domingo, junho 29, 2008

A tal classe média lê o Expresso?


— Ora cá estou eu de novo para vos azucrinar.



Manuela Ferreira Leite quebrou o seu longo e inexplicável silêncio no Expresso de ontem: “De acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, o crédito malparado das famílias está a crescer a uma taxa que não se verificava desde 2003”, era então ela precisamente ministra de Estado e das Finanças, a n.º 2 do Governo de Durão Barroso.

Ferreira Leite mostra-se preocupada com “a dívida de Portugal ao estrangeiro”, ou seja, com os empréstimos que a banca contrai nos mercados internacionais para financiar o mercado interno.

Qual é a solução que a líder do PSD preconiza? Sem meias palavras, a imediata asfixia da economia :
    Ora, não há forma de corrigir este desequilíbrio a não ser pela restrição à concessão de crédito com o consequente agravamento dos respectivos encargos.
Ferreira Leite tem consciência dos efeitos das medidas que quer ver aplicadas: “Qualquer destas consequências implica um desincentivo ao crescimento económico.” Está no seu direito defender este ponto de vista. Só não se percebe como é que, com o agravamento das taxas de juros, designadamente ao crédito à habitação, pode prometer o céu à classe média.

Não é isto a versão recauchutada do “país de tanga”?

7 comentários :

Anónimo disse...

Burro velho não aprende línguas ....

Anónimo disse...

Dizes bem: era o regresso do país de tanga.

MFerrer disse...

A dama, que se dizia preocupada com questões sociais e pronta a trocar votos pelo consumismo da classe média, parece agora que lhes quer dar em troca dos mesmos votos, uma mão cheia de coisa nenhuma.
Parece-me um bom programa económico-eleitoral!
É urgente divulgá-lo não vá alguém precisar de crédito e não saber a quem se dirigir!
E então, para as instituições financeiras, vulgo Bancos, esta teoria, se praticada, significaria a banca rota...
Grande economista nos saíu a dama!

Tiago Moreira Ramalho disse...

Eu não sou advogado do diabo, mas há alguns pontos que precisam de ser explicados.

A conjuntura económica do tempo de Durão (bem como a actual) não permitiam nem ao mais brilhante estadista controlar a situação económica.

A parte das taxas de juro, peço desculpa, mas é totalmente demagógica. Toda a gente sabe que para combater o crédito mal parado e necessário restringir o acesso ao crédito, ou aumentando as taxas de juro, ou apertando as regras de concessão. Não usem é discursos manipulatórios e não dêem a volta à verdade apenas para deitarem abaixo alguém. Isso não é política...

MFerrer disse...

"Toda a gente sabe que para combater o crédito mal parado é necessário restringir o acesso ao crédito": Certo !( La Palisse, Obras Escolhidas)
"ou aumentando as taxas de juro": Errado!
Santa contradição!
Que está na mesma frase!

Ou se restringe o crédito ou se aumentam os réditos pelos empréstimos . As duas não são verdadeiras!
Sorry isto não é economia, nem é nada!
Controlar o consumo através do aumento de juros é uma coisa bem diferente de controlar o crédito mal parado via aumento de juros que apenas impulsionam a inflação.
Mas isto vem no verso da capa de qq manual de fim-de-semana para curiosos!
Deus é grande, mas felizmente, não é economista!
MFerrer

Francisco Clamote disse...

Afinal, a senhora tem ideias. O que acontece é que não batem certo umas com as outras!
Deus nos valha, como diz o outro.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Estamos fritos com esta nodoa em economia.
O seu passado no governo foi uma tragedia.

O garrote vira aí,isto se, Socrates não tiver a maioria.