terça-feira, abril 22, 2008

Porque é que os comentadores não têm um registo de incompatibilidades?




Joaquim Aguiar andou, ontem, num virote: passou pela mesa de Mário Crespo, uma hora depois já estava entrincheirado no Prós & Contras e não sei se no trajecto ainda teve tempo para tirar as ilusões aos ouvintes da TSF ou do Rádio Clube.

Todos sabemos como Eanes vibrava com as suas famosas chavetas. Não ponho em causa sequer que Aguiar tenha o monopólio da lucidez em Portugal, muito embora esteja convicto de que só Zita Seabra se lembraria de publicar aquela obra que ele escreveu em Vale do Lobo na esperança de os seus “netos aprenderem a fazer mapas”.

Não tenho nada, portanto, contra Joaquim Aguiar. Mas parece, assim de repente, que seria mais curial que, independentemente dos seus inquestionáveis dotes oratórios, ele, nas suas aparições públicas, fosse apresentado como administrador do Grupo Mello, a que sempre esteve ligado, em vez de politólogo — sobretudo quando discorre sobre matérias em que as posições que sustenta podem ser confundidas com os interesses que tem por obrigação defender como gestor de um grupo económico.

9 comentários :

Anónimo disse...

Como este blog esclarece as pessoas, faz serviço publico.
Aparece este tipo pelas nossas casas dentro, pensando que o tipo é um comentador independente, afinal de contas o gajo está a soldo do capital,ou seja, é um dependente e faciosa.
Neste país qualquer badameco bem falante é comentador e o mais grave é comentam de tudo.É a falacia total.

james disse...

Plenamente de acordo.
Acertou em grande.

E depois é de uma opacidade tal, que mais depressa se descodifica um hieróglifo, do que propriamente se descortina o que subjaz ao raciocínio que debita.

E nem sei como é que o André Freire o "aguentava" naquelas noites da RTP-N....

Anónimo disse...

No olho, ó Abrantes!

Jeronimo disse...

Este génio consegue discorrer e resolver a verdadeira quadratura do círculo. Segundo ele, as reformas que o PS não está a conseguir fazer, são da autoria do PSD. De acordo com este filósofo, a razão pela qual o PS nuncaserá capaz de efectuar reformas como as que está a fazer (que recorde-se são da autoria do PSD), prende-se com a sua demasiada ligação ao Estado, problema de que felizmente o PSD não padece. Só apetece perguntar: porque é que o PSD nunca anunciou ou tentou efectuar antes as suas próprias políticas ? Ou porque é que não reclama se o PS as roubou ? Ou ainda, porque as critica, se são suas ? E não há um único jornalista que confronte esta alimária com a evidência dos seus próprios disparates ...

Anónimo disse...

É porque os Melos andam a investir na Saúde que este marmelo quer a destruição do SNS? Chamem-lhe parvo...

bloom disse...

a incompatibilidade mais gritante que vi neste post é a que se verifica entre as palavras "joaquim aguiar" e "administrador". Como é que o Jaquim pode administrar seja o que for?!

Anónimo disse...

mas pagam-lhe como tal ....

Anónimo disse...

Se os Melos têm interesses no sector da saúde, Oh Miguel querias que o empregado Joaquim defendesse a saúde pública ?

Anónimo disse...

"Ora vinte macacos a vinte macacos cada um dá... quatrocentos macacos, não é?" (Vasco Santana, em "A Canção de Lisboa")

"Afinal, o senhor Doutor sempre me saíu cá um macacão..." (resposta do funcionário do jardim zoológico, no mesmo filme).



Impagáveis, os macacões e os filmes que nos mostram!...