Com a economia em recuperação e a questão do aborto resolvida, o abominável homem das Neves atira-se à educação: “Vivemos uma catástrofe educativa”. A causa, já se vê, são os erros ortográficos. Escreve o divertido articulista do DN:
«Em declarações à agência Lusa (29/05/2007, 14.39), o responsável do ministério, desmentindo "liminarmente" a acusação de não se ligar aos erros, explicou: "Não faz sentido penalizar a incorrecção ortográfica na primeira parte, quando o que se pretende perceber é se o aluno compreendeu ou não o texto."
Esta indignação é o elemento mais revelador do caso. O ministério gasta um dinheirão num exame nacional a fingir, pois as notas não contam para os alunos. Depois, desperdiça a informação recolhida, omitindo um aspecto quando avalia outro. Finalmente, considera tudo isto como "técnica de avaliação". Talvez daqui a anos, quando estes jovens escreverem mal um relatório que mandam ao patrão, se justifiquem dizendo que não é a sua ortografia que está a ser avaliada.»
Antes do aparecimento das máquinas de escrever e, mais tarde, dos computadores, a “catástrofe educativa” não se media pelos erros ortográficos, mas pela qualidade da caligrafia. Havia até cadernos de linhas duplas para apurar a arte da escrita. O pugresso deu cabo desta forma de arte.
Com os correctores ortográficos (e até o Blogger já corrige os erros), é natural que o “relatório que mandam ao patrão” não revele eventuais deficiências ortográficas. Podem no entanto “estes jovens” comprometer o seu futuro se não forem estimulados a raciocinar. Nenhum “patrão” estaria disposto a sustentar “estes jovens” se eles se limitassem a debitar ideias feitas, como as de João César das Neves. É caso para dizer:
— Xóvens, ponham os olhos no abominável homem das Neves e nunca deixem de raciocinar.
PS — O artigo de João César das Neves é também um exemplo de má-fé, porquanto o teste a que se refere apenas contém uma questão em que não é avaliada a ortografia.
2 comentários :
Ó Miguel,
Eu que até concordo quase sempre consigo, não posso deixar de referir que a ortografia deve ser SEMPRE avaliada. Em qualquer disciplina, em qualquer teste. SEMPRE... anda tudo a escrever de forma horrível, a juventude escreve de forma vergonhosa e todos os momentos são bons para forçar uma melhoria nesse aspecto.
Ok. Exigir aos «jóvens» o que estes não têm é má-fé!
Viva a malandrice! Também quero o rendimento mínimo! Trabalho?? fica para os outros...
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