- «Quando o preço dos activos desce, a quebra na procura de equipamento e no consumo acaba por enfraquecer a taxa de câmbio real. Ora, os preços mais elevados no petróleo importado e nas matérias-primas, por sua vez, enfraquecem directamente a taxa de câmbio. O problema não é os estímulos às exportações aumentarem. O problema é as empresas nacionais, hoje melhor protegidas contra os rivais estrangeiros, agirem como monopolistas, aumentando as margens e encurtando a oferta. Resumindo, o emprego vai sofrer.
Ainda ninguém reflectiu muito bem sobre este efeito na taxa de câmbio. No passado, as políticas monetárias visavam aumentar as taxas de juro e não descê-las – quando a taxa de desemprego se encontrava abaixo do seu “destino” a médio prazo. Hoje, tudo parece voltar ao seu lugar. Ou seja, vamos ser atingidos por uma vaga de inflação, o emprego vai diminuir, a maioria do investimento vai para o estrangeiro e a inovação corre o risco de estagnar. Acredito, porém, que precisamos de uma economia muito mais dinâmica para retomarmos o caminho da prosperidade.»
- «Depois do bloqueio dos camionistas, das manifestações da CGTP, da subida do petróleo e das taxas de juro e da eleição de uma nova liderança no PSD, não deixa de ser surpreendente que o PS continue, de acordo com a sondagem do CESOP da Universidade Católica, a liderar as intenções de voto. Tendo em conta a percepção de que o “estado de graça” do actual executivo terá terminado, como explicar esta situação?»
1 comentário :
José Sócrates deu a este governo uma determinação que é perceptível pelas pessoas. A questão séria com que se deve debater, é a de não poder continuar com alguns dos seus ministros até ao fim da legislatura. Não estando em estado de graça, consegue manter-se num estado de confiança apesar de algumas políticas delirantes. Mas um ano é muito tempo para que esta confiança não possa deteriorar-se muito rapidamente, quem sabe se por questões meramente ocasionais.
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