segunda-feira, agosto 18, 2008

Leituras

• Entrevista a José António Pinto Ribeiro:
    Há a possibilidade de este Governo renovar a maioria absoluta nas condições em que está?
    Diria que tem condições para renovar a maioria e deve pedi-la. Consegui-la é alcançável porque não há nenhum discurso alternativo a não há ninguém que tenha feito tanto como este primeiro- -ministro neste espaço de tempo. Podem dizer que nem todas as reformas foram alcançadas na profundidade em que podiam ter sido. Não mudámos tudo em três anos, mas numa conjuntura absolutamente adversa – financeira e económica –, ninguém fez tanto. Houve muito sacrifício imposto e fomos obrigados a mudar. Esse trabalho deveria ter sido feito em 1986, através do PEDIP, quando entrámos para o mercado comum. Devíamos, como os espanhóis, ter mudado radicalmente nessa altura.

    Os portugueses percebem isso? Não estão cansados de mais para perceber?
    É preciso explicar que houve alguns resultados. E não há, do pólo alternativo, que seria o PSD, um discurso diferente deste e credível.

    Manuela Ferreira Leite tem um problema de credibilidade?
    Tem um problema de falta de história. Não acho que o que ela fez tenha sido exemplar. Neste Governo, há um esforço para fazer. E se não fosse esse esforço, a realidade portuguesa seria muito pior, muito mais selvagem – o desequilíbrio social seria muito maior. O sacrifício que tem sido pedido é, apesar de tudo, bastante democrático e igualitário – pede-se aos advogados, aos médicos, aos juízes. O sacrifício é razoavelmente distribuído.

    Mas a esquerda está a tentar capitalizar esse descontentamento.
    Isso faz sentido, mas esse descontentamento é de protesto, de zanga, de fúria com as circunstâncias, mas não mostra alternativa. Percebo que se vá para a rua, mas as alternativas não são muitas. Não há verdadeiramente um caminho alternativo à esquerda.
• Entrevista a Teixeira dos Santos:
    O que suportou a economia no segundo trimestre foi o investimento. Tendo em conta o conjunto de projectos que deverão arrancar, é de esperar que este factor continue a suportar o crescimento?
    O INE não divulgou dados sobre as componentes da procura, pelo que apenas se dispõe de informação quanto a alguns indicadores relativos a essas componentes. Tais indicadores sugerem que o investimento, e a procura externa líquida, terão sido os principais suportes do crescimento no segundo trimestre. Atentos os projectos anunciados, e os já em curso, espero que o investimento continue a desempenhar um papel decisivo.

    As exportações estão a ser mais penalizadas pelo arrefecimento mundial. Os mercados emergentes, como Angola, têm força suficiente para sustentar a evolução das vendas ao exterior e mitigar o desequilíbrio externo?
    Efectivamente, sendo Portugal uma pequena economia aberta, o crescimento das economias que a rodeiam e com as quais mais interage terá um efeito determinante na evolução do crescimento português. Estando Portugal integrado na União Europeia, nomeadamente na zona euro, o andamento destas economias será muito importante. O facto de o nosso sector exportador ter sido capaz de, nos últimos anos, diversificar os mercados de destino, especialmente para economias emergentes com elevado crescimento, contribui para reduzir o impacto de um crescimento mais fraco nas economias mais desenvolvidas.

    A tendência de descida do desemprego é para manter ou a taxa deverá estabilizar próxima dos 7%, tendo em conta o ritmo moderado de crescimento que é esperado?
    Na medida em que a economia portuguesa consiga continuar a resistir às condições adversas impostas pela envolvente externa, o mercado de trabalho deverá continuar a apresentar uma evolução positiva em termos de desemprego e criação de emprego.

    A evolução da economia tem obrigado o Governo a adoptar medidas adicionais para garantir o cumprimento dos objectivos previstos para este ano ao nível da execução orçamental?
    O Governo está firmemente comprometido com o objectivo orçamental definido para 2008 o qual, como é sabido, é de reduzir o défice para 2,2% do PIB, e tem monitorado a evolução da execução orçamental, exigindo rigor e disciplina de forma a assegurar que aquele objectivo será atingido. O Governo quer assegurar, ao mesmo tempo – e sem pôr em causa o objectivo orçamental – a concretização das medidas de apoio entretanto decididas, tendo em vista atenuar as dificuldades geradas à população pela conjuntura externa adversa, traduzida em taxas de juro mais elevadas e aumento do preço do petróleo e outros bens.

1 comentário :

Anónimo disse...

Estas entrevistas são como as sondagens e as estatísticas: evidenciam aquilo que nós pretendemos demonstrar...

Novamente no domínio da fé !

Afinal os XUXAS são mesmo CRENTES !

E eu que estava convencido do contrário...

Já agora, podiam aceitar encomendas para umas missas e umas velinhas...

Sempre era uma ajudita para as depesas fixas com o "bloguinho" !