Luís Marques andou a saltitar entre o Expresso e a SIC. Depois, quer dizer, depois de ser o consultor de Barroso para os media, fez uma perninha na administração da RTP. O actual governo reconduziu-o. Ele queria ser novamente reconduzido, a avaliar pelas palavras de Ponce de Leão, que só aceitava continuar na RTP se Luís Marques se mantivesse também na administração. Deu-se então o regresso ao império de Balsemão.
Agora veio a saber-se de viva voz que o administrador da RTP Luís Marques desconhecia os contratos celebrados pela empresa que dirigia.
Veio também a saber-se, através de um artigo publicado no Expresso (de 16.02.2008), que Luís Marques admite que Sócrates herdou “uma crise económica grave, sobretudo orçamental”, mas que, para a vencer, foi preciso um “férreo controlo das empresas do Estado ou dependentes do Estado, numa aliança com alguns dos maiores grupos empresariais, na tentativa de controlar a comunicação social e de condicionar o exercício da justiça.”
Perante este quadro aterrador, se ninguém estaria à espera que o administrador da RTP, num acto heróico, estrebuchasse ou desse o grito do Ipiranga, não seria legítimo esperar que, ao menos, revelasse então algum incómodo com a situação? Que tivesse soltado um leve ai, ao menos? Auto-estima em crise, é o que é.
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