quinta-feira, janeiro 31, 2008

Da série "Frases que impõem respeito" [122]

    “(…) essa canonização da figura real [D. Carlos] por parte da direita e da historiografia neoconservadora mais recente casa mal com a irresponsabilidade do soberano que alimentou os financiamentos ilegais à casa real (o escândalo dos "adiantamentos"), que jogou suicidiariamente o destino do regime na aventura autoritária de João Franco, que privou a monarquia dos seus principais apoios políticos, que hostilizou arrogantemente com o seu estilo de vida e de governo a pobreza generalizada do povo e da pequena burguesia das cidades e que, por tudo isso, foi dos mais odiados e impopulares soberanos do constitucionalismo monárquico.”

      Fernando Rosas, no Público de ontem

5 comentários :

Anónimo disse...

A preocupação de Fernando Rosas e da Esquerda em geral com a paranóica fixação da Direita no argumentário piegas do rei-mártir também casa mal com a preocupação com o Futuro que é apanágio da Esquerda: a Monarquia é uma página virada e ninguém, repito ninguém de bom senso quer discutir hoje esse assunto.


O mesmo, ou quase, se diga, complementarmente, do generalizado fastio que é sentido a respeito do centenário da implantação da República: são assuntos do Passado, só respeitam à velharada.


O Mundo não é um carangueijo, não vive com a cabeça voltada para trás...

Anónimo disse...

" pobreza generalizada do povo e da pequena burguesia das cidades e que, por tudo isso, foi dos mais odiados e impopulares soberanos do constitucionalismo monárquico.”
Assenta que nem uma luva ao actual regime, dito "democrático".
O Rosas, contudo, a avaliar pela aparência, queixa-se de barriga cheia.

james disse...

Completamente de acordo com o anónimo de Qui Jan 31, 03:04:00 PM.

Todavia, frases como esta são necessárias por contraponto às bujardas vomitadas por professores universitários, emproados como perús, prontos a ser trinchados em noite de consoada ou obscuros inspectores das finanças, embriagados numa nostalgia ficcionada, já que por impossibilidade histórica não tiveram o privilégio de caçar com o rei, nem de lhe apresentarem os diluentes para os seus pastéis...

Anónimo disse...

Os monarquico-patrioteiros que agora tanto querem endeusar o rei D. Carlos deviam lembrar-se que ele chamava a Portugal "a piolheira".

Anónimo disse...

Não era o heterónimo Afonso que ia tratar das jacobinices, laicidades e aventais...

Ordem na casa, Miguel.