quinta-feira, outubro 04, 2007

"Um assunto triste"

aqui fizera referência ao assunto, depois de Pacheco Pereira se ter mostrado incomodado com as tropelias do regime democrático contra os skinheads. A questão volta a ser referida por Rui Tavares num excelente artigo no Público. Aqui fica um extracto:

    “Na semana passada dois neonazis entraram no cemitério judaico de Lisboa, que vandalizaram. Foram apanhados em flagrante, um deles enquanto defecava num túmulo, quando chegou a polícia alertada por um transeunte que ouvira barulho no cemitério.

    (…) os jornalistas que têm investigado os neonazis portugueses são claros: as suas acções parecem estender-se ao tráfico de armas e drogas e crimes de extorsão, além de espancamentos e ataques racistas. Alguns destes jornalistas foram ameaçados, viram as suas fotos distribuídas nos fóruns neonazis na internet, ou intimidados por skinheads à porta de casa. O colunista Daniel Oliveira, do Expresso, foi ameaçado de morte em plena rua. O humorista Ricardo Araújo Pereira viu publicitada a morada do colégio da sua filha. E segundo a imprensa, no processo constam diversas agressões – inclusive com arma de fogo – consumadas principalmente contra negros, mas também indianos, imigrantes e estrangeiros.

    Como é sabido, vários dos acusados pertencem ao Partido Nacional Renovador.

    (…) Pacheco Pereira continua a ofuscar a gravidade do assunto. Quando Mário Machado – um dos assassinos do português e mulato Alcino Monteiro – veio mostrar as suas armas para a TV, Pacheco Pereira escreveu na Sábado um texto em que o “nazismo nacional” era um mero “espantalho” para a esquerda e chamou a Mário Machado “o preso político que a democracia é suposta não ter”. E agora, quando se sabe que este racista é acusado também de extorsão, sequestro e posse de armas ilegais, voltou a escrever no seu blogue que a prisão de Mário Machado “aponta para razões puramente políticas” e qualificou-a de “inadmissível” por considerar que “incitar ao ódio racial” em países “genuinamente liberais não é crime nem sequer delito de opinião”. Pacheco Pereira não se referiu à vandalização do cemitério, o que contrasta fortemente com as dezenas de textos e exigências de condenação após a estúpida acção de alguns ecologistas num milheiral algarvio, este Verão – que também motivou a Pacheco Pereira comparações com as acções dos racistas e dos terroristas, demonstrando que por razões de combate político está disposto a confundir ataques à propriedade com ataques a pessoas, numa inversão moral a vários títulos chocante.”

Adenda — O artigo completo está disponível no blogue de Rui Tavares.

2 comentários :

Anónimo disse...

Pacheco Pereira devia pelar a cabeça e assumir de uma vez que aposta sempre no cavalo errado...

Edie Falco

Anónimo disse...

Como é, Miguel Abrantes ?

Afinal o "Público" edita excelentes artigos ?...

Ai essa coerência...