domingo, julho 29, 2007

Sugestões de leitura

    Fernanda Palma, O espírito das leis: “O que fazer? Terá de ser interposta uma acção judicial para que a lei seja cumprida pela Administração? Essa solução não parece acessível a uma mulher grávida e a delonga de um processo retiraria o efeito útil a qualquer decisão.

    Mesmo sem a oposição dos tribunais, o poder executivo não pode suspender leis por sua iniciativa. Se isso suceder, transformar-se-á num legislador negativo e poderá vir a praticar crimes de denegação de justiça ou de atentado contra o Estado de Direito, de que o Ministério Público, como defensor da legalidade democrática e titular da acção penal (e não o Presidente da República ou o Governo), deve dar conta.

    Como dizia Montesquieu, “se, num Estado livre, o poder legislativo não deve ter o poder de deter o executivo, tem o direito e deve ter a faculdade de examinar de que maneira as leis que fez são executadas”. Assim é, ainda hoje, o espírito das leis.”

    Nuno Brederode Santos, AO LEME: “A recusa do Governo da Região Autónoma da Madeira (e do PSD local) em dar cumprimento a uma lei da República - no caso, a da interrupção voluntária da gravidez - teve, como é costume, um primeiro momento filosófico: o "não me venham com essa do Estado unitário" (sendo que "essa" é a primeira estatuição do art. 6.º da Constituição). Veio depois a afirmação do princípio da inaplicabilidade da lei à Madeira, com o argumento de que, no referendo e ao nível regional, o "sim" perdeu com o "não". Seguiu-se a explicação de se aguardar a voz do Tribunal Constitucional. Mas, revelando este que tal nem lhe fora pedido, passou-se à espera dos pareceres jurídicos de apoio. Enfim, e perante o crescendo de declarações de figuras respeitadas da direita, que insistiam na inadmissibilidade de uma Região recusar uma lei da República, tudo veio dar à praia de não poder a Região ser obrigada a um dispêndio não orçamentado.”

3 comentários :

Anónimo disse...

O poder autocratico fascistoide que se instalou na madeira, tem tido ao longo dos anos o apoio claro do psd nacional.A pratica politica do psd continente, quando no poder, não é muito diferente da praticada pelo presidente da "junta" da madeira. Só muda nas nuances utilizadas, porque os objectivos são os mesmos.Aliás todos os presidentes do psd sem excepção, sempre deram apoio e cobertura á forma como o chefe da oligarquia se exprime, mesmo quando está no seu estado normmal,com uma linguagem que roça o insulto, a ofensa e ameça fisica, fazendo lembrar os camisas negras de má memoria.
Ainda hoje, o marques mendes andou por lá a bajular o tirano.
Chaves na venezuela é um aprendiz á beira deste bokassa.
Será que a CE aceita no seu seio politicos que saneiam a oposição e calam as minorias? Não será altura do governo central fazer chegar ao parlamento europeu a situação que se vive no pequeno reino de um candidato a ditador?

Anónimo disse...

O pacheco faz parte da familia do psd e como tal está inserido politicamente no contexto referido no post do contenente. Não há mais explicações. São todos iguaizinhos.Até parecem clonados.

Dom Jul 29, 11:15:00 PM

Anónimo disse...

A lógica segundo bokassa: o não ganhou aqui na minha quinta, logo...