quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Há vida para além da economia… mas as notícias recentes são boas…

            «Isto está de cortar à faca. É um pouco inevitável com a conjugação de três coisas em sequência: um pano de fundo de crise económica e social grave, que gera uma peculiar sensibilidade a questões como a corrupção, e, como na política não há alternativas, tudo desagua num ambiente pastoso, irritado e sem esperança. Hoje, num supermercado, um homem disse-me: "vai haver uma explosão". Sei lá, alguma coisa vai haver. Não menosprezem os sinais.»



… tão boas que alguns querem menorizá-las:

1. Ontem, soube-se que a Comissão Europeia analisara o PEC, tendo concluído:

    “O programa português é coerente com uma correcção do défice excessivo dentro do prazo acordado pelo Conselho. O programa visa intensificar a consolidação orçamental a médio prazo, a fim de alcançar o OMP [objectivo de médio prazo] de défice estrutural de 0,5% do PIB até 2010”.

E acrescenta-se no documento:

    «“Portugal deve ser louvado pela redução do défice para 3%, senão menos, em 2007, um ano antes do prazo. As recentes reformas do sistema de pensões melhoram também, significativamente, as perspectivas das suas finanças a longo prazo. O país é encorajado a prosseguir a sua estratégia orçamental, para que a economia portuguesa retome uma trajectória de recuperação sustentável e dinâmica”, declarou o Comissário Joaquín Almunia, responsável pelos assuntos económicos e monetários.»

2. Hoje, foi publicado pelo INE que a primeira estimativa aponta para que o PIB tenha crescido 2,0 por cento no 4º trimestre de 2007 face ao período homólogo. Trata-se do maior crescimento homólogo desde o 1º trimestre de 2002.

A variação em cadeia de 0,7 por cento é superior à registada na Zona Euro (0,4) e no conjunto da União (0,5), dando indicações da convergência da nossa economia — crescemos acima da Alemanha, Estónia, Lituânia e UK.

Em consequência desta trajectória, o INE estima que o crescimento económico do ano 2007 tenha atingido 1,9 por cento. Alguns dirão que é pouco. É o maior crescimento anual desde 2001. É um crescimento claramente superior às previsões formuladas pela generalidade das instituições sobre o crescimento económico da economia portuguesa. É um crescimento mesmo acima das previsões do Governo.

Já agora que tantos destacam os alertas da Comissão Europeia sobre o optimismo das projecções portuguesas, seria útil que alguém fizesse um trabalho comparativo entre aquilo que foi dito em 2006 e 2007 e a prova da realidade.

11 comentários :

Anónimo disse...

Essa é para o Frasquilho ?

Anónimo disse...

O primeiro ano em que Portugal ultrapassou os 3% foi em 2001, governo Guterres, cujas finanças eram um caos; só em Agosto de 2002 o BdP chegou ao défice de 4,1%.
Em 2002,2003,2004 o défice foi sempre inferior a 3%.
E quem validou as contas de M.F.Leite na C.E. foi nem mais nem menos Pedro Solbes, do PSOE, que viria a ser Ministro das Finanças de Zapatero.
Nada de espantar este resultado agora, que foi conseguido ao fim de 3 anos quando naquele tempo era todos os anos.

Em vez de procurarem estes pergaminhos, subam as pensões dos reformados agrícolas, perdidos no interior desértico do país, sem hospitais, SAPs, urgências, vivendo do apoio de instituições da Igreja Católica que lhes cozinha as refeições, os leva aos médicos, os lava, lhes limpa as casas, enfim, lhes dá uma vida digna.
Este ano tiveram o aumento miserável de SEIS, repito, SEIS €/mês, para um total de 218€.
Na Espanha, o aumento das pensões mínimas foi 200€ / mês.
Seria melhor fazer do que publicitar tão pouco.

Anónimo disse...

Por muito brutal que lhe possa parecer, espero que não se ofenda, mas, até parece que estou a ler o inefável FAL.
Já agora que tal uma canção do Boris Vian ? "faits moi mal J...", por exemplo ?

Anónimo disse...

mas as notícias recentes são boas… para quem?
Para os comissários!?
Para aqueles que em Portugal vêem o desequilibrio da distribuição de riquez crescer a sua favor.
Se antes tínhamos uma galinha para dois e agora já temos duas, porque continu a ter no prato só uma asa?
Que bom que é viver no Portugal das motícias dos jonais, da propaganda socialista e das estatíticas...

Anónimo disse...

Acho que o gajo do supermercado tem razão - ao vêr o Pacheco com aquela languida massa osporosa, seia tragico se houvesse uma explosão dentro daquele espaço limitado - pessoalmente não gostaria de la estar, compreende-se,. não é?

Ja meti 4 lagartas nas minhas janelas, falta meter mais uma - hoje veem-me colocar o sistema de alarme - espero para a semana trazer a fanfarra dos Bombeiros e fazer a respectiva inauguração - conheço o Rui Pereira do Benfica, tinha uma ideia que não era aldrabilhas - bom, ele nas policias não manda - é o relações publicas - quem manda esta a caminho da Jordania para dar uma aula de crescimento e desenvolvimento do Todaro.

O Pior 1º Ministro que o país alguma vez teve, - hoje que conheço mal salazar, é verdade, mas conhecendo razoavelmente bem o modelo economico do fundador dos "rapazes de Boliqueime", vou escrever uma atordoada, preferia levar com o Salazar do que o economista que o Portugaleco consagrou - justifico - é que n o tempo de Salazar ao menos podia sair de casa á noite na paz do senhor - hoje so com segurança e carro blindado, aquim o Pedro dos Olivais/Chelas tem razão, em lisboa so de blindado

Ze Boné

Ricardo M Santos disse...

Nos vossos foguetes não incluem os dados no INE sobre a inflação nos 2,9%?

Anónimo disse...

Apanhei de raspão o debate entre a Roseta e a Maria Jose NPinto, moderado pelo Mario Crespo e fixei isto - ambas não sabiam quanto tinha pago a CML, com o nosso dinheiro ao "Gary Cooper" da arquitectura e chamavam ao Pedro dos Olivais/Chelas, de irresponsabilidade - é 100%

Inflação em 2,9% - so tenmho que dar os parabens ao modelo de contenção que evitou coisas piores - mas disto escrave quem sabe, quem estudou os modelos macroeconomicos, nã é pelas sebentas do Prof de Boliqueime, embora tenha obrigação de saber, deu finanças publicas. - muito bom, muito bom

Anónimo disse...

Passado já o período razoável, podemos constatar que as empresas que prestam serviço público de transporte de passageiros ( CP, Carris, Refer, Transtejo, Soflusa, Metro ( Lisboa e Porto), STCP e as diversas participadas) dão-nos, em síntese, a situação seguinte:

· Têm um passivo que ultrapassa os 9 mil milhões de euros ( mais de 8,0% do PIB)
· Devem atingir mais de 600 milhões de euros de prejuízos em 2005
· Geram prejuízos, diários, de cerca de 1,8 milhões de euros!
· Perda de mais de 30 milhões de passageiros (dos quais mais de 20 milhões do transporte fluvial de passageiros)
· Aumentos de custos com pessoal/anuais acima dos 8%
· Aumentos salariais negociados pelas “administrações”, acordos de empresa, em 2005 que atingem 11,5%!
· Completa desregulamentação das relações laborais
· Ausência de planos/programas estratégicos

Mas não deixa de ser demonstrativo, como se considera “normal” que o serviço público fluvial de transporte de passageiros, tenha perdido mais de 600 mil passageiros, por mês (cerca de 20 mil passageiros, por dia) ou seja quase 8 milhões de passageiros, por ano, entre 2001 e 2005 ! Ou que se considere como normal que no 1º semestre de 2005 os resultados líquidos negativos neste serviço tenham tido uma agravamento de 66,5%! O que quer dizer que se, se mantiver esta situação este serviço apresentará em 2005 resultados líquidos negativos de cerca de 28 milhões de euros e o seu endividamento atingirá os 80 milhões de euros!! Como é isto possível num serviço que em 2001 poderia ter apresentado resultados líquidos positivos de 1,8 milhões de euros e sem qualquer endividamento? Mais ainda e por mais estranho que pareça os aumentos salariais em 2005 situaram-se entre os 7,6% e os 12,5%! Onde os custos com pessoal atingiram um aumentos na ordem dos 32,2% e os custos operacionais mais de 75,0% entre 2001 e 2004!( anexamos dois documentos)
Como é possível que, em 2005, a Transtejo e a Soflusa recebam 9 milhões de euros de indemnizações compensatórias, isto mais de quatro vezes que o Metro do Porto?
Como é possível que a Carris de Lisboa receba 42,5 milhões de euros, o triplo do STCP do Porto 15,2 milhões de euros? Como é possível que o Metro de Lisboa receba 21,3 milhões de euros dez vezes mais que o Metro do Porto ( 2,3 milhões de euros)?
Por isso o meu sentimento de decepção pela ausência de estratégia, num sector onde se tem investido milhões e milhões de euros, mas em que são praticamente nulas as mais-valias daí resultantes para o desenvolvimento do país e a visibilidade para a opinião pública e onde são permitidos aumentos anuais, em custos com pessoal que se podem, claramente, tipificar, como situações de gestão danosa!!
Se os avultados investimentos não trouxeram os resultados que deviam ter trazido, também a ausência de estratégia nas Empresas está a contribuir para a degradação e falência de todo o sector. A Refer desmantelou todo o seu know how, adquirido ao longo de dezenas de anos, entregando-o ao exterior em outsourcing, alienando toda a sua capacidade técnica; a CP, movimentando-se em redor de objectivos irresponsáveis por serem irrealistas e inatingíveis, maquilhados por um plano de marketing que esconde o vazio e a realidade, assumindo consequências nefastas na EMEF e nas outras participadas, entretendo-se, assim, em jogos de “fazer ver”, fingindo ter uma estratégia para na prática procurar manter lugares de Administração.

SABEM QUAL É HOJE A SITUAÇÃO ?
Se a senhora teve esta informação a tempo , no seu MEMORANDO porque não actuou?

Armindo Bento disse...

Situação económica e Financeira das empresas do sector
Empresarial do Estado ( ) - serviço público de transporte de passageiros em 31 de Dezembro de 2006
- ( 2005-2006) Perda de 7,6 milhões de passageiros ( - 1,3%) – ( em média 25 mil passageiros/dia)
Endividamento de mais de 12,7 mil milhões de euros ( + 9,7%) ( em média mais de 3,1 milhões de euros/dia)
Resultados negativos em 2006 cerca de 760 milhões de euros ( + 11,9 %) ( em média mais de 2,1 milhões/dia de prejuízo )
Os capitais próprios negativos atingiram mais de 2,1 mil milhões de euros ( + 2,5%)
Esforço financeiro do Estado atingiu mais de 311,3 milhões de euros ( + 1,14%)
O aumento dos títulos de transporte atingiu nos últimos dois anos mais de 13,2% ( o maior aumento desde sempre no serviço público de transportes)

SERÁ QUE A ENgª vai ser responsabilizada?

Anónimo disse...

Que bonita é a roupa nova do rei.

Anónimo disse...

Este é um governo que merece o meu respeito, pela forma como pegou pela frente touro e o dominou, coisa que os seus antecedentes não tiveram a ousadia e capacidade de o enfrentar.
Só por isto vale o meu voto e de mais 47 familiares, em proximas eleições, por muitos maus pachecos que por aí há.