terça-feira, dezembro 23, 2008

O meu programa é a inacção e daqui não saio…




Até o ortodoxo FMI está contra a Dr.ª Manuela. Olivier Blanchard, economista chefe do FMI, em entrevista ao jornal Le Monde, chamou hoje a atenção para a necessidade de os Estados aumentarem a despesa pública sob pena de a situação económica se transformar numa “Grande Depressão” como a da década de 1930.

Uma síntese da entrevista está disponível no Diário Económico:

    • O relançamento deve ser feito "pelo aumento das despesas públicas", através de programas de obras de construção de pontes ou de renovação de escolas, em vez da diminuição das receitas públicas, como "reduções de impostos que as famílias estão tentadas a transformar em poupança de precaução".

    • "Por agora, uma expansão orçamental de dois por cento parece suficiente. Mas se as circunstâncias o exigirem, é preciso que os Estados estejam prontos a fazer mais, três por cento ou mais, se necessário".

    • Eventuais baixas de impostos ou "cheques" aos contribuintes devem "ter por alvo as populações vítimas do desemprego ou sobreendividadas", que os gastarão logo, contribuindo para a retoma da actividade económica.

    • A baixa temporária do IVA adoptada no Reino Unido "não é uma boa ideia", porque dois por cento do IVA a menos não representam "um real incentivo a gastar".

    • "Se a reparação do mercado do crédito privado levar demasiado tempo, é preciso que os Estados estejam prontos a substitui-lo, pelo menos parcial e temporariamente", sugerindo a compra de notas de tesouraria emitidas pelas empresas, "como faz a Reserva federal norte-americana".
Parece que o programa de inacção proposto por Manuela Ferreira Leite só é defendido na Marmeleira. E que o aviso de Teixeira dos Santos no sentido de a banca apoiar as PME não é tão descabido como alguns pretenderam fazer crer: a Reserva federal norte-americana já compra notas de tesouraria emitidas pelas empresas...

6 comentários :

Anónimo disse...

Mas quem diz que o Governo tem andado distraído, só o podem dizer por má fé, por burrice, por partidarite aguda ou por total ignorancia.

Socrates muito antes de qualquer outro politico ou Entidade Nacional ou Internacional,já advogava despesa em obra publica. Foi muito criticado, bem me lembro, por muitos dos xicos espertos nacionais, comentadores (?) e intelectuais(?)que o criticaram, agora estão caladinhos e nem piam, neste grupo também não escapa o kavako que utilizou sibilinamente a forma de mandar o recado.

Socrates anda à frente mas muito, de todos. Não é por acado que OBAMA faz copia (noutra dimensão) em muitos aspectos daquilo que Socrates pensa na modernização do Pais, 3 exemplos: Novas tecnologias introduzir nas escolas publicas computadores para todos os alunos e obras publicas como escolas , pontes, estradas, etç.

Eu confio totalmente neste HOMEM, que num momento dificil para os portugueses, para conduzir os nossos destinos a um porto melhor.

Anónimo disse...

Que amigos eles são. Dá cá uma nostalgia vê-los proximos.
Gente perigosa e traçoeira, são necessarias todas as cautelas, não se pode confiar.

Anónimo disse...

Notícias da crise
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
Em declarações ao Le Monde, o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Olivier Blanchard, não podia ser mais veemente no apelo à intervenção dos Estados contra a crise financeira e económica, de modo a atalhar o riso de uma nova "Grande Recessão".
Quanto às medidas a tomar para relançar a economia, não poderia ser mais claro: despesa pública, investimento público. Eis uma passagem:
«Il vaut mieux que la relance intervienne par l'augmentation des dépenses publiques que par la diminution des recettes publiques. Autrement dit, les constructions de ponts ou les rénovations d'écoles risquent d'avoir plus d'effets sur la demande que des réductions d'impôts que les ménages sont tentés de transformer en épargne de précaution.»
Entre nós, porém, uma direita ainda refém dos dogmas neoliberais, continua a rejeitar o investimento em obras públicas e a pedir baixa de

Anónimo disse...

- Oh Aníbal e agora o que é que eu digo ?

FNV disse...

Pois pois. Pontes e escolas, talvez telhados de tribunais e de hospitais.
Isso digo eu - e outros - há muito tempo. E "isso" está muito longe de comboios de luxo para Vigo e auto-estradas paralelas, não é Miguel?
Feliz Natal para si,
abraço,
FNV

Miguel Abrantes disse...

Caro Filipe,

Que 2009 seja para si melhor do que 2008!

Abraço amigo extensivo à restante tripulação