. “Esse é um assunto sobre o qual não tive, não tenho e não terei nunca opinião”, afirmou ao Expresso José Fragoso, director da rádio TSF.

      Mas se a ameaça existe e não vem do Governo, vem de onde? O consenso é mais ou menos generalizado: “A forma como a ERC actua e entende os seus poderes é que representa um perigo para a liberdade de imprensa”, acentua José Manuel Fernandes, apontando o dedo a PS e PSD por serem os pais da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
      Texto Nuno Saraiva
      Foto António Pedro Ferreira
      "Expresso" 31 Mar 07

      NOTA DA DIRECÇÃO

      Direito e não privilégio

      O poder e os «media» têm relações estranhas e, como em todas as relações complicadas, há culpas de parte a parte. Ultimamente, porém, temos assistido a um estilo peculiar de os poderes se relacionarem com a Comunicação Social, privilegiando contactos pessoais (em «off») e evitando os institucionais. Da parte do Governo - e só nesta edição - recebemos apenas silêncio como resposta a perguntas sobre a Ota, sobre um conjunto de questões acerca do défice levantadas numa crónica de Manuela Ferreira Leite ou sobre a licenciatura de José Sócrates. No último caso, silêncio apenas - nem sequer um “não respondemos”. Naturalmente, o Governo intervém como e quando entende, mas nunca é de mais recordar que a informação é um direito constitucional e não um privilégio dos que a ela têm acesso. Se o Governo e, em diferentes medidas, o Presidente, o Parlamento, os partidos políticos, os sindicatos, as associações e as empresas não a entenderem desta maneira, é lamentável. Por nós, continuaremos a fazer todas as perguntas. Mesmo as mais incómodas.
      imprimir este texto

      ‘‘Isto nunca se viu na nossa democracia’’

      Mendes acusa Sócrates de querer controlar «media», Justiça e poder económico, com ‘homens- -de-mão’ em áreas vitais

      (...)

      “Controlar poder para esconder resultados”

      A voragem de controlar a comunicação social é outro exemplo apontado pelo líder do PSD que, em Agosto de 2005, denunciou a opacidade da entrada da Prisa (acusada de ligações aos socialistas espanhóis) na TVI. A convicção da direcção social-democrata é que todo o processo foi tratado directamente pelo primeiro-ministro e que as alterações na linha editorial da estação não serão alheias a tal facto.

      “Sócrates acumula mais poder e controla mais poder na tentativa de esconder os resultados que não consegue ter na governação”, acusa o líder do PSD. Que também aponta ao PM o controlo das entidades reguladoras, como provará a demissão do ex-presidente do regulador da energia que propôs um aumento da luz e acabou a bater com a porta, depois de ter sido desautorizado pelo Executivo.

      À lista soma-se a concentração de todas as polícias, incluindo a PJ, num secretário-geral dependente do primeiro-ministro, que o líder do PSD diz traduzir “uma concentração excessiva de poderes no PM, sem fiscalização de ninguém”. Bem como a criação do Conselho Superior de Investigação Criminal, igualmente presidido pelo chefe do Governo e que o PSD diz pôr em risco a independência do Ministério Público.

      “A obsessão de concentrar poder de controlo na alçada do primeiro-ministro é sempre em áreas vitais: comunicação social, justiça, segurança interna e centros de decisão económica”, denuncia o líder do PSD, que diz nunca ter visto “nada igual na nossa democracia”. A sua convicção é que “estes projectos acabam sempre mal” e que “um dia José Sócrates vai cair por aqui".

      Ângela Silva
      "Expresso" 31 Mar 07

      Anónimo disse...

      A coisa está preta!

      Adriano Volframista disse...

      Interessante mas:

      a)O licenciado José Pinto Pereira revela alguma ingenuidade por ter escolhido a UNI para a sua licenciatura.
      b) O mesmo licenciado revela muita argúcia por ter escolhido esse establecimento de ensino, dado que "toda a gente sabia (Manuela Ferreia Leite dixit)" que a UNI era muito "larga" em conceder licenciaturas.

      O resto, face a factos são cantigas.
      Cumprimentos

      Anónimo disse...

      "O licenciado José Pinto Pereira revela alguma ingenuidade por ter escolhido a UNI para a sua licenciatura"

      Qual licenciado...?


      "O mesmo licenciado revela muita argúcia"

      Se retirar o termo licenciado até posso concordar...

      Anónimo disse...

      Sou se dá um MBA a quem é licenciado, penso eu.

      Anónimo disse...

      Tá visto que vocemecê ainda não viu um oprco a andar de bicicleta.
      Eu já.
      E até a fazser discursos.

      Anónimo disse...

      Tem que casar...

      Quase no fim de uma entrevista coletiva, um repórter fez a seguinte
      pergunta aos três políticos presentes:
      -Senhores, se vocês fossem solteiros, com quem os senhores
      gostariam de se
      casar???
      O primeiro a responder foi Santana Lopes:
      -Eu casaria com a Soraya Chaves, a mulher mais bonita de Portugal!!!
      Então, um bêbado, lá no fundo, batendo palmas, grita:
      - Isso mesmo, muito bem, casou pela beleza, vale, muito bem!!!
      Logo após, Cavaco Silva deu a sua resposta:
      -Eu casar-me-ia com a minha actual esposa, pois eu amo-a e ela
      ama-me!!!
      O bêbado, mais uma vez:
      -Muito bem, tá certo, casou por amor, boa!!! Muito bem!!!
      E então, o José Sócrates, demagogo como sempre, deu a sua
      resposta:
      -Eu casaria com Portugal, meu coração pertence ao país!!
      O bêbado, mais eufórico que nunca, respondeu lá de trás:
      - Sim senhor, muito bem, isso é que é um homem honrado: fodeu, tem
      que
      casar...!!!

      Anónimo disse...

      Caro Miguel (sic) "Sou se dá um MBA a quem é licenciado, penso eu. "

      Qual MBA...? Já leu a 3ª versão, revista e melhorada, do CV de Sócrates? Vá ao Portugal Profundo e lá esplicam-lhe e que é o "MBA" de Sócrates...

      Anónimo disse...

      Os vencedores são aqueles que nunca fraquejam nas horas mais dificeis têm coragem e determinação para seguir em frente sabendo que nunca estão sós."

      SOCRATES É UM VENCEDOR. O resto é trupe do pior que há.

      Qua Abr 04, 10:23:15 PM

      Anónimo disse...

      Só tenho esta curiosidade: quando o PS levar um chuto do poleiro a criatura Abrantes materá esta taberna aberta?

      Anónimo disse...

      SOCRATES ESTÁ CORROIDO DE INVEJOSOS VISCERAIS.
      Segue o teu rumo, por muito que os cães ravosos uivem.

      "Nunca um invejoso perdoa ao mérito.
      A inveja é tão vil e vergonhosa que ninguém se atreve a confessá-la"

      Anónimo disse...

      SOCRATES ESTÁ CORROIDO DE INVEJOSOS VISCERAIS.
      Segue o teu rumo, por muito que os cães ravosos uivem.

      "Nunca um invejoso perdoa ao mérito.
      A inveja é tão vil e vergonhosa que ninguém se atreve a confessá-la"

      Anónimo disse...

      Desmentido no terreno
      «Genéricos atingem maior quota de mercado de sempre».
      Há apenas um ano, o PSD denunciava um caviloso projecto do Governo para estrangular o mercado dos genéricos...

      Continua SOCRATES vais no bom caminho

      Anónimo disse...

      Principal argumento de Miguel Frasquilho para a descida imediata de IRC: o imposto sobre os lucros das empresas é muito mais baixo nos países do Leste Europeu (média de 19%) do que em Portugal (25%), o que está a provocar deslocações de empresas de Portugal para esses países.
      Ora: (i) os contratos de investimento estrangeiro em Portugal incluem por via de regra uma isenção total ou quase total de IRC, pelo que ninguém deixa de investir em Portugal por causa disso; (ii) a maior competividade do Leste resulta, sim, de mão-de-obra mais barata e com melhores qualificações, o que significa factura de pessoal mais baixa e maior produtividade; (iii) outra vantagem do Leste é a sua maior proximidade do centro da UE, o que significa menos custos de transportes e melhor acesso aos mercados; (iv) a melhor prova de que um IRC mais baixo não dá, só por si, vantagens competitivas está aqui ao lado, na Espanha, que, apesar de um imposto muito superior ao nosso, atrai muito mais investimento estrangeiro.
      [Publicado por vital moreira] 3.4.07

      Qua Abr 04, 11:01:39 PM

      Anónimo disse...

      Inveja do Sócrates?
      Só se fôr da falta de vergonha do artista.
      Isto porque quem não tem vergonha...
      todo o mundo é seu.
      Continua Sócrates. Vais bem. E longe.

      Anónimo disse...

      A questão não é a licenciatura do Sócrates.
      É o facto de ele ser um aldrabão.
      E cumular essa qualidade com o cargo de 1o Ministro.
      Essa é que é a grande porra.

      Anónimo disse...

      O que nos safa é que temos uma dupla de betão " Sócrates e Cavaco" que governam a pensar nos portugueses e não apenas em quem mais berra...
      Cumps

      Anónimo disse...

      o betão está a apresentar brechas. Não secou.