“Há um maluquinho no Lumiar que costuma sair à rua à noite. Veste um blusão escuro que o torna praticamente invisível em noites de lua nova, agarra num ramo de árvore tombado, coloca-se no centro da Alameda das Linhas de Torres e desata a controlar o trânsito. Não é perigoso, não é mal educado, não coloca problemas a ninguém – excepto a mim, que fico tentado a atropelá-lo quando ele irrompe da escuridão, por trás de um plátano, enquanto berra: “Infracção! Infracção!”
Tirando isso, o maluquinho é muito normalzinho: faz o trabalho imaginário dele, tão inútil como estapafúrdio, e os automobilistas retiram o desconto devido à excentricidade, ignorando-o olimpicamente.
Submeto aos senhores que o jornal “Público” é o maluquinho da imprensa portuguesa. Ninguém lhe liga, ninguém o compra, mas ele prossegue, impávido, como se marcasse a agenda pública.”
domingo, julho 01, 2007
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8 comentários :
Caro Miguel acho que perde o seu tempo com o jornaleco que se afundo diariamente. Eu já deixei de comentar sobre esse panfletario, não merece que se perca tempo algum com um especie em fim de vida. Já agora, onde para o "formidavel" gestor jmf?
Não se preocupem com o "jornaleco"...
A não ser que tenham motivos fundados para receá-lo... tipo uma licenciatura Farinha Amparo, por exemplo...
Só percebo esta fixação anti Público porque o jornal não é do PS.
Então, tem que levar.
Ou é outra coisa, Abrantes?
O Público está uma m.... Talvez fosse boa ideia o Belmiro despedir o JMF...
Não, o jornal é do empregado do Afonso Pinto Magalhães - vende pouco. poucos o lêem e é enviado a titulo gratuito para as repartições publicas, mesmo assim, o jornal do Metro é mais solicitado.
Trinca Espinhas
Perguntaram onde anda o JMF. Eu digo, tenho-o visto para os lados das Faias-Poceirão a contar as quintinhas e a medir o tamanho das vinhas, para ver se é verdade o que disse o presidente da CIP, quando defendeu a localização no campo de tiro de Alcochete. Lembram-se do artigo que ele escreveu em defesa da localização nas Faias-Poceirão? Ainda o vamos ver a defender a opção Alcochete ou melhor ainda uma nova opção: Portela+Tróia.
O PÚBLICO não precisa de vender... basta-lhe fazer o jogo e os interesses do patrão para cumprir a sua missão.
Lê-se esta notícia do Público e percebe-se porque a boysada tem de fazer campanha...
"MP diz que Morais tentou desligar-se da conta bancária onde foi pago pela HLC
01.07.2007, José António Cerejo
Aterro da Cova da Beira devia ter sido adjudicado à Soares da Costa se o então director do GEPI não tivesse manipulado o concurso subvertendo as regras de avaliação das propostas
António José Morais, então director do Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações (GEPI) do Ministério da Administração Interna, tentou retirar o seu nome de uma conta onde o empresário Horácio Luís de Carvalho depositou cerca de 58 mil euros, como contrapartida da adjudicação do aterro sanitário da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB). De acordo com o Ministério Público (MP), que há duas semanas acusou Morais, a sua ex-mulher Ana Simões e Horácio Carvalho de corrupção e branqueamento de capitais, a iniciativa daquele professor foi uma entre várias que se destinavam a esconder o seu envolvimento nos crimes de que foi acusado.
Segundo a acusação, a vitória do consórcio liderado pela HLC, Engenharia e Gestão de Projectos, SA, e pela sua participada Conegil no concurso para a concepção, construção e exploração do aterro da Cova da Beira foi combinada em 1997 entre António Morais, a ex-mulher e o presidente daquelas empresas, Horácio Luís de Carvalho. De acordo com o MP, os vencedores deviam ter sido excluídos logo na pré-selecção dos concorrentes e a adjudicação devia ter sido feita a um consórcio encabeçado pela Soares da Costa. Só assim não foi, conclui-se da acusação, porque a ASM, a empresa de Morais e da ex-mulher que assessorava a AMCB, manipulou o concurso para que tal acontecesse.
Consultada pela associação de municípios para a apoiar na realização do concurso, a ASM ganhou o contrato no final de 1995, com uma proposta subscrita por António Morais, à época adjunto do secretário de Estado da Administração Interna Armando Vara e professor do secretário de Estado do Ambiente, José Sócrates, na Universidade Independente.
Uma conta na ilha Guernsey
A cargo da equipa coordenada por Morais - e que integrava a arquitecta Ana Simões e os engenheiros Silvino Alves, Fernando Guterres e João Manuel Guterres, todos eles colegas de Morais na UnI - ficou a elaboração do caderno de encargos e do programa de concurso, bem como a avaliação das propostas e a graduação dos concorrentes. Foi com base no relatório de avaliação subscrito por todos os membros da equipa, menos António Morais, que entretanto tinha sido nomeado director do GEPI e estava impedido legalmente de o fazer, que o negócio foi entregue ao consórcio dirigido pela HLC por 12,75 milhões de euros.
O MP sublinha, porém, que, apesar de ter deixado de assinar os documentos, Morais continuou a liderar a equipa e era a ele que a AMCB endereçava facturas e correspondência diversa. Aliás, segundo a acusação, foi ele e a então mulher quem negociou com Horácio Luís de Carvalho as contrapartidas da adjudicação do concurso, no início de 1997.
Para cumprir esse objectivo, os dois sócios da ASM terão aplicado incorrectamente os critérios de avaliação definidos por eles próprios, por forma a justificar a proposta de adjudicação depois aprovada pela AMCB, então dirigida por Jorge Pombo (PS), presidente da Câmara da Covilhã. A aplicarem-se correctamente aqueles critérios, o consórcio da HLC teria sido mesmo excluído na pré-selecção dos concorrentes, já que a empresa líder não possuía a capacidade financeira e técnica exigida. Isto porque, de acordo com o MP, a HLC tinha tido resultados negativos no ano anterior e outros membros do consórcio tinham uma facturação muito baixa. Caso as regras tivessem sido respeitadas, o concurso teria sido ganho pela Soares da Costa.
Para receberem as compensações combinadas, os sócios da ASM abriram uma conta no Lloyds Bank, na ilha Guernsey, no canal da Mancha, onde Horácio de Carvalho depositou um total de 58 mil euros. Os pagamentos foram feitos por fases, a partir de contas das sociedades off shore Spire Investments e Ibero Projects, propriedade daquele empresário, e alguns dos talões de depósito referiam expressamente o projecto da Cova da Beira.
No Verão de 1998, quando já circulavam rumores de corrupção no concurso, António José Morais ainda escreveu uma carta ao Lloyds Bank a pedir que o seu nome fosse retirado da conta de que era co-titular, mas essa iniciativa, bem como outras destinadas a dissimular a origem e destino do dinheiro, não teve
sucesso.
O despacho final do MP não contém qualquer historial da investigação, nem se refere ao facto de a proposta de acusação contra Jorge Pombo e Silvino Alves, feita pela PJ, não ter sido tida em conta. As denúncias iniciais relacionavam também o então secretário de Estado do Ambiente com este processo, mas José Sócrates nunca foi ouvido no decurso do inquérito agora concluído."
Boa sorte, Miguel...
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