quarta-feira, julho 30, 2008

Vale a pena votar num partido que se recusa a governar?




Louçã já disse taxativamente que o BE não quer fazer parte do arco da governação — a nível central ou local. Ricardo Sá Fernandes, que se apresenta como “um socialista sem partido, que, nos últimos anos, se reviu em muitas posições do Bloco de Esquerda”, escreve hoje no Público um artigo intitulado O desnorteamento do Bloco de Esquerda em Lisboa, no qual analisa o comportamento dos bloquistas. Eis a parte final do artigo:
    "3. Nem tudo é perfeito, nem sempre há uma completa sintonia e há ainda um longo caminho a percorrer, mas a verdade é que o acordo político celebrado entre o PS e Lisboa é gente - respeitando todos os pontos que esta considerara inegociáveis durante a campanha eleitoral - tem funcionado, no seio da CML, com eficácia e com lealdade recíproca. Lisboa está a ganhar.

    4. É por isso verdadeiramente lamentável a posição que a direcção do BE tem vindo crescentemente a assumir em relação a José Sá Fernandes e ao acordo com o PS.

    Começou, logo após a posse do executivo, com a afirmação absurda e politicamente incompreensível de que o acordo não seria repetido! Depois, têm sido os puros pretextos para desvalorizar o seu candidato e, pasme-se, para elogiar Helena Roseta, que, com a direita do executivo, inviabilizou, por exemplo, a reavaliação de todos os negócios pretéritos que envolviam a Bragaparques e não aprovou a iniciativa das reuniões descentralizadas que, a nível das freguesias, a CML tem vindo a promover.

    5. Nos primeiros meses, o cavalo-de-batalha foram os falsos recibos verdes. Resolvido tal problema, buscou-se outra fonte de ruptura. Agora, a magna questão é a exigência da imediata extinção da Gebalis, ignorando a necessidade de aguardar as investigações judiciais que a envolvem e a dinâmica geral, em curso, de reestruturação das empresas municipais. Pelo meio, ficaram campanhas de imprensa que visaram atingir o carácter do seu candidato, com falsidades e deturpações acerca do seu relacionamento com o PS.

    6. Infelizmente, os sinais são muito claros. A direcção do BE já não tem como prioridade a revitalização de Lisboa no quadro de uma união alargada com todos aqueles que, neste momento histórico, estão em condições de a levar por diante.

    Tudo submete e sacrifica ao interesse partidário — politicamente mesquinho — de, na proximidade dos actos eleitorais de 2009, não aparentar qualquer ligação ao PS, por mais justificada que seja. A direcção do BE mostra o pior da política."

2 comentários :

Anónimo disse...

.

Este Zé já se refere a ele próprio na 3ª pessoa...

Tal como algumas figuras do futebol...

Pedro Cruz Mendes disse...

Sou do BE... mas em Lisboa estou com o Sá Fernandes! o artigo do Daniel Oliveira no expresso "o teste" está muito bom!