sábado, junho 28, 2008
Para lá da gestão patriótica da Operação Furacão
Nunca transpirou nada que sugerisse que, nos longos tempos mortos entre os jogos, Scolari se entretinha a fintar o fisco para se manter num pico de forma. Encerrada a participação no Euro e com o ex-seleccionador ainda a caminho do Chelsea, a informação cai na rua. É o que se pode apelidar de gestão patriótica da Operação Furacão.
Recorda o Sol: “O processo começou em finais de 2005, com buscas a quatro bancos: BCP, BES, BPN e Finibanco. Estas entidades, através dos seus departamentos private disponibilizavam aos clientes uma espécie de ‘pacote fiscal’ muito atractivo, centrado em representações offshore, por onde o dinheiro é ‘limpo’ e desviado da contabilização fiscal das empresas, dos empresários ou de clientes.”
Ainda segundo o Sol, “[d]epois dos bancos, foi a vez dos escritórios de advogados, empresas de consultadoria, grandes construtoras e outras empresas serem alvo de buscas.” E políticos não há ou estão abrangidos nas citadas “categorias”?
É que, fazendo minhas as sempre clarividentes palavras de António Borges no congresso do PSD, do que o país precisa é de “gente nova, competente, patriótica, empenhada”. Mas corremos o risco de que assim não aconteça: aqueles que praticaram “crimes de fraude fiscal, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, com recurso a zonas offshore (‘paraísos fiscais’)”, mas que, entretanto, tenham regularizado a sua situação fiscal, vão poder continuar a explicar-nos, como se nunca tivessem estado metidos em sarilhos, o que é melhor para o país.
São os alçapões da lei que os escritórios de advogados conhecem — mas ao pobre Filipão só lhe leccionaram a lei do fora-de-jogo.
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4 comentários :
É de facto um escândalo a quebra do segredo de justiça. E o PGR distraído com questões menores não leva a carta a Garcia.
É apenas uma notícia cirúrgica... O Dr. Eduardo Barroso não faria um transplante hepático com maior sucesso.
O BLUFF
Para mim esta dita "operação" não passa de um grande bluff, e digo isto porque o filme contínuo que nos é oferecido não tem fim.Tem muitos intervalos mas não tem fim.
Penso até que essa é a estrategia para que nada chegue ao fim. De longe a longe cria-se mais um facto novo, que leva a que os anteriores passem ao esquecimento.
Alguém se lembra dos casos anteriores? A imprensa, aqui, também colabora neste jogo.
Tantas pessoas ilustres, tantas instituições e empresas, todos suspeitos....(até agora não vi nada, é só fumaça),que por este andar meio pais vai na prisa.
Gostava de ver. Talvez seja a forma de esta nação deixar de o ser e, passe para o reino de castela, contra minha vontade.
Se ele não tivesse deixado de ser seleccionador nacional, ninguém diria nada.
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