sexta-feira, dezembro 26, 2008

♪ Ursula Rucker¹



Supa Sista (unplugged)


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¹ Faz parte de um conjunto de sugestões do Minilogue.

2 comentários :

Anónimo disse...

Não tem papas na língua. E, para mais, o verbo é a sua arte. O que faz a diferença face aos que têm em consciência e raiva à flor da pele o que lhes falta em engenho para converter as curvas da vida em fonte de riqueza estética e espiritual. Por isso tudo se lhes perdoa. Quando dá a entender que tudo aquilo porque o mundo admira se deve ao facto de ser mãe de quatro crianças negras na “terra das mil oportunidades”. “Preciso de toda a minha energia para lhes mostrar o caminho”, diz ela. Daí a transformação da “supa sista” lá de casa na “ Ma’at Mama”, que, na mitologia do Antigo Egipto, garantia o equilíbrio universal.

Anónimo disse...

Ursula Rucker inventaria os males do Universo. E chama-os pelos nomes. Na verdade, pelo primeiro nome: do capitalismo à misogenia e da guerra ao fim da privacidade. Mas também as coisas da vida que lhe mantêm a chama acesa e por cuja preservação sente que ainda vale a pena lutar: da primeira rima da criança ao peixe que não se deixa apanhar e do copo de vinho manhoso bebido por prazer à crua anatomia do sexo. Ou num exercício de “namedroping” – os que vieram antes dela e por cá deixaram memória de uma arte feita de ousadia, sem a qual ela não seria quem é: de Mahalia a Coltrane, de basquiat a Fela Kuti e de Kahlo a Amália.