sexta-feira, julho 11, 2008

Leituras

João Cardoso Rosas, Prever e aprender:
    “Alguns vêm agora dizer que a crise económica em curso era perfeitamente previsível e que só os ignorantes e os mal intencionados não quiseram ver o que há muito tempo se preparava. Acontece que, há um ano atrás, já depois da crise do crédito imobiliário de alto risco nos Estados Unidos, muitos analistas entre os mais competentes, em Portugal e internacionalmente, escreviam que essa crise seria passageira e não teria repercussões. E não falavam de outras.”
Pedro Lains, Provincianismo:
    “O facto de o principal partido da oposição apresentar como um dos principais campos da batalha a contestação aos investimentos em obras públicas é pouco comum na Europa desenvolvida.

    As economias modernas não vivem sem infra-estruturas e a esmagadora maioria dos investimentos necessários nesse campo é liderada pelo Estado, agora em parceria com investidores privados. Isto é incontestado quando se trata de países mais avançados. Mas também de países atrasados.

    O partido de Ferreira Leite contesta os grandes investimentos, com base em argumentos fracos. Não nos fala de taxas de rentabilidade financeira, económica ou social. Fala-nos, isso sim, de megalomania e, mais recentemente, numa tirada que já se percebeu que não vingará, nos custos de oportunidade, relativamente a políticas sociais.

    (…) Um programa de obras públicas e regionalização não é um programa para os activistas anti-globalização da CGTP e do Bloco de Esquerda. É o contrário. É um programa de um país menos provinciano e mais inteligente.”

4 comentários :

Anónimo disse...

Claro que obras públicas e infra-estruturas são, em abstrato e em geral, necessárias.

O que se pode contestar, é se as obras públicas e as infra-estruturas concretas que o governo escolheu fazer são necessárias e se terão utilidade.

O meu palpite é que, com raras exceções, essas obras públicas concretas terão uma utilidade muito marginal - quando não mesmo nula, como no caso do novo aeroporto.

Luís Lavoura

Anónimo disse...

É claro que as infraestruturas planeadas (algumas delas desde o tempo da velha senhora) vão ser construídas. Só que pelas Somagues da altura, quando o partido da velha senhora chegar ao poder.
Seria inadmissível, para o partido da velha senhora, que outros pudessem desbaratar o que daria tanto jeito aos amigalhaços e às contrapartidas com que estes não deixarão de contribuir para o partido e partidários da velha senhora. Só que desta vez vão ter mais cuidado com o que escrevem nas facturas...

o castendo disse...

Boa tarde Miguel Fernandes,
Prever e aprender: «E ainda, em jeito de prever e prevenir a situação actual, “No mercado imobiliário, cujos preços têm vindo a subir a níveis demasiado elevados, subsistem riscos de um ajustamento abrupto com consequências de expressão mundial.” Em Novembro de 2004!!! Algum dos “críticos” tinha lido isto?...». Escrevi isto no "Público" em Agosto de 2007.
E falaram de outras crises: http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=30894&Itemid=511

o castendo disse...

Miguel Abrantes como é óbvio (devia estar a pensar no JMF...)