quinta-feira, janeiro 15, 2009

Nós, leitores do Público, adoramos as manipulações do Zé Manel¹

Não sei mais sobre um banco de células do cordão umbilical do que o Público conta: trata-se da congelação de amostras do cordão umbilical de recém-nascidos que poderão ser usadas para o tratamento de doenças futuras, como a leucemia, linfomas e outras patologias relacionadas com o sangue.

Existem em Portugal sete empresas privadas que fazem a criopreservação de células do cordão umbilical, tendo já sido recolhidas 25 mil amostras. O armazenamento destas amostras custam aos pais 1.200 euros (cada uma).

Naturalmente, estas sete empresas privadas temem o futuro deste rentável nicho de mercado. O responsável de uma destas empresas espera que, «como noutros países, haverá coexistência com os privados e até possíveis colaborações, considerando que são “excelentes notícias para os portugueses”.»

O Público saiu à rua para ouvir “especialistas” sobre a medida ontem anunciada pelo Governo de criar um banco de células do cordão umbilical. Ouviu três “especialistas”:
    Pedro Nunes, o divertido bastonário da Ordem dos Médicos, que por acaso é oftalmologista, disse que não está “esclarecido sobre a evidência do seu interesse científico”;
    Manuel Abecassis, que só por ser médico não faz dele um especialista, acha que a criação do banco de células “claramente não é uma prioridade”;
    Alberto Barros, director do Serviço de Genética da Faculdade de Medicina do Porto, vê o projecto com “grande alegria”, também devido à sua utilização na investigação, recordando que já havia proposto a criação do banco de células há quatro anos.
Eis o título da notícia do Público:



__________
¹ Ontem, o Negócios da Semana (SIC-N) foi sobre o modelo de negócio da Estradas de Portugal. Na primeira parte, falou o secretário de Estado da tutela (cujo nome não fixei); na segunda parte, foram convidados três especialistas para analisar tecnicamente o plano de negócios da Estradas de Portugal. Um dos três especialistas convidados foi José Manuel Fernandes — e, mais surpreendente ainda, ele aceitou o convite.

8 comentários :

Ana Paula Fitas disse...

Interessante e... esclarecedor! A que se deverá esta persistência da comunicação social portuguesa em acreditar que sensatez, consciência, objectividade, rigor, profissionalismo e saber não vendem? Porque teimam em contribuir para o obscurantismo que tanto se aproxima de uma espécie de "publicidade enganosa"?!

Francisco Clamote disse...

JMF é o que se pode chamar um "especialista" em qualquer assunto. Até (ou sobretudo) na intriga política.

aviador disse...

Aceitou e ainda referiu que a retirada dos privados da gestão do Amadora-Sintra foi uma questão politica para resolver um problema politico, no dia seguinte na AR.
esta denuncia do contarto de gestão não terá sido devida a má gestão como todos pensavamos e muitos terão sofrido na pele.

A. Moura Pinto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
A. Moura Pinto disse...

Ainda no mesmo dia, no Público:
“CP não aumenta preços e perde três milhões” na primeira página. “Sócrates fez vários anúncios na área da Saúde”, na última página.
Depois aquele destaque para a afirmação do Jerónimo e segundo a qual a maioria dos 250 novos especialistas recrutados para o SNS – um recorde – se reformarão em 2016… que é já amanhã.
E vamos lá a ver: quem assina crónicas sobre automóveis, bem pode falar sobre a gestão das estradas, pelo menos por aproximação. Mas nisso deveria tb intervir com pseudónimo, mascarado, uma vez que numa televisão.

Anónimo disse...

Também reparei nisso. É absolutamente incrível que um programa como Negócios da Semana convide, para falar sobre o plano de construção de estradas, o JMF e o S. Cabral. O único que percebia um bocadinho do assunto era o do DE. E JMF disse, sem se rir e sem que Gomes Ferreira protestasse, esta cavalada: não vale a pena investir na construção de mais estradas, porque provavelmente o petróleo irá acabar e os automóveis não vão circular! !?!?!

andrepereira disse...

O Público está zangado com José Sócrates. Já não faz jornalismo, mas permanente chicana.

Anónimo disse...

Esse panfletario é um produto destinado ao lixo, em que muitos dos seus componentes também são lixo, até o boss é lixo.
O problema deste lixo é não ser reciclavel, pelo que deve ser queimado, mas cuidado com o cheiro nauseabundo contaminador das mentes.