Há apenas oito dias, as acções do Bear Stearns estavam avaliadas em 80 dólares. Ontem, foram vendidas por dois dólares ao JP Morgan, e não se tratou de um negócio, mas de uma esmola patrocinada pela Reserva Federal
O último fim de semana veio, assim, confirmar que os buracos financeiros decorrentes da mega-fraude dos créditos hipotecários subprime continuam a aparecer aqui e acolá. Nos EUA já poucas dúvidas restam de que o país está a entrar em recessão em vésperas de umas eleições presidenciais, o que certamente não ajudará a resolver o problema.
Serão a Europa e o resto do mundo contaminados? Pode-se argumentar que as exportações da zona euro para os EUA pesam menos do que as se dirigem ao Reino Unido, que o crescimento permanece sólido nas economias emergentes e que, em euros, o petróleo encareceu afinal pouco, mas a dramática e generalizada falta de confiança no dólar, aliada à inacção das entidades reguladoras e dos governos faz temer o pior.
Folheando ontem o Financial Times de ponta a ponta não encontrei uma só palavra de optimismo. É difícil acreditar que tudo isto não virá a ter, também para nós, consequências dramáticas.
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