domingo, junho 22, 2008

O XXXI Congresso do PSD em banda desenhada [13]



Aprovado o fim da progressividade do IRS (moção D)



Marques Guedes — Dr.ª Manuela, a parte em que se referiu ao sistema fiscal estava um bocado atabalhoada. Quando falou em simplificar, porque há pessoas que não pagam impostos devido à sua complexidade, o que fica a zumbir no ouvido é que quer mais receitas…
Manuela — Se vierem, tanto melhor. Mas foi o Dr. Pacheco que colocou umas dicas do contabilista dele, porque também não percebe nada disso…
Marques Guedes — O Dr. Pacheco? O 24 Horas quase que o apanhava por ele pôr como direitos de autor as conversas com o Lobo Xavier na SIC!
Manuela — Era eu ministra. Foi preciso afinar a doutrina. Eu também apanhava por causa do meu programa na Rádio Renascença. Agora somos todos artistas para efeitos fiscais.
Marques Guedes — Santo Deus, se o Fernandes sabe, ainda manda avançar o Cerejo.
Manuela — Não se preocupe por aí, embora tenha havido um do Público que reclamou e levou sopa.
Marques Guedes — Dr.ª Manuela, o que me está a preocupar é a aprovação da flat tax. Vão já dizer que é o lobby do Dr. António Borges a querer pagar menos IRS à custa da classe média que a Senhora disse que ia defender.
Manuela — Eu aprovei isso? Ai que o Pacheco anda a fazê-las pelas costas…

6 comentários :

Anónimo disse...

A brincar se dizem as verdades!

Anónimo disse...

Muito bom. Parabéns.

Luis M. Jorge disse...

Caro Miguel, estou aqui em pulgas para ler um post seu dedicado ao excelente desempenho dos estudantes portugueses nos exames de matemática, e ao sucesso inegável de mais uma extraordinária reforma governamental.

Miguel Abrantes disse...

Caro Luís, as suas preocupações com a educação são as minhas. Embora não conheça os enunciados das provas em questão, há um aspecto que me deixa perplexo:

1. A Sociedade Portuguesa de Matemática que aparece a contestar as provas é a mesma Sociedade Portuguesa de Matemática que incumbiu dois dos seus membros de fazer parte da equipa que elaborou as provas;
2. Esses dois membros da Sociedade Portuguesa de Matemática concordaram com o teor das provas;
3. Subitamente, a Sociedade Portuguesa de Matemática aparece agora a discordar das provas.

Foi preciso a Sociedade Portuguesa de Matemática conhecer os resultados das provas para decidir como actuar? Se os resultados tivessem sido maus, questionava-se o ensino? Como não foram maus, questiona-se o grau de dificuldade das provas?

Luis M. Jorge disse...

Miguel, quanto à educação em geral sou tão apaixonado como o engenheiro Guterres, mas parece-me que aqui há informações contraditórias: ainda ao fim da tarde ouvi uma associação de professores de matemática queixar-se de que não tinha sido consultada para avaliar a prova. E também esses lamentavam o excesso de facilidade do inquérito.

O extraordinário é que os próprios miúdos num telejornal da RTP (que é, como você sabe, "informação de referência") reconheciam isso. De repente pareceu-me que todos tinham sido contaminados pelo gene atilado dos nossos pequenos emigrantes de Leste. Será que aquelas crianças não viram o Euro nem foram à praia e passaram mesmo semanas a eito a estudar? Ou a RTP teria entrevistado só crianças excepcionais — talvez os petizes do nosso ministro Manuel Pinho?

Mistérios, que não irão certamente perturbar a nossa marcha para o progresso.

Anónimo disse...

Tiro-lhe o meu chapéu !