quinta-feira, outubro 02, 2008
Eu, fã, me confesso [2]
Regresso à entrevista de António Borges à Executive Health & Wellness. Poderá um gestor de topo dar conselhos aos aprendizes na intrincada arte da gestão? O vice-presidente do PSD não se faz rogado.
Aqui vai o primeiro conselho: “O que considero mais importante em Portugal é, ponto número 1, manter um grande espírito de iniciativa e de determinação face a obstáculos que existem por todo o lado. Ponto número 2, é fundamental ter uma grande abertura em relação ao que se passa no estrangeiro e não ficarmos aqui fechados nas fronteiras portuguesas e, digamos, esmagados pelos nossos problemas.”
Como é que ainda nenhum guru da gestão se tinha lembrado disto?
No entanto, talvez o conselho mais relevante seja outro: praticar desporto. Mas, atenção, devem ser “desportos de equipa”, para que possa ser enfatizada “a competição por equipas, que permite ter outra visão do que é a nossa interdependência uns dos outros” [textual]. Naturalmente, impunha-se conhecer os “desportos de equipa” que empurraram António Borges para o cume da gestão.
Borges, desde pequeno, teve oportunidade “de aprender a montar, praticando, em particular, uma equitação de campo (…) que consiste em passear pelo campo e contemplar a natureza justamente a cavalo.” Nos Estados Unidos, teve igualmente “a oportunidade de montar muito”, o que se repetiu “em Fontainebleau, cidade que é a capital francesa do cavalo!”
Sendo tão raro deparar com mens sana in corpore sano, a jornalista já não conseguia dissimular o entusiasmo com a inclinação do vice-presidente do PSD para os “desportos de equipa”. E a verdade é que Borges nunca defrauda as expectativas: “Em Lisboa, habitualmente, vou ao ginásio. Também jogo ténis quando tenho oportunidade.” E mais: “Quer esteja a chover, ou faça sol, costumo passear pelo campo, às vezes sozinho, outras vezes acompanhado, de uma forma extremamente agradável que permite ver tudo com outro pormenor, outro cuidado: observar a fauna, a flora, ou seja, conhecer a natureza em detalhe. É maravilhoso!”
A National Geographic bem que o podia aproveitar.
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11 comentários :
posta de absoluta má-fé. está-se mesmo a ver com quem o borges faz equipa na equitação. não está?
Também adoro ler jornais. Só não desço é o nível.
A máscara de Sócrates
José Sócrates gostaria de ser recordado como o líder que deixou na esquerda a marca de seriedade e competência que parecia ser apanágio da direita. Fiel à sua matriz ideológica, socialista, prometeu um estado eficaz e sério, uma administração pública capaz e ao serviço dos cidadãos. Volvidos três anos e meio sobre a sua posse, os resultados são frustrantes, a imagem do primeiro-ministro esboroa-se.
Em campanha eleitoral, o secretário-geral do PS prometera o choque tecnológico, o combate sem tréguas ao desemprego, com a criação de 150 mil novos postos de trabalho, e o não aumento de impostos. Ao invés, subiu o IVA e obrigou mais de 150 mil portugueses a procurar emprego no exterior, num movimento migratório só comparável ao dos últimos anos da ditadura. O choque tecnológico resume-se a uma distribuição populista de computadores, num estilo plagiado de Valentim Loureiro.
Sócrates empurra-nos para o abismo. A reforma da administração pública foi um flop. Temos hoje um estado ainda maior, mais pesado e mais caro: aumentou a despesa corrente e o número de funcionários não diminuiu significativamente. A justiça continua paralisada, as forças de segurança inoperantes. O sistema público de educação transformou os professores em burocratas, desvalorizando-os e desresponsabilizando-os. Os gastos estatais em saúde aumentam e os beneficiários não são os utentes, mas sim os grupos privados de saúde, laboratórios e farmácias. O Simplex, programa que prometia desburocratizar a administração pública, é uma miragem. Prevalece e reforça-se a cultura centralista e burocrática, ao ponto de, ainda em 2008, ser o Ministério da Educação a regulamentar as podas das árvores nos recreios das escolas de Bragança ou Melgaço. Os portugueses estão mais pobres, o estado mais ineficaz, o país sem estratégia.
Durante algum tempo e à força de muita propaganda, subsistiu a imagem de eficácia de Sócrates. Com o seu ar sisudo, apropriou-se do arquétipo do político austero, competente, magro, na senda de Salazar ou Cavaco Silva. Renegava assim a sua origem afectiva, de esquerda, e o padrão do político permissivo, bonacheirão e anafado, desempenhado pelos incapazes Mário Soares ou Guterres. Só que a postura de competência e determinação jamais tiveram tradução na acção do seu governo. Ao cair da máscara, percebe-se que Sócrates é um novo Guterres, disfarçado de Cavaco. Um bom disfarce num óptimo actor. Mas só isso.
Paulo Morais, JN
Ohhhh... o tipo é um génio!
National Geographic?.... não seja porreiro.
CARAS é a revista que melhor se adequa a essa conversa.
Edie Falco
Exmo. "Penso",
Esteja calmo. Relaxe e goze.
Infelizmente,como deixou de se estudar latim nesta terra de supostas origens latinas,ao contrário dos países do Norte da Europa,a calinada impera sem preocupações de maior. Corrija,s.f.f. É: "mens sana in corpore sano". Saber de dativos,ablativos e acusativos tem mais vantagens de exercício mental do que os descendentes do sinistro Veiga Simão julgam. E atrás da língua vem uma tradição clássica,mas isso seria pedir demais na época da educação para criar robots humanos anglo- informáticos. O tempora o mores!
Agradeço a correcção.
Qual poeta faria melhor? Este homem errou na profissão,( como sabemos na sua actividade de financeiro foi um fracasso redondo,levando à ruina de milhões de pessoas),porque seria mais logico remeter-se ao silencio e não se expor da forma ridicula como o faz.Parece até que está gozando com a miseria dos que arruinou.
Este ppd cada vez me espanta mais. Pela crueldade e cinismo como aparece no debate nacional.
Continuam a cometer os graves erros do período do poder,penso que lhes é intriseco.
Nada muda tudo se mantem.Moscas e merda são sempre as mesmas.Contrariando a evolução da especie humana.
É um caso raro que merece um estudo aprofundado pelos especialistas.
Soros e o plano Paulson
George Soros veio ontem manifestar-se contra o plano Paulson num artigo de opinião no Finantial Times.
Para Soros, o plano é politicamente inaceitável porque favorece os autores da crise. Entende ainda que o plano como está arquitectado favorece a Wall Street e não defende os efectivamente lesados.
"Também adoro ler jornais. Só não desço é o nível."
Claro! Era o que faltava!
E o PM, se é o mesmo, quando é que abre a boca sobre o que diz saber da CMP? Ou decidiu antes fazer pela vidinha, com estas crónicas de tão alto gabarito?
Aqui está o protótipo da competência e da excelência dos gestores do PSD.
Só não sei é como esta cambada de "loosers" e maus gestores consegue manter a "aura" de competência.
Trupe de falhados e inúteis, começando no "contabilista-mor" e acabando neste espécime ridículo.
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