sexta-feira, junho 27, 2008

A estratégia do PSD e a (in)dependência da cobertura jornalística


“Este episódio que se desenrola perante os nossos olhos é quase um estudo de caso sobre a (in)dependência da cobertura jornalística em Portugal, a forma como se cria "opinião" política e a importância do spinning.”



Ainda a propósito da atarantada defesa de Manuela Ferreira Leite por parte de Pacheco Pereira na Quadratura do Círculo, vale a pena voltar ao artigo intitulado O “Regresso” do PSD, escrito pela politóloga Marina Costa Lobo no Jornal de Negócios:
    “É certo que o perfil e a carreira política de Manuela Ferreira Leite são substantivamente superiores aos de Luís Filipe Menezes. Além disso, a nova líder do PSD tem sabido distinguir-se em alguns pontos importantes, tanto do seu antecessor como do próprio governo e de José Sócrates. Mas também se tem pautado por alguns silêncios injustificados. E, mais fundamentalmente, ainda não conseguiu comunicar uma estratégia política para o país que seja alternativa à do PS. Não o fez durante as eleições directas do PSD nem no recente Congresso. Finalmente, ainda não há sondagens consistentes que assinalem uma recuperação nas intenções de voto e justifiquem o optimismo de um fortalecimento do PSD.

    É precisamente para isso que as elites mediáticas afectas ao PSD estão a trabalhar afincadamente. Este episódio que se desenrola perante os nossos olhos é quase um estudo de caso sobre a (in)dependência da cobertura jornalística em Portugal, a forma como se cria "opinião" política e a importância do spinning. Mais do que um Regresso do PSD, estas últimas semanas assinalam o Regresso das Elites do PSD. E comprova um facto com que Luís Filipe Menezes amargamente se confrontou quando foi líder. As eleições directas no PSD permitiram-lhe ingenuamente pensar que bastava ganhar uma maioria de militantes para ser líder do partido e, quem sabe um dia, Primeiro-Ministro. A verdade é que de nada adianta vencer o partido se não se contar com esta gente.”

1 comentário :

Anónimo disse...

Na mouche, basta observar a SIC e a SICN para ver que já foram dadas ordens para encaixar os habituais "mugabes" do comentario politico em toda e qualquer tribuna disponivel e/ou em toda e qualquer peça informativa. Este País não muda e pelos vistos as moscas tambem não.