- “Vem isto a propósito do último debate do Estado da Nação e da postura do PS e do PSD, na sequência, de resto, das entrevistas de José Sócrates (à RTP) e de Manuela Ferreira Leite (à TVI). O País (como o mundo) esta em crise, já se sabe. O primeiro-ministro, não interessa se por eleitoralismo, se por erosão nas sondagens, se por estar realmente preocupado com a situação dos portugueses, apresentou medidas e exibiu a atitude proactiva de quem quer resolver os problemas.
E o PSD o que disse? Que «não há dinheiro para nada». Ou seja, deu a ideia de que não há nada a fazer a não ser cruzar os braços e esperar que, miraculosamente, alguma coisa aconteça. A imagem foi péssima, a mensagem passiva, a alternativa nenhuma. Assim não vai lá.
Para não sermos injustos, há que considerar que Ferreira Leite ainda agora chegou, está a formar equipas e, espera-se, a forjar um programa credível. Mas, até para quebrar este ciclo infernal de silêncio e de ausência de debate a sério - e o debate a sério ajuda a mobilizar inteligências e energias -, é bom que o mostre, que o submeta à discussão pública bem antes da campanha eleitoral. Para que os eleitores distingam projectos e saibam quais as opções. É fundamental que o PSD diga claramente ao que vem, pelo menos em cinco áreas essenciais: impostos, saúde, educação, justiça e obras públicas.
Se o não disser, isso significa que quer chegar ao poder com margem de manobra para utilizar todos os subterfúgios capazes de justificar medidas contrárias a tudo o que apregoou. Desengane-se, porém, quem joga nesta táctica déjà vu. Com eleitores escaldados e cada vez mais espertos, é difícil obter Cheques em branco.”
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