terça-feira, junho 17, 2008

Repor em cena o Buzinão da Ponte





Os últimos acontecimentos em que as empresas de transporte de mercadorias surgiram como protagonistas provaram que os Estados democráticos têm de se preparar para reagir a movimentos mais ou menos espontâneos e desorganizados que podem pôr em causa valores essenciais: o abastecimento de aeroportos, de hospitais e de mercados e a satisfação das necessidades básicas da população.

Os profetas da desgraça descobriram que, como sempre, a culpa é do Governo, que não negociou ou não soube usar a força.

Verdadeiramente engraçado é, neste caso, o papel do Dr. Portas. Sempre à espera da sua oportunidade, começou por atacar o Governo por não negociar e ceder aos patrões das transportadoras e acabou a berrar contra a falta de autoridade do Estado.

Mas o PSD também não se portou de forma diferente. Depois de revelar, num primeiro momento, uma incontida compreensão pelos vândalos, acabou depois por criticar o Governo por alegada falta de firmeza.

No meio disto tudo, a oposição mostrou, tristemente, o seu populismo e a sua demagogia por não ter sido capaz de condenar com clareza e sem sofismas o movimento das empresas de camionagem. Acontece que, no contexto das sucessivas notícias sobre os feitos das transportadoras, algumas verdades parecem submergir:
    • Não é verdade que nenhuma estrada foi cortada?
    • Não é verdade que não ocorreram tumultos graves comparáveis aos que se viram em Espanha e em França?
    • Não é verdade que não foi preciso mobilizar o Exército, como aconteceu no Reino Unido e na Itália?
    • Não é verdade que o problema foi resolvido em três dias?
    • Não é verdade que a negociação não implicou cedências no único aspecto que era, de facto, importante — o gasóleo profissional?
Dizem agora os peritos em previsões póstumas que o Governo deveria ter começado por negociar mais cedo. Será que não perceberam que o Governo negociou com o único interlocutor válido, que o problema é que, à semelhança do que sucedeu em vários países, a própria ANTRAM foi ultrapassada por proprietários “não alinhados”, cujas motivações são em alguns casos bem conhecidas, ao não quererem sequer negociar nada com o Governo?

Dizem também os treinadores de bancada que as polícias não malharam suficientemente nos energúmenos. Mas todos puderam ver polícias a escoltarem camiões, a assegurarem que não havia cortes de estrada.

Igualmente se ouviu no Parlamento, sem ninguém o desmentir, que foram identificados mais de 50 suspeitos e que estão em curso mais de 15 processos-crimes.

A minha conclusão é simples. O que os críticos gostariam de ter visto era uma situação insurreccional, com uma declaração de estado de sítio ou de emergência à mistura, e o Governo numa situação de impotência. Parece que se enganaram redondamente. Falhou a tentativa de repor em cena o Buzinão da Ponte.

9 comentários :

Anónimo disse...

Pacheco Pescador de águas turvas ....

Anónimo disse...

Para os quatro partidos e meio da oposição, o Governo seria sempre "preso por ter cão e preso por não ter cão". Se reprimisse severamente os boicotadores selvagens, seria acusado de autoritatismo; se o não fizesse, seria acusado por falta de autoridade!

Anónimo disse...

SERÁ ESTE REGIME QUE OS COMUNISTAS/BLOCO QUEREM EM PORTUGAL. CLARO QUE SIM, se os deixar-mos.


Chiquita
Escrito por: Yoani Sanchez en Generación Y , Junio,16,2008





Gracias a los amigos que he cosechado a través de este Blog, me ha llegado la novela Chiquita, ganadora del Premio Alfaguara de este año. Es probable que tenga uno de los pocos ejemplares que hay en la Isla, lo que me obliga a leerlo rápido y pasarlo a la cola de amigos que esperan por él. Las más de quinientas páginas escritas por Antonio Orlando Rodríguez resultan atractivas no sólo por la historia que narran, sino por el círculo de misterio que envuelve al propio libro. Con decirles que los medios oficiales cubanos no han anunciado, todavía, que un compatriota ha ganado tan importante galardón.

En medio de la oleada de periodistas y paparazzis que cayó sobre el premiado autor después de la decisión del jurado, tengo la certeza de que ninguno era de un informativo radicado en Cuba. No me sorprende este silencio, pues bajo esa misma caprichosa selección me dejaron de mencionar, cuando estudiaba literatura cubana en la enseñanza media, las obras de Cabrera Infante, Dulce María Loynaz y Gastón Baquero. La omisión es una de las tácticas más usadas por la censura, y, en cumplimiento de ella, Chiquita no existe. Los funcionarios han determinado que al hacerse desde el exilio, no debe ser incluida en el estricto territorio de “la cultura cubana”.

Si uno lee la biografía de la liliputiense Espiridiona Cenda, no encuentra motivos temáticos o estilísticos para que el libro haya sido segregado. Su supresión de las noticias, de los debates intelectuales y de las revistas de crítica obedece a causas extra literarias. El hecho de que su autor no pertenezca a las instituciones culturales isleñas, que haya hecho alguna incómoda declaración sobre el gobierno cubano, o que, sencillamente, presentara su libro a un concurso internacional sin la debida autorización de la UNEAC y el Ministerio de Cultura, lo excluye de ser reconocido en su propio país.

Pierden su tiempo los torquemadas de la cultura: en este mundo de hoy, todo se sabe. La abultada cola que espera por mi ejemplar de Chiquita, me dice que de prevalecer el criterio popular Antonio Orlando Rodríguez estaría en la primera plana de nuestros periódicos y en los estantes de cada librería. Espiridiona Cenda sería el personaje del momento y el enanismo mental de los censores no lograría escamotearnos la historia de esta “muñeca viviente cubana”.

MFerrer disse...

O desespero entre as hostes da chamada oposição é total. Uns, conscientes dela, outros, sem perceberem o triste papel que andam a fazer, nomeadamente o BE que agora corre à frente do PCP a brandir as mais descabeladas bandeiras de qq oportunista.
Mas o povo é sereno e já percebeu que apenas este governo tem capacidade para seguir viagem nesta tormenta, a maior depois da WWII, podem crer!
Mferrer

Anónimo disse...

Hehehe, contra toda a imprensa canalha e a oposição medíocre, o povo está de olhos bem abertos a ver a verdade.

Nova maioria absoluta.

Edie Falco

MC disse...

Também quero uma parte expressiva do meu futuro: Nova maioria absoluta.

Anónimo disse...

Parabens pelo comentario, fiel à realidade do que se passou,

e fico também satisfeito pelos comentarios,

donde concluo que as pessoas sabem já o que querem, em simultâneo que com aquilo que não querem...

É saudável isto
abraço a todos

Anónimo disse...

Largo do Rato dixit

Cleopatra disse...

Nunca houve neste blog uma postagem com a qual concordasse tanto.
Nem mais , nem menos!

PS:- Já reparou nos novos oportunistas dos "não alinhados"?!