O leitor Pedro R. coloca as seguintes questões acerca do relatório da ERC sobre a RTP (abarcando o período de Setembro a Dezembro de 2007):
- “(...) Se as televisões noticiarem uma reunião do Primeiro-Ministro com o seu homólogo inglês ou um encontro entre o Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Secretário-Geral da ONU, isso conta para a quota de notícias do Governo/Maioria?
(...) Se as televisões noticiarem a realização, em Portugal, uma cimeira internacional – na qual, por definição, estão presentes membros do Governo e não membros dos partidos da oposição –, isso conta para a quota de notícias do Governo/Maioria?
(...) Se uma televisão produzir uma notícia exclusivamente acerca de uma medida do Governo, mas em termos desfavoráveis para o Governo, entrevistando apenas críticos dessa medida (provenientes da sociedade civil e não dos partidos da oposição), isso conta para a quota de notícias do Governo/Maioria?
(...) Se as televisões noticiarem o lançamento da primeira pedra, ou a inauguração de um empreendimento estritamente privado (uma fábrica, um centro comercial, a implosão de umas torres para construir um complexo turístico, etc.), mas para cujo acto oficial foi protocolarmente convidado um membro do Governo (recorde-se que, por definição, os membros de partidos não são convidados para este tipo de actos, mas apenas os representantes institucionais do Estado, que participam nessa qualidade e não como agentes políticos), isso conta para a quota de notícias do Governo/Maioria?
(...) Se um sindicato, orquestrado nos bastidores pelo PCP, realizar uma manifestação, isso não conta para a quota de notícias do PCP?
É que, se assim for, não surpreende que haja uma desproporção na representatividade noticiosa do Governo e da Oposição.
E, já agora, se a quota de notícias do Governo/Maioria já tiver sido excedida, é suposto as televisões não darem conta dos diplomas legais que foram aprovados numa das reuniões semanais do Conselho de Ministros?”
1 comentário :
O leitor Pedro R. coloca as seguintes questões acerca do relatório da ERC sobre a RTP (abarcando o período de Setembro a Dezembro de 2007):
“(...) Se as televisões noticiarem uma reunião do Primeiro-Ministro com o seu homólogo inglês ou um encontro entre o Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Secretário-Geral da ONU, isso conta para a quota de notícias do Governo/Maioria?
Resposta: SIM, se o membro do Governo prestar declarações ou se as suas declarações forem citadas. Caso contrário, não conta.
(...) Se as televisões noticiarem a realização, em Portugal, uma cimeira internacional – na qual, por definição, estão presentes membros do Governo e não membros dos partidos da oposição –, isso conta para a quota de notícias do Governo/Maioria?
Resposta: SIM se os membros do Governo prestarem declarações ou se as suas declarações forem citadas. Caso contrário, não conta.
(...) Se uma televisão produzir uma notícia exclusivamente acerca de uma medida do Governo, mas em termos desfavoráveis para o Governo, entrevistando apenas críticos dessa medida (provenientes da sociedade civil e não dos partidos da oposição), isso conta para a quota de notícias do Governo/Maioria?
Resposta: Não conta
(...) Se as televisões noticiarem o lançamento da primeira pedra, ou a inauguração de um empreendimento estritamente privado (uma fábrica, um centro comercial, a implosão de umas torres para construir um complexo turístico, etc.), mas para cujo acto oficial foi protocolarmente convidado um membro do Governo (recorde-se que, por definição, os membros de partidos não são convidados para este tipo de actos, mas apenas os representantes institucionais do Estado, que participam nessa qualidade e não como agentes políticos), isso conta para a quota de notícias do Governo/Maioria? –
Resposta: SIM se o membro do Governo prestar declarações ou se as suas declarações forem citadas. Caso contrário, não conta.
(...) Se um sindicato, orquestrado nos bastidores pelo PCP, realizar uma manifestação, isso não conta para a quota de notícias do PCP? –
Resposta: Não, se o partido em causa não for referido. A análise recai sobre o conteúdo manifesto, não cabendo ao codificador usar a sua subjectividade para classificar as peças.
Pergunta: É que, se assim for, não surpreende que haja uma desproporção na representatividade noticiosa do Governo e da Oposição.
E, já agora, se a quota de notícias do Governo/Maioria já tiver sido excedida, é suposto as televisões não darem conta dos diplomas legais que foram aprovados numa das reuniões semanais do Conselho de Ministros?”
Resposta: Como a ERC sempre disse, a avaliação é estendida no tempo, precisamente para contemplar situações em que, devido a circunstâncias específicas o Governo ou um partido são objecto de notícia. Isso aconteceu no presente relatório, relativamente ao Governo com a presidência portuguesa da EU e, relativamente ao PSD, com o congresso e as eleições internas para o líder e o líder parlamentar. Os dados apurados reflectem essas duas situações. Seriam certamente diferentes se elas não tivessem ocorrido.
Acresce que se trata da primeira avaliação (abrangendo 4 meses para a RTP1 e RTP2 e dois meses para os restantes canais do operador público). Seguir-se-ão avaliações periódicas, as quais ao fim de um ano permitirão leituras conclusivas.
A instrumentalização política dos dados não é da responsabilidade da ERC.
Enviar um comentário