O Público, insistindo na cruzada contra o Governo de Santana Lopes (e, cirurgicamente, deixando de fora o Governo de Durão Barroso), tem hoje o seguinte título, na página 8 (com chamada de primeira página): “Santana conversou com Estoril-Sol à margem do Governo de Durão”.
O título, só por si, já diz tudo quanto à intencionalidade da notícia. Recorde-se que, à data dos factos relatados na notícia, Santana Lopes (goste-se ou não) era presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Era, portanto, natural que conversasse com a Estoril-Sol sobre o casino, por legitimidade própria, no exercício das suas funções camarárias, e independentemente do Governo.
A referência “à margem do Governo de Durão Barroso” só se compreende, pois, à luz de uma campanha jornalística dirigida — que quer sacrificar uns e branquear outros.
Mas o que é que está implícito na notícia? Que Santana esteve envolvido nas negociações que conduziram à não-reversibilidade do edifício do casino de Lisboa. O jornal chega mesmo a dizer que “a carta da Estoril-Sol contradiz o líder da bancada do PSD, que tem afirmado não ter acompanhado a última fase das negociações sobre o Casino de Lisboa”.
Porém, que carta é essa? É, afinal, uma carta de Julho de 2004, em que a Estoril-Sol solicita a modificação do local do casino (originalmente previsto para o Jardim do Tabaco) para o Pavilhão do Futuro, no Parque das Nações.
Ou seja, esta carta nada tem a ver com a fase final das negociações, nem com o decreto-lei que consagrou a não-reversibilidade do casino de Lisboa. O dito decreto-lei é de Fevereiro de 2005. A carta que o Público hoje cita é muito anterior (de Julho de 2004), numa fase em que o casino ainda estava previsto para o Jardim do Tabaco e apenas se começava a colocar a hipótese de ele ir parar à Expo.
E o facto de Santana Lopes ter sido consultado nada tem de anormal, visto que era — à altura — o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e, portanto, era perfeitamente natural que tivesse uma palavra a dizer sobre a localização do casino (no Jardim do Tabaco ou na Expo).
Partir daqui para um pretenso envolvimento de Santana Lopes na questão da não-reversibilidade do edifício do Casino é pura especulação e, mais do que isso, enlameamento infundado do bom-nome alheio.
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
Jornalismo de sarjeta
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13 comentários :
a foto tambem é do publico ou foi o sr. Miguel Abrantes que a escolheu ?
Fui eu que escolhi. Era Santana presidente da câmara e acompanhava o Dr. Sampaio à porta dos paços do concelho, salvo erro num 5 de Outubro. Já aprendi a cortar no Paint quem não faz falta (ao post). Ele vinha todo torto... desde o botão do casaco. Agora, tenho de ir ler o acórdão.
smile
já agora , quando é que escreve um postezinho sobre o grande amigo de José Socrates, Manuel Alegre ? acho que ele anda muito interessado por materias da educação ...
Ó Miguel, ainda que mal pergunte, esta inusitada defesa do Santana Lopes visa retribuir o favorzito deste ao Sócrates - quando o elogiou de ser corajoso?
(O santana lá saberá por que o fez e o que pretendeu com tal epíteto - nem sempe o que parece é)
O MA é preso por ter cão e preso por não ter! Se elogia o Sócrates é assessor, se defende o Santana é pq este elogiou o Sócrates! Enfim fazer o quê!
Esta noticia apenas demonstra a merda de media e classe jornalista q temos.
A conclusão é as pessoas deixarem de ter confiança nos jornais, mas estes jornaleiros ainda não atingiu isso!
E na realidade parece q se está a tentar proteger alguém no meio deste lamaçal q é o casino de Lisboa e como diz Lobo Xavier parece q essa pessoa é o presidente da CE!
O Miguel Abrantes ataca é o PÙBLICO, não defende Lopes.
Descredibilizar o Público interessa-le, claro.
Convém não esquecer que é um dos meios de comunicação social que tem trazido à luz do dia os podres de José Sócrates, há que tentar destruí-lo.
O Post do Miguel - costuma-se dizer na minha - fiquem descansados que não é Chelas - é dhomem - a sargeta é que não se desentope, nem com cheias nem sem elas - o mouro esta de pedra e cal
Ze Boné
O Tio Belmiro, chorou que se fartou, em pouco mais de 10 anos, passou de um anonimo empregado de Afonso Pinto Magalhães a figura de proa da Forbes, tendo destornado Rockefeller no mundo do 1 em 2. paga 1 e leva 2 para casa
Ainda se queixa que paga muitos impostos - eu acho, é que paga poucos e foge aos demais, imagino eu - quem não chora não mama, bem dizia Alves dos Reis
Ze Boné
meus caros
não é o Público, nem Santana: é Menezes.
MA e os 40 assessores preferem ter Santana forte (quem sabe na corrida...) do que um Menezes inquestionável.´
para reinar é preciso dividir; e para dividir o PSD...
Este post não pretende lançar Santana contra Menezes. Nem sequer pretende tirar Santana do atoleiro do casino de Lisboa. Mas não é porque falou com a Estoril-Sol enquanto presidente da câmara que o compromete.
Este post pretende apenas sublinhar o modo como o Público constrói as notícias. E, já agora, realçar que o jornal parece interessado em poupar Barroso.
Não foi o Governo de Barroso que fez a promessa (coisa extraordinária!) de oferecer o Pavilhão do Futuro à Estoril-Sol?
O Público descobre o podres de Sócrates.
Talvez por isso os sócretinos aqui do blogue dizem que o Público é uma merda.
Deve ser do cheiro.
Hoje fui ao Continente (sonae) e após ter pago a despesa, a menina da caixa,oferece-me o jornaleco "publico",hoje é de graça.Segundo soube é pratica corrente.
Estão a ver como se enganam as tiragens. A credebilidade do jornaleco é tão má, que só à borla é que se safa.
Não se pode considerar este acto como comcorrencia desleal?
O que é que justifica que um jornal como o Público faça manchete de uma notícia destas -- «Preço do pão tem que aumentar 50 por cento, avisam os industriais» --, que não passa de uma escandalosa tentativa de aproveitamento especulativo da subida da cotação do trigo, a qual no entanto nunca poderia justificar uma tal subida do pão, dado que o custo do trigo conta menos de um terço do custo final do pão?
Aditamento
Para mais contas ver aqui.
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