Referi aqui que o Público havia usado uma sondagem do INE, que avaliava a “confiança” dos consumidores, para uma manchete que deixava subentendida que se alicerçava em dados reais: “Situação financeira das famílias ao nível mais baixo dos últimos 4 anos”.
Esta manipulação grosseira é hoje tratada pelo novo provedor do leitor do Público, Joaquim Vieira. Depois de se referir longamente à manchete do Público de 5 de Dezembro que dá a vitória a Chávez no referendo com base em sondagens [“Um falhanço tão clamoroso como este (que — temos de admiti-lo — fere com gravidade o prestígio do jornal)”, escreve Joaquim Vieira], o provedor disseca o caso da utilização abusiva da sondagem do INE.
Para o efeito, ouviu o Dr. José Manuel Fernandes, que dá uma justificação extraordinária: “Estive de volta da página ensaiando várias soluções e não consegui um título que reflectisse todas estas nuances, sobretudo a diferença entre ‘situação financeira’ objectiva das famílias e a percepção por estas de qual a sua ‘situação financeira’.” O provedor recorda ao estimado director do Público que poderia ter-se socorrido da expressão “confiança dos consumidores”, que era a expressão usada no inquérito do INE…
Fica, para memória futura, a recomendação do provedor:
“Um jornalismo de rigor não deve confundir sondagens, quaisquer que sejam as suas formas, com factos reais, a não ser os da sua própria existência como sondagens. Deve ser relativizado o valor noticioso das sondagens e dado na mesma proporção destaque às suas conclusões.”
PS — O blogue do provedor do leitor do Público, para o qual este remete os esclarecimentos do Dr. Fernandes, continua inactivo. Há coisas fantásticas, não há?
4 comentários :
Já aqui tinha afirmado que o jornaleco panfletario do sr. sonae, é uma folha incrustada de mentira,de odio e vingança.
Com um pseudo director, vulgo "o rapaz de serviço" e de alguns "jornalistas" vendidos, que não o merecem ser.
Além do mais é um cobarde, porque não se retrata nem dá a cara pelos erros que coniventemente comete.
o sr. Viriato, e o sr. Miguel Abrantes, se existem e têm nome próprio, dêem a cara. Isto é, o nome verdadeiro. Antes disso não chamem cobardes a ninguém.
O problema é que o jornaleco panfletario não está aberto à opinião livre e ao contraditorio, mas sim aos amigos do "rapaz de serviço". Mesmo no direito de resposta, o jornaleco não é lá muito cumpridor da lei, segundo parece.
Pode-se saber quem é o Viriato e o "rapaz de serviço"? É que, assim, também eu continua anónimo. Até porque não me soa bem nem o nome Viriato (não sou pastor nem gosto de rebanhos), nem o Miguel (será o "de Vasconcelos"?), e muito menos aprecio o "tudo como dantes, quartel general em Abrantes"...
Enviar um comentário