quarta-feira, abril 23, 2008

A palavra aos leitores

O Eng. Acácio Lima enviou-nos um mail, no qual fala da sua relação com Francisco Martins Rodrigues:
    «(...) MORREU ONTEM FRANCISCO MARTINS RODRIGUES. TINHA 81 ANOS.

    É PÚBLICO, QUE AS MINHAS RELAÇÕES PESSOAIS COM ELE, ERAM FRIAS E TÉNUES DESDE, 1967.

    E AO LONGO DO TEMPO FORAM-SE ACUMULANDO MUITAS DIVERGÊNCIAS.

    MAS MARTINS RODRIGUES SEMPRE TEVE UMA CRÍTICA RADICAL AO CORPORATIVISMO, E NISSO NUNCA DIVERGIMOS.

    MARTINS RODRIGUES , DESDE 1984, QUE ERA UM FORTE CRÍTICO DAS GENTES, ORA LIGADAS AO BLOCO.

    E NISSO NÃO DIVERGIAMOS TAMBÉM, MAS NUMA ABORDAGEM DIVERSA.

    FRANCISCO MARTINS RODRIGUES, TAL COMO EU, CONSIDERÁVAMOS O BLOCO UM DESERTO DE PROJECTO POLÍTICO, UM GRUPO DADO A NAVEGAR À VISTA, NO TOTAL OPORTUNISMO, E RECUSANDO EXPLICITAR UM CORPO DE DOUTRINA SISTEMATIZADO.

    UM GRUPO ONDE A COERÊNCIA ESTÁ AUSENTE, E O APEGO ÀS LEIS OBJECTIVAS QUE ATRAVESSAM O FUNCIONAMENTO DA SOCIEDADE NÃO EXISTE, PERFIRINDO ELE, BLOCO, O VOLUNTARISMO, NA COMPANHIA DA DESONESTIDADE INTELECTUAL.

    SEMPRE O IDEALISMO FILOSÓFICO NA RECUSA AO MATERIALISMO FILOSÓFICO.

    PERCEBE-SE MAL, OU TALVEZ SE PERCEBA MUITO BEM, A RECUSA DOS GROTESCOS E PRIMITIVOS LOUÇÃS E FAZENDA, AO RECUSAREM COMENTAR FRANCISCO MARTINS RODRIGUES, NO SEU PASSAMENTO.

    O DR. MIGUEL ABRANTES LEMBROU MUITO BEM A CONDUTA PERVERSA DO PCP, REFERINDO A PRESENÇA CLANDESTINA DE MANUEL JOSÉ CLARO E DE JOÃO PULIDO VALENTE CARNEIRO DE MOURA, NO JORNAL "AVANTE".

    MAS FOI ESCASSO NA DENÚNCIA DA CONDUTA POLÍTICA DO PCP, NESSES ANOS DE 1964/1965.

    É QUE O "AVANTE", MAL JOÃO PULIDO VALENTE CHEGA A PORTUGAL, PARA MONTAR A REDE CLANDESTINA DE COMBATE AO REGIME, DENÚNCIA A SUA PRESENÇA, INFORMANDO, VIA "AVANTE", A PIDE.

    PARA QUE A MINHA AFIRMAÇÃO, NÃO SEJA BALOFA, DIREI QUE TAL SURGE NAS SEGUINTES CONDIÇÕES:

    JOÃO PULIDO VALENTE, EX-MILITANTE DO PCP, NA EMERGÊNCIA, VISITA UM PONTO DE APOIO DO PCP, UM ENGENHEIRO , QUE DESIGNO POR "C", E PARA SEU DESCONFORTO ENCONTRA, NA CASA DE "C", O FUNCIONÁRIO DO PCP "RC" SEU VELHO CONHECIDO DA LUTA POLÍTICA CLANDESTINA.

    E DAÍ PARA A DENÚNCIA NO "AVANTE" FOI UM PASSO.

    NO PROCESSO JUDICIAL DE "C", ARQUIVADO NA TORRE DO TOMBO, ENCONTRA-SE ESSE REGISTO, QUE ACABO DE REFERIR. O PRÓPIO "C" ME HAVIA REFERIDO TAL.

    MAS ESCLAREÇO O DR. MIGUEL ABRANTES , QUE A ESTADIA DE MANUEL JOSÉ CLARO, COMO CLANDESTINO, FOI MUITO CURTA. TENDO DEPOIS VIVIDO EM PARIS, E ACABOU MAL, EM ITÁLIA, PARA ONDE SE MUDÁRA.

    HÁ, NO PROCESSO JUDICIAL DE FRANCISCO MARTINS RODRIGUES , ARQUIVADO NA TORRE DO TOMBO, VÁRIAS REFERÊNCIAS À MINHA PESSOA, CURIOSAMENTE EM FALTA NO MEU MEU PROCESSO, TAMBÉM AÍ ARQUIVADO.

    OU SEJA A DEVASSA DOS PROCESSOS JUDICIAIS INSTRUIDOS PELA PIDE, LEVADA A CABO PELO PCP, SE FOI UM FACTO, TAMBÉM REVELA CRITÉRIOS DE SONEGAÇÃO DE MUITA INCOMPETÊNCIA.

    VASCULAM O MEU, SURRIPAM DADOS, MAS "ESQUECERAM" DE IR VER, O QUE A MIM RESPEITAVA, NO PROCESSO DE FRANCISCO MARTINS RODRIGUES.

    MAS O PCP FOI BEM SELECTIVO, POIS TUDO O QUE PODERIA ESCLARCER A CAUSA PRÓXIMA DA MINHA PRISÃO, SIMULTANEA COM A DE FRANCISCO MARTINS RODRIGUES, FRENTE À IGREJA DE SANTA ISABEL, NA SARAIVA DE CARVALHO, PELAS 21 HORAS E 03 MIN DO DIA 30 DE JANEIRO DE 1966, RESTA POR ESCLARECER.

    NESSA OCASIÃO, DA NOSSA PRISÃO, TENTEI APELAR À POPULAÇÃO QUE SE JUNTOU NO APARATO POLICIAL DA PIDE COMEÇANDO O DISCURSO POR:

    "JÁ NEM UM PACATO CIDADÃO SE PODE PASSEAR POR ESTA LINDA CIDADE DE LISBOA NESTA NOITE FRIA DE JANEIRO...... E MAIS NÃO DISSE POR TER SIDO AMORDAÇADO PELOS AGENTES DA PIDE.

    TRANSPORTADO NUM TÁXI PARA A ANTÓNIO MARIA CARDOSO, NO BANCO DE TRÁS, RODEADO DE DOIS PIDES DE ARMA APONTADA E ENCOSTADA A MINHA CABEÇA, TIVE UMA RECEPÇÃO APOTEÓTICA:

    "TIREM O CASACO AO TIPO JÁ QUE SE QUEIXOU DO FRIO, MAS SEJAM "BONDOSOS" AQUECEÇAM-NO DEVIDAMENTE".

    E COMEÇOU, COM UMA TAREIA MONUMENTAL, A MINHA SAGA DE QUATRO ANOS ENTRE ANTÓNIO MARIA CARDOSO, FORTE DE CAXIAS, PRISÃO HOSPITAL DE CAXIAS, TRIBUNAL PLENÁRIO DA BOA HORA E FORTE DE PENICHE. À MISTURA TRÊS PERÍODOS DE QUINZA DIAS, CADA, DE PRIVAÇÃO DE SONO E OS TRATAMENTOS AOS TRAUMATISMOS NA PRISÃO HOSPITAL DE CAXIAS.

    MEMÓRIA.
    ACÁCIO LIMA
    QUARTA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2008»

4 comentários :

Anónimo disse...

Ao SR. Acacio Lima, que não conheço, quero daqui enviar-lhe uma saudação fraterna, pela forma lucida como vem desmascarar certos comportamentos, fascistas e pidescos, utilizados pelo pcp.

Este tipo de comportamento é useiro e beseiro nos partidos comunistas, ao longo dos anos. Foi no passado, é agora e será no futuro. Está na sua génese autoritaria, repressiva e policial.

Os "catraios da politica" louça e fazendas, nada mais há a crescentar, sobre eles está tudo dito. Enfermam numa retorica carnavalesca que dá pelo nome " comunismo à lá carte"

Quintanilha disse...

Qual a diferença entre o "modus-operandi" de um regime fascista e de um regime comunista?
Existem assim tantas?

Anónimo disse...

Não, são semelhantes.

Anónimo disse...

exemplo concreto:

Policía cubana disuelve por la fuerza manifestación de las Damas de Blanco
Servicios de El Nuevo Herald
LA HABANA
Más información

Agentes de la Policía y de la seguridad cubanas disolvieron hoy por la fuerza una protesta de un grupo de Damas de Blanco en una céntrica plaza de La Habana donde reclamaban la libertad de los presos políticos.

Alrededor de cien efectivos de la Policía, del Ministerio del Interior y agentes de paisano sacaron a una decena de Damas de Blanco, familiares de 75 disidentes condenados en 2003 a penas de hasta 28 años de cárcel, de un parque anexo a la Biblioteca Nacional, en la Plaza de la Revolución.

Las mujeres habían comenzado la protesta hacia las 6: 40 AM , ‘‘pidiendo la libertad incondicional de los presos políticos”, según indicó a periodistas Berta Soler, miembro del grupo.

Alrededor de las 9 de la mañana un piquete integrado mayoritariamente por mujeres reprimió a empujones y sacó en volandas a varias de las manifestantes, que fueron desalojadas en un autobús de ese lugar, situado a unos cien metros de los ministerios de las Fuerzas Armadas y de Interior.

Las mujeres esperaban entregar una carta al ministro del Interior, Abelardo Colomé, con copia a Raúl Castro, designado mandatario en febrero pasado en sustitución de su hermano Fidel, a quien reemplazaba temporalmente desde julio de 2006 debido a su enfermedad.

“Nos dirigimos a usted para demandar por los canales pertinentes la liberación inmediata incondicional de los 55 que aún permanecen en prisión”, dice el texto, al cual la AFP tuvo acceso.

Añadieron en la carta que “en la actualidad continúan 27 (presos) desterrados de sus provincias de residencia y en régimen de severidad desde hace cinco años, la mayoría con enfermedades que no son tratadas adecuadamente por las condiciones carcelarias que padecen así como tratos crueles e inhumanos”.

Entre las Damas de Blanco que participaban en la protesta se encontraba, además de Berta Soler, Laura Pollán, esposa de Héctor Maseda, condenado a 20 años de prisión.

Ellas y el resto de las disidentes fueron insultadas e increpadas por los policías y agentes de seguridad, que gritaban consignas como “pim pam fuera, abajo la gusanera”.

Soler había indicado, minutos antes de ser llevada por la fuerza, que la intención del grupo era permanecer en la plaza “el tiempo que sea necesario”.

También manifestó el cansancio de las Damas de Blanco ante la falta de respuestas oficial a sus peticiones de libertad de los opositores que permanecen en prisión, y denunció que hay “mucha apatía hacia los presos”.

”Raúl (Castro) para nosotros es igual que Fidel (Castro)”, indicó.

Subrayó Soler que los familiares de las Damas de Blanco “son los presos de Fidel”, que dejó la presidencia el pasado 24 de febrero, y agregó que si el general Raúl Castro fuera realmente quien manda en el país, no tendría que “consultar” con el líder cubano.

Hasta el momento no se sabe el paradero ni la situación legal de las mujeres.

Los integrantes del llamado “Grupo de los 75” cumplieron la semana pasada el quinto aniversario de las condenas en juicios sumarísimos, acusados de conspirar con Estados Unidos, atentar contra la independencia del Estado y socavar los principios de la revolución.

De los 75, 55 siguen en la cárcel, uno falleció y 19 fueron excarcelados por razones de salud, de los cuales cuatro viajaron a España en febrero pasado.